Lily e Christian, Um Amor em Nova Iorque

23_ Diferente.

Eu nunca ri tanto em apenas uma noite.

Nunca sorri tanto como naquela noite.

Nunca olhei para uma pessoa de forma diferente como olhei para... Ele.

Em anos eu tranquei a minha vida amorosa em uma jaula que nunca poderia se abrir. Ter uma figura masculina na minha vida era como se eu estivesse colocando meus sonhos e meus objetivos abaixo dele.

Na minha cabeça, ou melhor, antes eu pensava dessa forma.

Quando o meu pai foi embora eu ainda estava no ensino médio. Larry ainda estava no ensino fundamental e eu sinto que ele bloqueou totalmente o nosso pai da vida dele, assim como eu fiz. Por isso eu afastei a minha vida amorosa de mim e todos os caras que cruzaram meu caminho.

Não por medo do abondono, e sim por eu não ver necessidade de ter um homem na minha vida. Além disso, eu nunca senti um sentimento tão forte por algum cara para que eu quisesse tê-lo ao meu lado.

Só que naquela noite eu me peguei em uma situação diferente. Christian estava sorrindo para mim a todo segundo, seus olhos negros estavam focados nos meus transmitido segurança e proteção.

Era algo que achei que demoraria para acontecer.

Era algo que eu achei que nunca aconteceria comigo.

Acordei naquele sábado com um enorme sorriso bobo nos lábios. Acabei chegando quase 2h da manhã e eu precisava dormir mais, porém, assim que eu acordei percebi que ainda eram 09h. Sorri.

Abri as janelas vendo que o sol brilhava longe e as nuvens cobriam boa parte do céu. Estava um dia bom e com um vento ótimo.

Sai do quarto após fazer a minha higiene, com o celular em mãos. Meu estômago roncava e eu necessitava de um belo café da manhã.

Uma batida na porta me fez dá a meia volta, indo até a porta e abrindo-a. Era a Brooke.

ㅡ Brooke? O que tá fazendo aqui tão cedo? ㅡ Questionei, vendo que ela desfez a expressão de felicidade.

ㅡ Um bom dia para você também! ㅡ Ela me empurrou passando por mim e entrando.

ㅡ Desculpa, diamante. Bom dia. ㅡ Ri fechando a porta e seguindo-a até a cozinha. ㅡ Só estou surpresa.

ㅡ Eu sei. ㅡ Ela riu colocando a mochila, que nem havia percebido que ela segurava, em cima do sofá. ㅡ Eu só vim passar o final de semana com você.

ㅡ Jura?? ㅡ Abri um sorriso empolgado. Eu amava meus finais de semana com ela. ㅡ O que é isso na sua mão? ㅡ Perguntei curiosa ao ver que ela segurava uma vasilha.

ㅡ Bolo de morango. ㅡ Ela estendeu a vasilha com um sorriso. Eu era irrevogavelmente apaixonada pelos bolos de morango da Brooke. ㅡ Fiz para a gente tomar café.

ㅡ Ai, Brooke, como eu te amo! ㅡ Peguei a vasilha da mão dela. ㅡ Você leu a minha mente. Vamos! ㅡ A puxei até a cozinha. ㅡ Temos que ter uma looonga conversa!

Ela grunhiu enquanto eu a puxava.

***

ㅡ E como é que foi lá o encontro com o Christian? ㅡ Brooke perguntou bebendo um pouco do seu refrigerante. Ao lembrar, automaticamente, um sorriso bobo surgiu. ㅡ Pelo visto...

ㅡ Ai, Brooke! Foi algo totalmente inusitado! ㅡ Sibilei, encostando a minha cabeça no sofá. Naquele momento estávamos sentadas na sala, com os nossos refrigerantes, o bolo pela metade e na TV estava na Nickelodeon em um episódio de Bob Esponja. ㅡ Ele comprou ingressos para assistirmos uma peça na Broadway.

ㅡ Broadway?? Hum... ㅡ Ela abriu um sorriso malicioso de ladinho. ㅡ Que chique! Ficou tudo escuro lá?

ㅡ Claro. ㅡ Assenti na maior inocência, porém, assim que reparei na expressão da Brooke me toquei. ㅡ Brooke!

ㅡ Foi mal! ㅡ Ela riu erguendo os braços. ㅡ Continue.

ㅡ A peça foi incrível! E depois disso saímos de mãos dadas para comermos nos podrões que... ㅡ Brooke me interrompeu.

ㅡ Perai, perai, perai. ㅡ Ela ergueu uma das mãos. ㅡ Mãos dadas? Foi isso mesmo que eu ouvi?

Sorri, balançando a cabeça em concordância, sentindo minhas bochechas ficarem quentes ao lembrar da sensação que eu senti com o toque dele.

ㅡ Awwwn... ㅡ Brooke sorriu. ㅡ Que sorriso é esse, Lily?

ㅡ Ah, Brooke, eu não sei bem como explicar. ㅡ Comentei, segurando o cordão em meu pescoço. ㅡ Foi... Diferente. Você sabe que eu nunca me relacionei e nunca quis ter um homem na minha vida que não fosse parceiro de trabalho ou parente. Sabe que a minha figura paterna não foi uma das melhores.

ㅡ Lily... ㅡ Brooke tocou em minha mão. ㅡ O que você tá querendo dizer com isso?

ㅡ Estou querendo dizer que é diferente estar nessa situação pela primeira vez. Ainda mais com o Christian que a uma semana atrás eu jurava de pés juntos que não queria ele nem como vizinho. ㅡ Afirmei, mordendo meu lábio inferior.

ㅡ Olha... ㅡ Brooke deixou seu refrigerante em cima da mesa ao lado do bolo. ㅡ Eu sei que não sou a melhor pessoa para lhe dá um conselho em relação a esse bloqueio que você tem na figura masculina. Até porque eu e o meu pai temos uma ótima relação. ㅡ Brooke começou a falar. ㅡ Só que o Christian não é o seu pai.

Assim que ela terminou de falar meu coração pulsou rapidamente dentro do meu peito pelo impacto das suas palavras. Ela tinha razão, não tinha? Christian não era meu pai...

Ele era... Diferente.

•••