Os Sete Elementos - A Evolução (Livro 1) - (Em Revisão)

XVII - Desculpas

- Tyson! - Disse eu atônito. - Você é um Elemental Duplo!

- Elemental Duplo? - Repetiu Tyson. - O que exatamente isso significa?

- Você tem o controle sobre dois elementos da natureza ao invés de um. - Expliquei. - Até agora só tinha visto isso uma vez e... bem você foi o único que sobreviveu.

- Você se refere a Alice não é?

Assenti tristemente.

- Infelizmente ela não teve a mesma sorte que você.

- Desculpa por não ter te contado. Você contou sobre seu poder pra gente pouco tempo depois que os descobriu, lá na escola; ás pressas mas contou. De início achei que fosse uma brincadeira sua, mas quando disse que pretendia praticar aqui em casa com Charles e Angie, comecei a acreditar. Devia ter aproveitado o momento para ter lhe contado sobre mim, mas fiquei com medo.

- Não se preocupe cara! Eu lhe entendo. Nem sei como foi que tive coragem de contar a vocês. Acho que meu pai ajudou um pouco com isso.

- Como assim?

- No dia em que eu cheguei do hospital, eu logo subi para o meu quarto. Fiquei pensando em tudo que tinha acontecido e em tudo que poderia acontecer agora que tinha esses poderes. Fiquei com medo de machucar alguém e pra falar a verdade até me deu vontade de contar a verdade para os médicos daquele hospital esquisito e ver o que eles poderiam fazer para me ajudarem... ou seja lá o que eles fazem com os jovens elementares.

- Mas porquê você contaria isso a eles. O que acha que eles iriam fazer com você?

- Não sei Tyson. Só sei que já teve vários casos de jovens que desapareceram depois de terem dado entrada no hospital. Aparentemente só os diagnosticados como Elementais desapareceram, simplesmente sumiram do mapa. Nem fotos nem nada. É como se nunca tivessem existido. Por sorte meu pai consegui me avisar assim que acordei lá no hospital. Ele me disse que deveria evitar ao máximo que meus poderes fossem percebidos pelos médicos. Ele não teve tempo para explicar direito, mas explicou o suficiente para me preparar. 

O fato é que mesmo assim eu cheguei a pensar em contar tudo a eles e ver o que eles fariam comigo. No mínimo eles me colocariam em isolamento, longe das pessoas, e era isso que eu queria caso não conseguisse me livrar desses poderes.

- Mas por que você iria querer isso pra você?

- Eu tinha medo de machucar alguém. Quando meus poderes se manifestaram, lá no riacho, eu quase matei ao meu pai e a Angie. Vários espinhos de gelo foram lançados e muitos acertaram as árvores, onde meu pai e Angie se escondiam. Por sorte nenhum os atingiu, mas quando pensava nisso me sentia muito culpado e tinha vontade de sumir. Mas então meu pai entrou no quarto e me deu mais um de seus conselhos. Disse que o melhor para mim seria controlar meu poder ao invés de deixar ele me controlar. Foi por isso que resolvi falar com vocês.

- Agora entendi tudo. Você quer testar seus limites, saber o que você é capaz de fazer e de suportar. Não é isso?

- É. Basicamente isso. Aprendendo a usar meu poder, vai ser mais difícil de eu machucar alguém.

- Isso é verdade. E o que você fez hoje aqui foi simplesmente incrível!

- Pois é. Fiquei surpreso comigo mesmo. Eu fiquei bem exausto, mas acho que é porque nunca tinha feito isso antes. Acho que com um tempo eu vou acabar me acostumando.

- Com certeza. Espero logo, logo ter tanta prática com meus poderes quanto você tem com os seus.

- É só praticar.

- É difícil fazer isso aqui quando a casa está cheia de empregados. Você deu sorte eu ter conseguido me livrar deles por um tempo.

- E verdade. Falando nisso, eu vou logo falar com a Angie. Preciso me desculpar com ela.