43_ Você comprou o imóvel?

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LILY

Lily- Ótimo! A reforma pode ser aos poucos, Sr Roberts, ainda mais sabendo que eles estão querendo reabrir.

Locador- Ok, Srta Cooper. Como você quiser.

Locador- Até mais.

Lily- Até!

Desliguei a ligação, voltando a encarar a Brooke que estava sentada na ponta do sofá me olhando com a testa franzida.

ㅡ Você tá cometendo um erro. ㅡ Brooke afirmou, passando a língua pelos lábios. ㅡ Fofo. Mas ainda sim é um erro.

ㅡ O que? Não, Brooke! Estou fazendo isso pelo Christian! ㅡ Afirmei, soltando o meu celular em cima da mesinha. ㅡ Eu vi o quanto ele estava abalado por não conseguir estabelecer as coisas na biblioteca.

ㅡ Mas precisava disso? Era só fazer uma doação anonimamente. Ele tem cara de que é orgulhoso. ㅡ Brooke me analisou.

Pois é, ela tinha razão. Christian era irrevogavelmente orgulhoso e tinha possibilidades dele ficar um pouco irritado, mas eu não estava me importando.

Além dele, tinha a Greta. Ela ficaria sem trabalho caso eles não pagassem o aluguel.

E eu NUNCA deixaria isso acontecer.

ㅡ Eu sei... ㅡ Fui até ela e sentei ao seu lado. ㅡ Mas, eu não consegui, ok? Eu vi o quanto ele estava triste em me contar a situação da biblioteca. Eu não gostaria que ele ficasse sem trabalho.

Brooke suspirou, ouvindo minhas palavras. Até que ela pegou em minha mão.

ㅡ Você é minha amiga, Kitkat. Vou te apoiar em tudo, até nas ideias malucas. ㅡ Soltei uma risada junto a ela. ㅡ Eu nunca achei que teria a chance de te ver assim.

ㅡ Assim como?

Apaixonada. ㅡ Brooke riu. ㅡ Sei lá! Você sempre foi pé no chão, sabe? Sempre falou com a convicção dizendo que não poderia se apaixonar e que não estava pronta para ter uma figura masculina.

ㅡ Eu não estava. ㅡ Falei, abaixando um pouco minha cabeça ao sentir minhas bochechas ficarem quentes. ㅡ Eu não queria me apaixonar, ou pelo menos não por agora. Queria ter alguém que me amasse, mas eu não achava que o momento certo era agora.

Até que Christian quase me fez atropelá-lo no trânsito.

ㅡ Eu me irritava só de ouvir a voz dele. ㅡ Comentei, colocando meu cabelo atrás da orelha. ㅡ Agora eu quero ele cada vez mais perto de mim. Realmente, os sentimentos são incontroláveis.

Realmente. ㅡ Brooke balançou a cabeça concordando, com um olhar distante.

Apertei meus olhos olhando para a sua expressão e, consequentemente, abri um sorriso imaginando o que era. Era como se, praticamente, o nome Justin Ricci estivesse escrito na testa dela.

ㅡ Que tal chamarmos os meninos para uma sessão de filmes e comida? ㅡ Indaguei, estalando os dedos na frente do rosto da Brooke chamando a atenção dela.

ㅡ Han? O que?

Revirei meus olhos, me enclinando para pegar o celular novamente.

***

ㅡ Nem vem, Justin Ricci! Cai fora daqui! ㅡ Brooke pedia, pela vigésima vez, enquanto o Justin apenas olhava para ela daquele mesmo jeito de antigamente.

Não fazia tanto tempo que os garotos estavam ali, mas tempo suficiente para que estivéssemos conversado e organizando o que faríamos naquela noite. Ou melhor, quase tudo.

Ri deles caminhando até a cozinha, pegando uma das sacolas de mercado e puxando a farinha de trigo que estava lá dentro.

ㅡ Nunca fiz torta na vida. ㅡ Resmumguei para mim mesma, colocando a farinha sobre a mesa e erguendo a minha mão para prender meu cabelo.

De repente, senti dois braços rodeando a minha cintura e um corpo quente se aproximando das minhas costas. Suspirei, sentindo a respiração dele se aproximando da minha orelha.

Uma arrepio correu pelo meu corpo inteiro.

Arfei.

ㅡ Eu posso te ajudar com isso. ㅡ Christian deixou um beijo na minha bochecha. Sorri. ㅡ Assim podemos ser mais rápidos.

ㅡ É uma boa ideia. ㅡ Afirmei.

Ele se afastou um pouco de mim, passou suas mãos delicadamente pelos fios do meu cabelo, puxou a xuxinha do meu braço e prendeu eles. Em seguida, deixou um beijo rápido em meu pescoço.

ㅡ O que pretende fazer exatamente?

ㅡ Torta. ㅡ Respondi, apontando para a farinha. ㅡ Estou pensando em salgada ou doce. O que acha?

ㅡ Doce. ㅡ Christian sorriu abertamente. ㅡ Qual sabor?

ㅡ Hmmm... ㅡ Abri a porta da geladeira, observei tudo lá dentro e sorri ao ver que ainda tinha as frutas vermelhas. ㅡ Ainda tenho as frutas vermelhas. ㅡ Peguei a vasilha, quase cheia, das frutas antes de fechar a geladeira.

ㅡ Ai, surtadinha, vai ficar incrível! ㅡ Christian me deu um selinho rápido. A animação dele me fez rir. ㅡ Por onde começamos?

ㅡ Vê a receita no meu celular. ㅡ Indiquei meu celular que estava no balcão.

ㅡ Tem senha?

Neguei prontamente.

Tá certo, a maioria das pessoas tem senha por segurança. Mas para mim eu achava que era mais fácil ter o celular desbloqueado.

Além do mais, a minha vida era corrida. As vezes nem lembrava de comer, imagina as senhas que eu poderia colocar.

ㅡ Encontrou? ㅡ Encarei Christian, percebendo que ele passou tempo demais olhando o telefone sem dizer uma palavra. ㅡ O que foi? ㅡ Franzi a testa, vendo que a expressão dele saiu de animação e foi para decepção.

Ele ergueu o olhar lentamente para mim em um silêncio assustador.

ㅡ Você comprou o imóvel? ㅡ Congelei no mesmo instante após a pergunta sair pela sua boca.

Engoli em seco sentindo meus pés grudarem no chão.

ㅡ Christian... ㅡ Sussurrei.

ㅡ Responde! ㅡ Ele esbravejou, me fazendo dá um passo para atrás. ㅡ Você comprou a biblioteca??

ㅡ S... Sim! Mas... mas deixa eu explicar! ㅡ Gaguejei, me aproximando dele para tentar segurar seu braço.

ㅡ Não me toca! ㅡ Ele deu um passo para atrás.

ㅡ Gente, o que foi?? ㅡ Justin e Brooke apareceram na porta da cozinha.

ㅡ Nada! ㅡ Christian gritou, com seu olhar irritado fixo ao meu.

ㅡ Christian...

Ele se virou saindo da cozinha, empurrando a Brooke e o Justin, me deixando ali com o coração na mão.

•••

Lily e Christian, Um Amor em Nova IorqueOnde histórias criam vida. Descubra agora