Medo-Sadie Sink

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    S/n s/s

   —Acho melhor relaxar a mão, não estou afim de usar esse momento pra fazer curativo —paro de apertar minha mão após o comentário sem graça de Brown.

—Desculpa, mas é que...—tento encontrar palavras —ela é tão impulsiva, e chata. Eu estou cansada dela, Millie, ela só sabe ficar no meu pé e isso é sufocante.

—Eu avisei que esse namoro não era uma boa, mas você me ouviu? Não, então agora se vire com sua noiva.

—Mills—tento continuar mas a mesma ergue a mão para que eu pare de falar.

—Sem essa, você fez sua escolha, preferiu trocar a pessoa mais doce e incrível desse mundo por uma que só sabe te dar dor de cabeça.

—Eu sei e me arrependo todas as noites disso, e se eu pudesse  voltar no tempo ou se não encontrá-la e dizer como eu me arrependo e se eu pudesse explicar o meu lado, eu faria.

—Bem, então comece—franzo a testa e a mesma indica algo com a cabeça que eu não entendo.

—Eu adoraria ouvir sua versão da história, Sweet —me viro devagar a vendo ali.

     Eu observei cada traço seu, observei seu cabelo ruivo no tom cobreado, observei seus olhos azuis que eram meio de difícil acesso por causa da luz do local, observei sua roupa que estava impecável como sempre, observei tudo nela.

—Sadie...—murmuro.

—Eu vou nessa, não quero ficar de vela—Millie pega sua bolsa e se levanta —Não se atrase amanhã, S/n. Eu não quero ter que passar por outra reunião sozinha.

     Não ligo para esse comentário,  apenas me levanto e olho para Sadie.

—Aceita uma bebida?—ela nega.

—O que acha de conversarmos enquanto andamos? Você já bebeu demais—pego o dinheiro com pressa e jogo no balcão saindo dali junto a ruiva.

    Talvez eu pudesse explicar minha versão, talvez ela me perdoasse ou talvez não. Quem sabe? Ninguém sabe, talvez seja um risco e talvez eu estivesse disposta a correr esse risco.

                                         •••

—Olha, Sadie—faço com que paramos de andar—Eu acho que ainda te amo, apesar de tudo, e me desculpa por tudo aquilo que te fiz, não foi certo te deixar assim por Lia sem mais nem menos.

—Ta tudo bem, S/a.

—Mesmo?

—Mesmo—eu sorriu—mas só tenho uma dúvida, se me amava, por que me deixou?

    Eu desvio me olhar e fico tentando descobrir o que eu vou falar.

—Sempre esperei por esse momento, mas agora, tudo que eu planejava te dizer foi embora—ela ri fraco e eu respiro fundo—na verdade, nem eu sei porque fui embora, eu não tinha motivos importantes, minha vó não estava doente, meus pais não me chutaram, eu não tinha tarefas importantes na adolescência. Mas eu acho que fui embora porque estava com medo.

—Medo?—ela ri—S/n S/s com medo?

—É cômico, eu sei. Mas eu estava com medo te não ser o que você precisava, medo de não ser o bastante, medo de tudo em relação a você, Sadie. E chegou em um ponto que eu estava me odiando, me odiando por não ser boa o bastante pra você e me odiando por ter ciúmes de você, ter ciúmes de você com seus amigos e de suas conversas com colegas nem tão próximos e eu sei o quão insuportável isso pode ser.

—Olha, se eu soubesse disso, eu teria feito o possível pra você não se sentir assim—eu assinto—me desculpa por fazer você se sentir assim.

—Você não tinha culpa, na verdade nenhuma de nós, só éramos jovens—eu volto a andar—mas eu deveria ter te contado, então me desculpa.

    Ela assenti e começa a andar, me deixando parada ali atrás, eu achei que ela iria embora, até ela olhar pra mim.

—Sabe se tem alguma lanchonete aberta? Estou com fome—ela diz se virando e eu riu—e o que está fazendo parada aí? É para vir comigo, Honey.

Ah.

    Corro até ela e viramos a esquina juntas.

    Ela me perdôo, Sadie e eu estamos de bem, eu e ela.... Será que ainda existe eu e ela?

   

Imagines da Sadie Sink Onde histórias criam vida. Descubra agora