CAPÍTULO 7

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LUZIA

Dormimos em um emaranhado de pessoas, e percebi que parecíamos exausto, e até entendo o Coldex e as meninas, mas eu, acho que apenas preguiça e aconchego foi o suficiente para me derrubar. Quando nos levantamos, tinha um cheiro bom de comida invadindo a casa, e logo que chegamos à cozinha, tinha bastante comida na mesa, e bastante gente por todo lado, e várias crianças nos tapetes.

— Harley e Vanessa, queriam dar um café de boas-vindas. — Hagar foi quem tomou a frente para avisar. — Não temos café, então, não adianta achar que tem. Eu disse que poderíamos chamar de qualquer outra coisa, mas, que fosse algo que tivéssemos, porém, humanas são tão teimosas. — Resmungou, e a sua esposa passou a frente.

— Hagar não entende algumas expressões humanas, e já desisti de explicar, que é um modo de dizer. — Haley declara revirando os olhos.

— Bom, eu tenho que concordar com o Hagar. — Um outro gigante comenta, batendo o dedo no queixo. — Poderia se chamar de chá de boas-vindas, pão de boas-vindas. Até mesmo flores de boas-vindas, porque fui obrigado a buscar flores frescas muito cedo. Uma pena, cortar as indefesas flores.

— Esse é o Randy. É filho da xamã, e curandeira. — Vanessa indicou sorrindo. — Meu amigo. — o rapaz sorriu orgulhoso, e o Sedrak rosnou para ele.

— Bom, eu só posso agradecer pelas boas-vindas, e por terem cuidado das nossas meninas. — Agradeço sincera, feliz por essa recepção surpresa.

— Estou aliviado por estar aqui. — Hagar não disfarçou ao comentar, e levou um olhar repreensivo. — Não vou mentir.

— Sei que está Hagar. Quero que saiba, que amo seu povo desde antes de conhecer Coldex, e vocês são minha família. — Eu dou alguns passos até ele, e estendo a mão para o rosto que hesita um pouco até baixar e colocar sua mão também ao lado meu rosto. — Tudo por você. — Declaro o cumprimento deles.

— Tudo por você. — Devolveu, e dou passos para trás, até está junto ao meu marido novamente. — Você é bem-vinda. Você e suas filhas, são tanto do nosso povo como qualquer outro morador, e pode me procurar para qualquer coisa que precise resolver. — Alívio me cerca, e assinto sorrindo para meu marido, que devolve com o mesmo sentimento.

Sei o quanto é importante a aprovação do Hagar, e estou tão aliviada e feliz por sua aceitação, que já me sinto em casa. Está com as meninas, também ajuda muito, porque não me sinto apenas uma em meio à multidão, e sei que vamos ficar bem.

[...]

Como estamos no meio da temporada de excursão pela montanha, os homens saíram para fazer algumas rondas pela montanha, e garantir que nenhum humano está tentando se aproximar demais do interior e as meninas resolveram fazer uma tarde das garotas, para conversamos e relaxarmos um pouco. Não tinha muitas amigas, e confesso que fazia não sentir falta, porém, agora conversando intimidade e casualidade com as duas, me faz sorrir e me divertir.

Minhas filhas se adaptaram bem aos outros, e como a bebê da Vanessa ainda é uma pipoquinha novinha, está dormindo próximo a nós, enquanto nossos filhos estão brincando próximo ao lago, sobre os cuidados da loba. Até os gêmeos de um ano da Harley, já estão brincando próximo a água, e ela não parece preocupada e sei que apenas o Randy está de olho nas crianças.

— Vanessa praticamente queria abusar do Sedrak, quando comia as tapelas, e ele segurou até ela está sóbria. — Harley contou, rindo e a Vanessa está corada de vergonha.

— Ninguém tinha me dito que as benditas frutinhas eram afrodisíacas. — Protestou pegando algumas frutas e jogando na boca.

— Eu disse que vir com o Sedrak não seria ruim. — Recordo e ela faz uma careta. — Eu quero conhecer essas frutas. — Comento sorrindo, e Harley se levanta quase de um pulo.

O SEGREDO DA MONTANHA 3 |+18|Onde histórias criam vida. Descubra agora