Epílogo

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Dois meses depois...

    Hoje é o dia em que se completa um ano do falecimento da minha avó, mas também é o dia em que finalmente terei o meu pequeno bebê definitivamente em meus braços.
    Fiquei encantada desde o momento em que decidimos que o queríamos; meus olhos brilharam desde o instante em que eu o vi pela primeira vez no colo da assistente social, ele nos olhava desconfiado, apesar dos seus quatro meses de vida ele parecia entender tudo o que estava acontecendo a sua volta.
    Maicon pediu para pegá-lo, mas o pequeno se recusou a ir com ele, ri nasalmente e ele me desafiou a tentar pegá-lo, apenas estendi os meus braços abrindo e fechando as mãos e um sorriso largo se formou em meus lábios no momento em que o pequeno sorriu se jogando para vir comigo, dei língua para ele fazendo a assistente social rir e o pequeno quis logo mexer nas argolas prateadas em minhas orelhas, olhei para Maicon e ele apenas nos observava com os olhos marejados, já que durante a visita monitorada é proibido tirar fotos.
    Todos nossos amigos estão aqui para recebê-lo e é incrível o fato de termos conseguido juntar todo mundo em um único dia, já que todos temos nossos afazeres diários.
    Eu, Kali e Carolina não conseguimos sair da janela, ansiosas à espera do carro da assistência social, todos os carros que passam por aqui fazem meu coração palpitar; Kali segura em minha mão e Carolina faz o mesmo, olho para ambas sorrindo abertamente e a pequena encosta sua cabeça na lateral do meu corpo e me encara com seus olhos verdes bastante iluminados.
    Por volta do meio-dia um carro preto com uma logo estampada na lateral estaciona no portão de casa e sinto uma tensão enorme percorrer pelo meu corpo.

— AMOOOOR! AMOOOOR! NOSSO FILHO. — Grito, sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.

    Ele me puxa para o lado de fora de casa e todos os outros aguardam no quintal enquanto recepcionamos a assistente social; Maicon abre o portão rapidamente vendo a mulher descer o pequeno em um bebê conforto azul com bolinhas brancas.
    Ela trava a porta do carro se voltando para nós com um sorriso largo e assim que nos vê me abraça forte, sussurrando palavras afáveis em meu ouvido, depois de um tempo nós nos afastamos e ela estende a mão para cumprimentar Maicon, que está agachado brincando com as mãozinhas do bebê.

— Vocês decidiram que nome vão registrá-lo?

  — Raul, ele vai se chamar Raul! — Respondo chorosa, limpando as lágrimas com o dorso da mão direita.

    A mulher entrega o bebê conforto nas mãos de Maicon e se despede de nós voltando a entrar no carro; nós adentramos o quintal com o pequeno e todos gritam euforicamente, jogando balões azuis para o alto.
    Olho para Maicon sorrindo abertamente e ele chama minha atenção para Carolina que se aproxima de nós com um sorrisinho arteiro e uma caixinha dourada nas mãos, ela me entrega e dá alguns passos para trás olhando na direção dos nossos amigos.

"Parabéns papais! Vocês merecem todo o amor do mundo e para essa felicidade ser completamente maior, avisa meu priminho que estou a caminho."

    Vagueio os olhos marejados lentamente por entre eles e Kali vem em minha direção segurando na mão de Bernardo e de Carolina; abro a boca sendo surpreendida pela notícia e corro até ela me jogando em seus braços, ela segura meu rosto com as duas mãos e beija a lateral da minha testa, sorrindo gentilmente para mim.

— Cadê o amor da dindinha? — Ela se afasta fazendo uma voz infantil e vai até Maicon com os braços levemente estendidos. — É o neném maisi precioso do mundo! Essa família é louca, mas já te ama muito.

— Vovô está feliz com sua chegada! — Wictor, o meu pai, estende uma faixa ao fundo e vou correndo abraçá-lo.





FIM...

Sami: Sobrevivendo no InfernoOnde histórias criam vida. Descubra agora