XV.

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A guerra tinha chegado.

Os mensageiros disseram ser possível ver os bárbaros ao longe, caminhando com um número assustador.

— E se ainda tivermos números baixos? — Jungkook se lembrava de ter perguntado para Taehyung, ansioso. Era ainda pior saber que Taehyung era um dos que estariam na linha de frente. Ele teria que fazer mais do que realmente deveria. — E se os bárbaros-

— Jungkook, está tudo bem! — Taehyung garantiu, tocando em sua bochecha, um sorriso doce nos lábios. — Nós venceremos.

Jungkook assentiu, tentando agarrar aquelas palavras com todas as suas forças.

Desde então, ele tem estado dentro do porão, pés batendo nervosamente enquanto aguardava por notícias. Ninguém apareceu já faz horas, e ele está com um mau pressentimento.

— Eu vou ir verificar — ele disse, já indo até a porta. Seus amigos se levantaram, segurando-o. — Me soltem! Qual o problema de vocês?

— Taehyung nos alertou do perigo! Você deveria ficar aqui. Vou verificar para você — Jimin disse, já tomando seu lugar em frente a porta. Mas Jungkook tinha seus próprios planos.

— Segurem ele — ele disse, e por mais que os outros discordassem, fizeram como solicitado. — Não vou colocar vocês em risco. Eu vou lá.

— Você é quem não devia se arriscar, alteza — uma das jovens lá dentro mencionou.

— Está tudo bem! Tenho certeza que Taehyung fará um bom trabalho em me proteger — ele brincou, e a menção do nome pareceu acalmar a todos. — Eu não irei longe. Voltarei logo.

Jungkook saiu antes que eles pudessem dizer algo. Ele sabia que Taehyung estava distante, então não poderia realmente ajudá-lo. Mas ele era um guerreiro agora! Não estava completamente despreparado. E, além do mais, Taehyung tinha razão. Suas chances de vencer eram grandes, mesmo que os guerreiros escolhidos para somar não fossem eficientes o suficiente. Seguindo a tática de Taehyung, daria certo.

Jungkook bufou para si mesmo, subindo escadas e mais escadas. A ansiedade começou a corroer dentro dele a cada novo passo que se aproximava mais das janelas.

Ele engoliu, sabendo que deveria ficar distante delas. Mas era impossível. Faziam horas. Ele exigiu informações o mais rápido possível. Não fazia sentido o deixarem no escuro. Seu avô também estava lá, e Jungkook se sentia péssimo por não ser ele. Mas mantê-lo vivo era o que realmente importava, então não podia fazer muito além de sentar e esperar.

E sair escondido.

O som das espadas se chocando passou a ser ouvido ao longe. Jungkook travou por alguns segundos antes de voltar a caminhar, alguns metros distante das janelas.

Pouco a pouco, ele se aproximou, olhos para o chão quando tocou suas mãos no apoio. Engolindo, ele juntou toda a sua coragem para levantar o olhar. E a visão que surgiu em sua frente fez todo seu corpo congelar.

Só havia vermelho. As vestes do reino eram as únicas coisas que cobriam o chão, disparados de forma irregular, como se a fuga tivesse sido impedida. Eram muitos. Os bárbaros ainda atacavam, com seu número gigantesco. Era como se nem mesmo tivessem tido baixas. Jungkook sentiu o ar faltar por alguns segundos, notando diversos guerreiros do reino aliado no chão. Jungkook se sentiu fraco, uma intensa tontura o atingindo.

Eles estavam sendo aniquilados. A linha de frente era a mais forte entre eles, e todos estavam no chão, mortos! Se eles não tinham sido capazes de parar o inimigo, quem seria? Seu coração apertou. Seu povo dentro do porão acreditava no mesmo que ele — na vitória. E agora ambos estavam sem isso.

Tese do Anjo Cruel | taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora