Éramos apenas crianças, guardamos nossos sentimentos em um cofre lacrado, e fechamos a sete chaves.
Mas e agora? Podemos ser verdadeiros um com o outro, verdadeiros de verdade.
Feliz aniversário de 16 anos Goh.
~Ash
(Continuação da fanfic "Do not Go...
A noite estava silenciosa, mas em compensação a mente de Ash estava tudo, menos em silêncio. Havia falado muitas coisas pro garoto, mas não tinha culpa, sempre foi alguém extremamente sincero. E não sabia esconder quando não gostava de algo, mesma coisa se gostasse. Tinha ficado preocupado se Goh, não tivesse gostado do seu avanço, e desligou porque se sentiu desconfortável.
Mas para sua surpresa, era o contrário. Em pensar que ele apenas, tinha ficado envergonhado, faz um sorriso de orelha a orelha surgir no rosto, já iluminado de Ash. Estava ansioso para revê-lo, mais ansioso que nunca, adoraria adiantar a viagem de novo. Pois, na sua opinião, estava demorando muito para seu gosto.
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Ash
Tentei dormir após ter encerrado a chamada com Goh, ele parecia surpreso por eu ter falado que antes eu adorava observar ele dormir. Não podia fazer nada, se o garoto era extremamente fofo até quando dormia, só de lembrar dele todo encolhido de baixo das cobertas com os lábios semi-abertos. Já me causava calafrio no corpo inteiro, junto com um calor estranho esquentando meu coração.
Eu e Goh praticamente estávamos um dando em cima do outro, durante a chamada que tivemos hoje de manhã. Saber que ele apenas havia ficado sem jeito naquela hora, fazia meu coração se iluminar de alegria. Nem ao menos havia lhe visto ainda, e já estava eufórico desse jeito. Realmente o amava, e não importava o quão longe ele estivesse, ou quanto tempo, haviam ficado separados. Seu sentimento estava sim diferente, muito mais forte que antes, mas ainda assim era o mesmo.
Com meus pensamentos vagando até ele, toda vez que simplesmente fechava os olhos. Ver seu rosto, ouvir totalmente sua voz, pessoalmente, sem ser por uma chamada. Abraça-lo, e quem sabe, e até mesmo beijá-lo como nos velhos tempos. Realmente mudei um pouco, depois daquela época, eu li, estudei. E até algumas coisas suspeitas, que acho que não devia ter feito, pensando no mesmo. A culpa não é totalmente minha, tenho dezesseis anos, quase dezessete, então quando o assunto é 'aquilo', eu sou meio experiente.
Quando consigo pegar no sono, novamente sonho com ele, com seu sorriso, ele me abraçando. E passando o tempo inteiro juntos, espero que fosse uma prévia do futuro, já que amaria que isso não fosse apenas um sonho bobo, de um idiota apaixonado.
O despertador tocou, me acordando do sonho que estava tão bom. Quase caio da cama, com os olhos arregalados de raiva, mandando o despertador tomar naquele lugar. Pikachu me julgava com o olhar, por estar gritando com um objeto inanimado, mas pouco estava me importando com isso. Após a pequena cena na hora de me acordar, fui pro banheiro fazer as minhas higienes pessoais, e preparar algo para comer. Coloquei comida pokémon no pote Pikachu, e tentei pensar em algo bom pro café da manhã, mas praticamente nada vinha à minha mente.
Fazia duas semanas que estava morando sozinho, na visão do professor Nogueira —"você já tem maturidade e condição financeira, o suficiente pra se virar sozinho"—. E cabo, sei que é um pouco verdade, meu salário não era pequeno, mas mesmo assim. Acordar sem sentir o doce aroma do café da professora Bruna, era algo doloroso.
