Depois de passar na casa de Angie, finalmente cheguei em casa. Agradeci a Tyson e ao Sr. Hall e desci do carro. Fui correndo para dentro; queria logo falar com minha mãe.
- Mãe? – Chamei.
- Oi filho! – Respondeu ela de algum lugar na cozinha. – Estou aqui.
Fui até onde ela estava. Assim que me viu, ela já foi logo me abraçando dizendo que estava muito orgulhosa de mim, com um sorriso que ia de orelha a orelha que só perdia para o da minha avó.
- Deixa eu adivinhar; – Falei. – Você viu o noticiário, não foi?
- Vi sim, – Confirmou minha mãe. - e estou muito orgulhada do que você fez.
- Não foi nada mãe.
- Que seja, mas não estou só falando de você ter salvado a vida do garoto, e sim daquele garoto. – Disse ela dando ênfase na penúltima palavra. – Sua vó me contou que ele apronta com você de vez em quando... – esperava que minha avó tivesse pulado a parte que fui parar na diretoria por bater nele - ... e que você andou brigando com ele ontem. – claro que eu não ia ter tanta sorte assim.
- Sobre a briga, – Disse eu tentando começar a me explicar. – eu posso explicar...
- O que eu quero dizer, filho – interrompeu minha mãe – é que mesmo com esse ocorrido, você não hesitou em salvar seu colega e arriscou a própria vida por ele. Seu pai ficaria orgulhoso.
Houve um pequeno momento de silêncio.
- Sobre o meu pai, – Eu falei finalmente. – o que exatamente você ia me contar hoje mais cedo?
- Deixe isso para amanhã filho. – Pediu minha mãe – Já está tarde e vamos ter tempo pra isso.
- Eu já esperei demais mãe, não vou conseguir esperar mais. Sabe como sou ansioso.
- Isso é verdade. – Concordou ela. – Mas você consegui enfrentar uma sala em chamas, vai sobreviver uma noite sem saber o que tenho a dizer. Agora nós vamos comer e amanhã falamos sobre isso.
- Mãe!!!
- Sem essa de "mãe". Amanhã conversamos. - Disse minha mãe, encerrando a conversa.
Voltamos para a cozinha onde minha avó já estava colocando os pratos na mesa. Na certa ela tinha ouvido a conversa e estava compactuando com o plano maléfico de minha mãe de não falar seja lá o que fosse que tinha para me contar. Eu também nem discuti muito pois sei que quando minha mãe decide uma coisa não há quem a faça mudar de ideia. Isso é fato. Além do mais, realmente já estava tarde. A "brincadeirinha" na escola acabou demorando muito mais tempo que o esperando, e já era noite quando cheguei em casa.
Quando terminamos de jantar, escovei os dentes, joguei um pouco no computador e fui dormir. Tinha sido um dia cansativo. Não é todo dia que entro em uma sala em chama e carrego um cara de uns 80 kg nos ombros, mas apesar de tudo foi um bom dia. Foi a vez que passei mais tempo com a Angie, o que não precisa explicar o motivo de eu estar tão feliz.
Quando caí na cama acho que já foi dormindo. Infelizmente eu não dormi bem essa noite. Tive pesadelos, o que não era comum no meu caso.
Sonhei que estava andando em uma floresta e de repente um estava totalmente sem saída. Olhei para trás de mim, tinha uma parece enorme de pedras, do meu lado esquerdo, chamas se espalhavam por toda parte, formando uma barreira flamejante. No lado direito, uma parede de metal se erguia, maciça. Na minha frente, um paredão de espinhos e trepadeiras impedia minha passagem. A única saída era pra cima, mas então uma grande tempestade começou a se formar. Ventos fortes e muitos raios caiam em todas as direções, mas não me acertavam, apenas as pontas dos espinheiros e as pedras. De repente um raio atinge a parede de metal. A eletricidade foi tão forte que pude sentir o choque no chão onde eu estava.
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Os Sete Elementos - A Evolução (Livro 1) - (Em Revisão)
Macera"A essa altura praticamente todos os alunos corriam de um lado para o outro gritando desesperadamente. O professor Caio tentava reanimar uma garota do 6º ano que tinha desmaiado logo após a explosão no teto. Alguns pularam a grade da quadra, e outro...