10_ O que é isso??

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Apertei na tela, colocando o sinal de check, no pequeno quadradinho da minha agenda no tablet que estava em minha mão. Aquele dia era, oficialmente, sexta-feira. Um quase final de semana com muitos eventos em apenas um dia e um até que duraria até o dia seguinte.

Já passava das 10h da manhã naquela altura e eu estava ansiosa para sair dali logo dizendo que eu completei um dos primeiros eventos do dia. Felizmente, já estava acabado e eu tinha que correr para o outro.

ㅡ O Oliver ainda não chegou? ㅡ Honey questionou se aproximando de mim com um copo grande de café em mãos. ㅡ Eu iria de carona com ele.

ㅡ Sra Dohara? ㅡ Uma voz masculina soou atrás de nós, até que nos viramos e vimos um dos cara da equipe. ㅡ O Sr Shall disse que vai direto até o local do próximo evento.

ㅡ O que?? Por que? ㅡ Honey perguntou, o que fez o homem dar de ombros antes de sair de perto de nós. ㅡ Como é que eu vou pro local? Eu sou a única aqui que não tem carro.

ㅡ Eu te levo, Honey, tão simples. ㅡ Murmurei, desligando o tablet em minha mão. Ela arregalou os olhos por alguns instantes antes de abrir a boca. ㅡ O que foi?

ㅡ Tem certeza? Você nunca dá carona para ninguém.

ㅡ Ue, ninguém me pede. O resto da equipe vai com os carros que a empresa proporciona, você vai sempre com o Oliver. ㅡ Expliquei, gesticulando com a mão direita. ㅡ Eu posso muito bem levar todos para a casa, mas nunca me pedem.

ㅡ Ok, Lily, eu já entendi. ㅡ Honey ergueu as mãos demostrando que entendeu. ㅡ Eu vou pegar as minhas coisas e a sua.

Assenti, apressadamente, com a cabeça antes de olhar ao redor mais uma vez. Aquele espaço estava maravilhosamente organizado, lindo, chique e outras coisas mais que podemos acrescentar. Eu amava meu trabalho como organizadora e gostava da sensação de estar fazendo o que eu gostava e de estar sendo bem vista pelo meus trabalhos.

Entretanto, uma sensação diferente invadiu o meu peito de repente. Uma sensação de... Vazio.

Como eu disse, assim que eu consegui sair do Brooklyn por causa do meu trabalho eu não pensei duas vezes. Conversei com minha família ㅡ que no caso se consistia em apenas a minha mãe e o meu irmão mais novo ㅡ, e logo comprei uma casa em Manhattan com ajuda da minha mãe.

Admito que foi bem difícil me mudar de lá e deixa-los sozinhos. Até queria que eles viessem comigo, mas a minha mãe não queria ser um " peso " na minha vida e decidiu que ficaria por lá. É claro que eu tentei convencê-la do contrário, mas como não chegou a lugar nenhum acabei vindo sozinha.

Eu sentia saudade deles.

E a sensação de vazio em meu peito me fazia lembrar do quanto a saudade do meu lar era torturante. O que é isso? Apenas saudades dele ou tem algo a mais?

ㅡ Aqui está, Lily. ㅡ Honey estendeu a minha bolsa, o que me fez voltar a realidade. ㅡ O que foi? Tudo bem?

ㅡ Oi? Sim, sim. ㅡ Assenti freneticamente pegando a bolsa da mão dela. ㅡ Claro, Honey. Estava apenas pensando no evento de agora. Podemos ir?

ㅡ É claro.

Honey assentiu, em seguida nós duas fomos até o estacionamento do local conversando sobre como organizaríamos o evento de agora.

Aquela sensação ainda estava dentro do meu peito, e eu tentava disfarçar a todo custo.

[...]

Suspirei, cansada, enclinando meu rosto para frente observando ao redor procurando alguma forma de entrar na garagem da minha casa.

Naquela altura, já passava das 10h da noite. Eu me sentia extremamente exausta por aquele dia de organização ter sido tão exaustivo, mas ainda sim me sentia orgulhosa por ter completado mais um dia.

Eu só queria ir para a minha cama, porém, um caminhão grande de mudança estava na frente da minha casa. Ou melhor, na frente da rampa onde eu subia com o carro para entrar e sair da garagem.

Respirei fundo, controlando o grito de irritação. Sai do carro rapidamente soltando grunhidos de irritação, andei em passos firmes até o caminhão. Procurei qualquer sinal de pessoa ali dentro, e quando eu não encontrei corri até a casa do lado. Onde estava grandes caixas ali e até uma cômoda.

ㅡ EI!! ㅡ Bati palma, gritando alto na tentativa de chamar alguém. ㅡ EI!!! ㅡ Gritei mais uma vez, até que a porta foi aberta e uma pessoa saiu de lá.

ㅡ Quem me cha... ㅡ A pessoa murmurou enquanto saia da casa, até que eu me peguei numa situação chata e desconfortável de novo. E, como estava se tornando um costume repetitivo, era ninguém menos que Christian. ㅡ Lily?

Ah, fala sério! O que é isso?? Que raios é isso para insistir que o Christian fique no meu caminho???

ㅡ Espera... ㅡ Ergui minha mão tentando reconhecer. Agora que eu me toquei que eu conheci a irmã dele porque éramos vizinhas a muito tempo, e como ela descobriu o meu trabalho me pediu para encaixar o casamento dela na minha agenda. ㅡ Essa é a casa da sua irmã, certo?

ㅡ Certo.

ㅡ Ela já voltou da lua de mel?

ㅡ Na verdade, não. ㅡ Christian negou erguendo a mão e se encostando no batente dea porta. ㅡ Essa casa era minha, na verdade. Eu morava aqui a muito tempo, só que como ela estava terminando a faculdade me pediu essa casa até o dia do casamento dela.

ㅡ Então... ㅡ Olhei ao redor hesitando fazer aquela pergunta que, consequentemente, me incomodava só em cogitar. ㅡ Quer dizer que somos vizinhos agora?

ㅡ Vai ser um prazer tê-la como vizinha, Lily. ㅡ Ele piscou o olho para mim, antes de pegar uma das caixas e entrar na casa sem olhar para atrás.

•••

Lily e Christian, Um Amor em Nova IorqueOnde histórias criam vida. Descubra agora