Os Sete Elementos - A Evolução (Livro 1) - (Em Revisão)

II - Recebo Uma Visita Inesperada

Finalmente consegui chegar à Escola. O Caminho a pé não é tão rápido quanto de carro. Eu estava exausto de tanto correr e mesmo assim não consegui chegar a tempo; a escola já estava fechada. Me preparei para pular o murro e procurar meu pingente lá dentro, mas pensei melhor e conclui que já tinha feito burradas demais por um dia.

Apesar de desapontado. Resolvi voltar para casa. Dessa vez fui apenas caminhando e dizendo alguns insultos para mim mesmo por ter esquecido o presente do meu pai no chão da escola. A chance de reencontrá-lo agora era mínima, pra não dizer inexistente. Praticamente toda a escola tinha visto ele caindo... ou melhor, sendo jogado no chão pelo idiota do Charles. A probabilidade de algum dos amigos dele ou mesmo qualquer outro aluno ter pegado meu pingente era muito grande, nem que fosse apenas para jogá-lo no lixo, considerando que estava quebrado.

Minha única chance agora era esperar até o dia seguinte e tentar chegar o mais cedo possível para tentar encontrar. Eu estava torcendo para o zelador não atrasar amanhã. Ele não era exatamente a pessoa mais simpática da escola, mas era o primeiro que chegava, ou seja, ficava com a chave até que o porteiro chegasse. 

O Sr. Maison era um senhor de meia idade muito rabugento. Ele tinha repulsa por todos os alunos da escola, inclusive os que nunca lhe fizeram raiva, como eu. Sempre fiquei no meu canto quando ele estava fazendo a limpeza, mas nem todos os alunos agiam assim. Alguns aproveitavam o tempo que ele saía para reabastecer o balde com produtos de limpeza, e jogavam areia ou ficavam deslizando no local onde ele já havia limpado. Eu ficava indignado com aquilo, mas preferia não me envolver até porque não tinha muita coisa que eu pudesse fazer.

Quando o Sr. Maison voltava e via a sujeira que os outros alunos tinham feito, começava a xingar até a quinta geração de cada um deles. O problema é que as vezes também sobrava pra mim, só pelo simples fato de eu estar sentado ali perto. Eu definitivamente precisava escolher melhor os meus locais de leitura. Sempre acabava me envolvendo em alguma confusão ou presenciando uma por estar no meu canto lendo, como se de uma hora para outra isso tivesse virado crime e o universo simplesmente tivesse resolvido me punir por isso.

Mas o que eu realmente estava pensando agora, era em como eu iria fazer para conseguir entrar na escola antes dos outros alunos, pois para fazer isso, eu teria que falar diretamente com o dito Sr. Maison, o que com certeza iria dificultar meu progresso.

Pelo jeito a minha noite ia ser longa. Eu não sou exatamente um modelo de pessoa mais paciente do mundo quando quero alguma coisa urgente. Fico inquieto e nem ler eu consigo, então resolvi tentar me entreter de outra forma. Liguei o computador e fui procurar algum jogo online que pudesse me distrair. Felizmente encontrei um que eu gostei muito. Um jogo em primeira pessoa, com designers bem futurísticos, o que já foi suficiente para prender minha atenção.

Fiquei tão entretido que nem percebi a hora passar e quando vi já eram 23h da noite. Ainda nem tinha jantado. Minha avó não tinha me chamado, provavelmente achando que eu estava estudando ou que já tivesse comido, então desci pra comer alguma coisa. - Meu quarto fica no segundo andar da casa. - Só agora tinha percebido que estava com fome.

Logo que cheguei lá vi o motivo de minha avó não ter me chamado para comer. Ela estava completamente imóvel no sofá, o que me assustou - Uma senhora da idade dela sentada imóvel em um sofá a uma hora daquelas não era exatamente uma coisa comum de se ver. Pensei logo o pior.

Corri até ela e a chamei:

-Vovó? Vovó? - Eu a chamava enquanto a balançava com os braços, mas nada de ela responder.

Eu já estava prestes a ligar para a emergência, quando ela finalmente deu sinal de vida. De um sobressalto ela acordou olhando atordoada para os lados, como se não tivesse ideia de onde estava.