Depois de muito trabalho, finalmente meu primo conseguiu encontrar algo que ajudasse a descobrir o que era o objeto na orelha de Angie.
- Não tenho certeza ainda, mas isso parece uma espece de dispositivo neural que faz com que o usuário seja obrigado a fazer determinados comandos enviados remotamente por outra pessoa. - Explicou Lucas. - Pelo jeito você está certo, primo.
- Então você está me dizendo que Angie pode mesmo ter sido manipulada? - Perguntei.
- É. Basicamente isso.
- Ótimo. Estou bem mais tranquilo agora. - Disse eu com um suspiro de alívio.
- Você está feliz por sua namorada ter sido controlada?! - Meu primo levantou uma sobrancelha, me olhando sem entender o porquê de eu ter dito aquilo.
- De certa forma sim. - Confirmei. - Ela tendo sido controlada mostra que ela ainda não mudou de personalidade realmente, só foi obrigada a fazer tudo aquilo, ou seja, ela continua sendo a garota pela a qual eu me apaixonei.
Lucas pensou um pouco e acabou concordando.
- É. Olhando por esse ponto de vista, acho que você está certo. Eu ia odiar ter uma namora com poderes elementais com raiva de mim. As mulheres já são perigosas sem poderes, imagina com poderes tão fortes; eu não queria ser o alvo delas quando elas estivessem com raiva.
Nós dois começamos a rir.
- Só você mesmo pra me fazer rir uma hora dessas. Mas falando sério agora, você acha que consegue achar a fonte da transmissão? - Perguntei.
- Acho que sim. Mas o que você pretende fazer se eu encontrar?
- Vou cuidar para que mais nenhum elemental seja afetado por isso. Seja quem for que esteja fazendo isso não está pensando no nosso bem, e sim em só nos usar para fins egoístas, sejam eles quais for.
- Mas Pit, isso é perigoso cara. - Avisou Lucas. - Na certa as pessoas envolvidas nisso são pessoas poderosas, digo, pessoas com muito dinheiro e isso também pode fazer um belo estrago nas mãos erradas.
- Eu sei, mas minha namorada quase matou meu amigo e agora os dois estão internados em um hospital e um deles até correu risco de vida, sem falar que, se Angie tivesse feito algo pior a Charles do que apenas tê-lo envenenado... - me interrompi pensando na terrível possibilidade. - Digamos que eu sou muito impulsivo quando estou com raiva e talvez eu não tivesse apenas à imobilizado em uma coluna de gelo. Eu jamais iria me perdoar quando eu descobrisse que tinha feito mal a minha namorada, ainda mais depois que descobrisse que ela estava sendo controlada.
Lucas me olhou com um certo espanto. Só agora parecia ter caído a ficha do que tanto poder poderia fazer nas mãos erradas.
- Eu acho que eu entendi o que você quer dizer agora.
Eu o encarei, com os olhos lacrimejados. Pensei no que aconteceu à Angie e lembrei dos Primais; ambos agiram de forma totalmente involuntária, sem falar na outra pessoa que estava com Angie e até agora ainda não sabia quem era. Todos sendo controlados por alguém que provavelmente só quer a nossa destruição. Então revelei o real motivo da minha preocupação ao meu primo, embora ele já soubesse qual era.
- Meu maior medo não é que outro dos meus amigos sejam pegos como Angie foi e sejam obrigados a machucarem outras pessoas, - Falei. - meu maior medo é que...
- É que você seja pego. - Completou Lucas. - Esse é o seu medo, não é?
Assenti.
- Desde quando isso tudo começou, ainda não encontrei ninguém com o domínio sobre tantos elementos quanto eu; o máximo que encontrei foi sobre dois ou três se não me engano, já eu, controlo sete; não quero nem imaginar todo esse poder nas mãos erradas. Eu nunca pedi pra que isso acontecesse, mas aconteceu, e agora é minha responsabilidade usar esses poderes para o bem, para ajudar as pessoas quando possível, nem que pra isso eu tenha que abrir mão da minha vida comum. Se eu perder o controle sobre minhas ações e meus poderes forem controlados por pessoas ruins, a destruição que eles poderiam causar seria inimaginável, e no fim eu ia levar toda a culpa, sem falar que eu poderia machucar as pessoas que amo e eu não iria suportar isso.
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Os Sete Elementos - A Evolução (Livro 1) - (Em Revisão)
Aventura"A essa altura praticamente todos os alunos corriam de um lado para o outro gritando desesperadamente. O professor Caio tentava reanimar uma garota do 6º ano que tinha desmaiado logo após a explosão no teto. Alguns pularam a grade da quadra, e outro...