Capítulo 15°

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Acordo em um sobressalto e levo as mãos para a barriga instintivamente, tentando decifrar o que foi ficção e o que foi realidade

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Acordo em um sobressalto e levo as mãos para a barriga instintivamente, tentando decifrar o que foi ficção e o que foi realidade.

Felizmente a única parte do meu sonho que saiu do meu subconsciente foi o suor que agora sinto na minha testa.

Lembro que não estou sozinha e olho para o lado com a esperança de que não tenha acordado Yoriichi com meus movimentos bruscos.

Para minha sorte ele continua dormindo, está deitado virado em minha direção e sua face permanece tranquila.

Tudo está tão silencioso que posso ouvir a respiração baixa e ritmizada dele.

Me perco em sua beleza por um instante, até sentir as minhas mãos que ainda repousam sobre minha barriga tremendo.

Me levanto do fuuton tentando não fazer barulho desnecessário e vou até o banheiro.

Abro a torneira e jogo um pouco de água morna no rosto.

Fico apoiada ali por um tempo, acho que se passam alguns minutos antes que minha respiração se regule novamente e eu pare de tremer.

Volto para o quarto indo em direção ao meu fuuton quando algo da janela chama minha atenção.

A lua está cheia hoje e seu brilho clareia todo o cômodo.

Vou andando até a janela e a abro, passando uma perna por vez sobre o batente consigo me equilibrar no parapeito.

O chão quase alcança meus dedos, só alguns centímetros estão separando a neve dos meus pés, que agora estão balançando levemente para frente e para trás.

Olho para dentro do quarto para conferir se Yoriichi está coberto e não vai sentir frio com a janela aberta.

Ao ter a confirmação viro-me novamente para o céu estrelado.

Não consigo desviar os olhos da lua, é como se ela tivesse puxado meus olhos.

Como se quisesse que eu a visse.

O ato de olhar o manto escuro da noite me traz uma estranha sensação de nostalgia.

Como se em algum lugar ou em alguma outra vida fazer isso fosse muito importante para mim.

Muitas emoções chegam até mim mas não consigo as compreender, é como se no momento em que eu as acolhesse elas fossem arrancadas de mim.

Fecho os olhos e sinto o vento gelado da noite contra meu rosto pálido balançando meus cabelos.

Solto um suspiro e falo baixinho.

- O seu rosto está sumido da minha memória meu amor - digo olhando para a lua como se fosse a pessoa que tanto sinto falta. -, a sua risada e sua voz estão ficando cada vez mais distantes. E esquecer é uma coisa triste demais.

Sinto uma ardência atrás dos olhos e logo em seguida as gotas quentes escorrendo.

- O ano passou tão rápido e tão devagar ao mesmo tempo, não tem um dia que eu não sinta sua falta. - o gosto salgado das lágrimas chega na minha língua. - Enfim, só queria te desejar um feliz aniversário. Espero que seja feliz onde quer que esteja.

𝐌𝐄𝐌𝐎𝐑𝐈𝐄𝐒 - 思い出Onde histórias criam vida. Descubra agora