Mais um dia de aula que termina, mas esse foi diferente. A escola inteira ainda parecia estar triste com o que tinha acontecido no dia anterior. Só tivemos o primeiro tempo de aula. O professor Caio não apareceu desde ontem. Na hora da saída, pude ver uma certa movimentação na sala dos professores. Não sabia o que era, mas parecia ser importante para o Sr. Budag, pois ele gesticulava muito enquanto falava.
Essa foi a vez que mais tive companhia para voltar para casa; Angie, Sofia, Tyson e Charles estavam indo comigo. Sofia estava indo passar o resto do dia na casa de Angie, enquanto Charles e eu íamos passar o resto do dia na casa de Tyson. E adivinhem: Tyson foi quem convidou.
O problema de uma pessoa encrenqueira mudar o jeito de ser é que ele acaba perdendo os "amigos" que tinha antes (não que isso fosse uma coisa ruim). Charles agora fazia parte dos "excluídos" que nem eu e meus outros amigos. Ele tinha a sorte de ser o maior da escola, por que assim ninguém se atrevia a mexer com ele, não fosse isso, ele estaria bem encrencado.
Fomos conversando e no meio da conversa entrou o Sr. Caio, nosso professor de educação física que não tinha vindo hoje a aula, sendo que hoje ele tinha os quatro tempos de aula.
- Ouvi dizer que ele estava tendo problemas com os pais da Alice. – Disse Sofia. – Parece que eles mandaram processá-lo por incompetência educacional ou sei lá o quê.
- Mas porquê? – Perguntou Charles. – Ele não teve culpa do que aconteceu!
- É verdade, mas eu não tenho certeza. Podem ser só boatos – Explicou Sofia.
- Eu não sei se são boatos ou não, - Disse eu. - mas alguma coisa deve ter acontecido, pois o professor Caio não é de faltar assim sem mais nem menos.
- Isso é verdade. – Concordou Sofia.
Angie ficou calada durante todo o percurso. Eu diminui os paços e deixei que os outros tomassem a dianteira. Abracei-a e lhe dei um beijo de afeto como se fosse para dizer: "Vai ficar tudo bem". Mas pra ser sincero, eu não sabia se ia mesmo ficar tudo bem ou se tudo ia piorar ainda mais, mas tinha que pelo menos acreditar nisso, ou ao menos tentar fazer Angie acreditar. Por fim falei:
- Angie, o que houve?
- Nada. Eu estou bem. – Disse ela sem ânimo.
- Acho que já lhe conheço bem o suficiente para saber que você não está bem. Você está triste, mas não é só isso. Alguma coisa está lhe incomodando.
- Pit, eu... – Ela se interrompeu.
- Fala. Vai ser bom desabafar. – Encorajei. – Acredite eu sei como é isso e você também já sabe.
- É que eu... eu me sinto culpada pelo que aconteceu a Alice.
- Culpada? Mas porquê?
- Eu devia ter contado a ela sobre o que poderia acontecer caso ela sofresse a transformação genética. – Disse Angie. – Talvez se... talvez se... – Ela começou a fungar feito criança e os olhos ficaram lacrimejados de lágrimas.
- Angie para! Você nem ninguém tem culpa do que aconteceu à Alice. Poderia ter sido com qualquer um, até mesmo comigo. – Disse eu tentando acalmá-la, mas essa última parte não pareceu ajudar muito.
- Não! Prefiro que aconteça comigo a acontecer com você. Tem que ter um modo de evitar que você seja afetado por essa maldita evolução.
- Angie, não tem. Isso é uma coisa que acontece aleatoriamente. Não é a gente que escolhe. Pode ser que eu nem mesmo seja afetado!
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Os Sete Elementos - A Evolução (Livro 1) - (Em Revisão)
Adventure"A essa altura praticamente todos os alunos corriam de um lado para o outro gritando desesperadamente. O professor Caio tentava reanimar uma garota do 6º ano que tinha desmaiado logo após a explosão no teto. Alguns pularam a grade da quadra, e outro...