1°Capítulo

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Isabella-little demon...

Sem caô, por isso prefiro trabalhar sozinha, bando de incompetentes, na moral, depois leva um sacode e ficam sem entender, as coisas aqui na favela estão calmas, anos que não tem invasão, ninguém ousa se aproximar, nem mesmo a policia, espero que continue assim, não quero minha coroa passando sufoco não, demorou tanto para ela se recuperar, faço tudo por aquela mulher, mas o que ela tanto deseja, isso não consigo fazer, gosto do que faço e, também as pessoas aqui precisam de mim, antes da minha tia me passar o comando tinha invasão com frequências, eles nunca conseguiram entrar, mas deixou muitos mortos, entre esses mortos, crianças, mulheres, trabalhadores inocentes, não posso simplismente largar minhas favelas assim, eles precisam de mim, não é só essa favela que eu comando, são muitas dentro e fora do Rio, mas aqui é minha casa, aqui que está a minha família.

Olho o Russo que me olha negando, balanço a cabeça fazendo sinal para que ele fale.

__sua mãe não toma jeito mesmo, estava com a crentalhada aí__já não gostei, falar com a dona Maju é o mesmo que falar com as paredes.

__não digo é nada, já disse que não confio nessa gente, só em olhar a cara daquele pastorzinho de merda me sobe um ódio__sei que não é toda gente da igreja que é ruim, mas não dar, só de lembrar que aquele velho desgraçado vivia dando um de bom moço dentro da igreja e fez o que fez com minha mãe, não consigo engolir esse pessoal, sempre fico com um pé atrás, minha mãe diz que é coisa da minha cabeça, mas não é, sei que ele esconde algo e, sei que vou descobrir, sempre descubro.

___deixa sua mãe, ela gosta de ajudar__o tio VT entra no meio da conversa.

__deixo nada, tenho que cuidar da minha coroa__ele fica ali me enchendo, mas é isso, já que minha tia não tem voz para mandar nela, eu tenho que tentar, só tentar mesmo, pois ali, ninguém manda.

Ao longo do dia fui resolvendo umas paradas, semana que vem preciso fazer uma viagem, quero deixar tudo certo, não gosto de fazer nada em cima da hora, estavamos sentados jogando conversa fora na frente da boca quando o Bener chamou nossa atenção.

__ala lá, a filhinha do pastor__ele aponta com a cabeça, olho na direção da morena, vi ela algumas vezes passando por aqui, mina estranha, sempre que passa abaixa a cabeça, mas que é gostosa, isso não vou negar, só falta tomar um banho de loja, só usa aquelas batas de velha__olha sua namorada__já fecho a cara, a Beatriz anda em nossa direção, ela me olha e sorrir, nem dou atenção, mina louca, pensa que eu não sei o seu interesse.

__oi pessoal__olho a tela do meu celular sem dar atenção, mina é bonitinha, mas oferecida, gosto de desfios, se ela não me desse tanto mole poderia até pensar, quer dizer, melhor não, mina assim é emocionada, não gosto de matar inocentes e, se ela ficasse no meu pé, arrancaria a cabeça dela sem pensar__não tinha te visto mais __fala manhosa, olho para ela que mantém um largo sorriso no rosto__estava com a sua mãe__já me levanto, não quero papo com essa maluca não, pior que a mina é da igreja, os pais dessa garota ainda não se tocou, que essa é mais rodada que catraca de ônibus, o pior é eles falando mal das minas daqui, deixa estar, qualquer hora fazer eles descobrir quem é a filhinha deles.

[...]

No fim da tarde resolvo ir ate minha mãe, saudades daquela surtada e, também pronta para questionar o por quê dela tá com essas pessoas,usam da boa vontade dela só para se beneficiar, entro pelos fundos, preciso de um banho, depois vou até minha coroa, quando entro no meu quarto vejo alguém sair do banheiro, só pode ser brincadeira.

__o que tu faz aqui__olho a morena encostada na porta do banheiro, ela me olha assustada, que merda essa garota faz aqui__vamos porra, fala alguma coisa.

Paixão inesperadaOnde histórias criam vida. Descubra agora