CAPÍTULO 6

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LUZIA

Foi estranho acordar envolta em uma seda quente e aveludada, porém, eu me sentia incrivelmente bem, apesar das lembranças parecerem ainda se misturando na minha mente, e um incomodo ocorreu no meu estômago, sabendo que algo muito ruim me aconteceu, porém, estranhamente era como se séculos tivessem passado, e apenas uma leve sensação ruim, restasse. Não existia uma imagem do que aconteceu, apenas sabia que algo havia mudado em mim. Eu quis apenas ficar com minhas filhas, ansiosa para que o Coldex voltasse bem, mesmo sem saber o que de exato foi fazer. 

Quando vi o meu marido, tudo o que precisei foi correr para os seus braços. Eu preciso, e ele também precisa, porque sinto da mesma forma que senti em relação as minhas filhas. As meninas também tiveram a mesma sensação, porque se envolveram com o pai, nos deixando ser pequenas contra sua proteção e abraço quente. 

— Você voltou! — Chorei sobre o Coldex, sem conseguir soltá-lo.

— É claro que voltei. Vocês são meu coração. — Dispensou um beijo em cada uma de nós, e me senti acolhida em seus braços fortes. — Jamais vou deixar minhas meninas. — Prometeu, e sei que é verdade. 

— Sentimos saudades, papai. — Loli continuou pendurada nele, e minha filha mais nova escondeu o rostinho pequeno entre nós.

— Também senti, minhas pequenas. — Sussurrou emocionado.

Ficamos um longo tempo abraçados, até que as meninas se distanciaram em direção ao lago. Não sai dos braços do Coldex, porque sentia que precisava disso, ou não conseguiria dizer se estou realmente bem. Preciso que me diga tudo que é aconteceu até aqui, porque Harley me disse apenas um pouco do que sabia.

— Eu tive tanto medo de nunca mais tê-la nos meus braços. — Confidenciou com a voz embargada, e soube que ele estava chorando no meu ombro. — Meu coração. — Cheirou e me beijou parecendo desesperado, e entendo seu desespero. — Eu não sabia o que fazer.

— Ei, amor. — Acaricio seu rosto bonito, seus cabelos compridos e encaro seus olhos claros. — Estou aqui, bem. Obrigado por não desistir de mim.

— Desistir de você, seria o mesmo que desistir da minha própria vida. — Definiu tocando meu rosto com carinho. — Temos muito para conversar, porém, apenas preciso saber como se sente ou está?! — Me avaliou, olhando todo o meu corpo com cuidado.

— Acordei novinha em folha. — Sorri para acalmá-lo, mas Coldex ainda parecia me avaliar com hesitação. — Não tenho lembranças, nem nada relacionado ao que aconteceu. Sei que algo ocorreu, e que foi forte o suficiente para me quebrar, porém, não me sinto quebrada, e não sinto que dói. Eu não sinto nada relacionado, não tenho nenhuma imagem, ou algo. Apenas como um dia ruim, que acabou. — Não economizo palavras para descrever, precisando que meu gigante relaxe.

— Melhor. — Indicou suspirando, seus braços me apertando quase ao ponto de me sufocar, mas não reclamo. — Nunca mais vou deixá-la sair da distância do meu braço. — Avisou, seu rosto se enfiando nos meus cabelos e inspirando com desespero. — Eu amo tanto você, minha Luz. Nossas filhas, nossa vida. — Beijou meu rosto e minhas lágrimas, e em seguida meus lábios com devoção.

Eu imagino seu desespero. Pelo que entendi, eu fui morta e a árvore do destino me manteve em uma espécie de conserva, até que o Coldex cumprisse uma meta. Eu sentia o mundo a minha volta, as vezes sentia como se estivesse apenas envolvida nos braços do meu marido, e com preguiça para levantar, mas, as vezes parecia que estava em um mundo diferente e acabava tendo a certeza de que estava realmente morta.

O SEGREDO DA MONTANHA 3 |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora