CHRISTIAN
Coloquei a última caixa da encomenda em cima de uma pilha delas que eu tinha acabado de fazer, ouvindo a voz da Greta atrás do balcão demonstrando irritação. Suspirei, abaixando meus ombros, já sabendo o motivo.
Me aproximei do balcão esfregando minhas mãos umas nas outras, parando para ouvir a Greta.
ㅡ Não... Eu sei que o aluguel do imóvel está atrasado. ㅡ Greta falava. Eu já podia imaginar a voz do locador do outro lado da linha exigindo o pagamento. ㅡ As vendas não foram boas esse mês, além disso estamos parados porque fomos invadimos pela água. Tem chovido tanto...
Pior que era verdade. Nos últimos dias o que tem mais feito é chover e acabando totalmente com a estrutura antiga da biblioteca, que já estava caindo aos pedaços.
Eu me sentia perdido no meio de toda aquela confusão.
Eu não tinha dinheiro, não tinha de onde tirar. A minha renda ultimamente era as entregas, mas com toda essa bagunça da biblioteca eu tive que diminuir meus turnos a noite para ajudar a Greta na reforma e nas coisas que precisávamos.
Puxei o telefone do bolso, caminhando para a última mesa que restou e me sentando na última cadeira que havia restado. Disquei o número da tia Clarice, esperando que ela me atendesse e que eu não estivesse atrapalhando ela.
Clarice- Christian?
Christian- Oi, tia Clarice! Atrapalho?
Clarice- O que? Querido, jamais! É uma alegria receber um telefonema seu.
Abaixei meus ombros, com um aperto no peito. Clarice foi uma mulher incrível desdo momento em que eu e minha mãe nos mudamos para casa dela. E ela continuava sendo até mesmo após a morte da minha mãe e toda a mudança que eu fiz.
Ela era como uma mãe. Uma segunda mãe.
Clarice- Como estão as coisas por aí? Muita correria nos dois trabalhos?
Soltei o ar com força, sentindo meu peito se apertar novamente.
Christian- Não, tia, infelizmente. As coisas estão indo de mau a pior.
Clarice- Por que, querido? O que aconteceu?
Christian- Esses dias de chuva tem acabado totalmente com a estrutura da biblioteca, o que resultou em todos os móveis destruídos e as estantes também. Por sorte, os livros conseguimos salvar, mas estamos fazendo mais encomendas.
E as encomendas estão custando mais que o normal, e tá levando todo o dinheiro que era para pagar o aluguel e inclusive a reforma.
Christian- E estamos sem dinheiro. Temos que pagar a reforma, o aluguel, as encomendas, os móveis que precisamos por no lugar. Eu tô me sentindo tão sufocado, tia, tá tudo tão ruim...
Abaixei minha cabeça, com um nó se formando na minha garganta por estar naquela situação tão chata e angustiante. Eu não sabia o que fazer.
Eu me sentia cada vez mais afundando em algo ruim, e eu sentia como se nada pudesse me tirar de lá. Porém, alguém em especial estava fazendo mais que isso.
Clarice- Sinto muito, meu menino... Eu queria poder fazer algo para te ajudar, mas eu estou sem dinheiro também. Vou começar as vendas dos biscoitos essa semana.
Christian- Tia, não é preciso que faça algo. Eu só precisava desabafar com alguém e eu só confio na senhora. Como uma mãe.
Clarice- Você é como um filho para mim, meu menino. Por isso eu quero que venha me fazer uma visita amanhã. Preciso de ajuda para as fornalhas de biscoitos.
Abri um sorriso, já imaginando de qual tipo de ajuda ela precisava.
Christian- Quero levar uma pessoa para a senhora conhecer.
Clarice- Quem? Uma... Namorada?
Sorri de ladinho, lembrando automaticamente da Lily. Aquela mulher me fazia tão bem, como alguém jamais fez na minha vida.
Eu sabia que precisava dela ao meu lado.
Christian- Quase, tia. Bem quase.
Clarice- Estou louca para conhecê-la, meu querido. Até amanhã!
Christian- Até amanhã, tia.
Encerrei a ligação, antes de apertar o telefone entre meus dedos e suspirar pesadamente pensando no que eu poderia fazer naquele momento.
ㅡ Chris? ㅡ Olhei para ao lado ouvindo a voz da Greta. ㅡ Me ajuda com isso, por favor.
Guardei o celular no bolso me levantando da cadeira e indo até a mesma para ajudá-la.
***
ㅡ Eu fiz o jantar. ㅡ Justin sorriu mostrando a bandeja de macarrão com queijo, assim que entrei na cozinha em passos lentos.
Puxei meus cabelos, recém molhados, para atrás, enquanto entrava na cozinha.
ㅡ Tudo bem com você? ㅡ Ele perguntou com a testa franzida, comprimindo os lábios.
Sentei-me na cadeira, vendo que ele puxou o prato e começou a colocar o macarrão.
ㅡ Mais ou menos. ㅡ Esfreguei minhas nuca, mordendo meu lábio inferior. ㅡ São as coisas complicando.
ㅡ Com a Lily?
ㅡ O que tem a Lily? ㅡ Ergui a sobrancelha, encarando ele.
ㅡ Sei lá! ㅡ Ele deu de ombros. ㅡ No dia do evento vocês estavam muito bem, mas quando eu fui buscar ela com a Brooke ela estava um pouco distante. Vocês brigaram?
ㅡ Não... ㅡ Balancei a cabeça, negando. ㅡ Estamos muito bem. Eu só... Estou passando por problemas e não quero que ela fique nesse ambiente onde eu me encontro.
ㅡ E você já falou isso para ela?
ㅡ Por que eu falaria? ㅡ Questionei-o. ㅡ Eu só preciso esfriar a cabeça, Justin. A Lily... ela não merece estar aqui.
ㅡ Ela não merece se afastada sem motivo nenhum por alguém que ela gosta. ㅡ Justin colocou o prato na minha frente, antes de sentar na cadeira ao meu lado. ㅡ Olha, a vida da Lily não me diz respeito. Mas, eu conheço ela a anos e vi que ela sofreu com a perda do pai dela.
ㅡ O pai dela morreu?
ㅡ Não, ele só simplesmente foi embora e deixou os filhos nas costas da mãe dela sem mais nem menos. ㅡ Justin explicou, fazendo um aperto surgir no meu peito.
ㅡ Eu não sabia...
ㅡ Ela não é de contar a vida dela. Assim como você. ㅡ Justin deu de ombros. ㅡ Então, Christian, não faz isso com ela. Lily é uma mulher incrível, e se ela deixou uma figura masculina entrar na vida dela sem ser o irmão é porque ela realmente gosta de você.
•••
Namaste!Publicando dois para finalizar a semana porque na próxima prevejo o início da reta final e estou bem ansiosa para isso.
ENJOY! ♡
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Lily e Christian, Um Amor em Nova Iorque
RomansaLily sempre gostou da sua vida cheia de eventos chiques, casamentos, e várias outras agitações que sua vida profissional trazia. Sendo uma das melhores organizadora de eventos da sua cidade no momento, a paz que ela queria estava bem longe de aconte...