O SEGREDO DA MONTANHA 3 |+18|

CAPÍTULO 9

LUZIA

Admiro o centro da caverna, alguns moradores andando de um lado para o outro, crianças gritando e brincando — incluindo minhas duas —, e muita coisa a ser feita. Conversando com as meninas, elas admitiram que falta muita coisa ainda a eles, como a questão dos cuidados com a saúde. Sabemos que é um lugar mágico, porém, todos tem consciência que nem sempre a deusa poderá resolver tudo. A população já foi dizimada uma vez, e agora, isso poderia se repetir tão facilmente, que me tem um pouco em pânico.

— Você disse que tem algumas coisas valiosas guardadas em um depósito. — Comento e a Harley assente pensativa.

— Vanessa guardou meus bens mais caros, e alguns dela também. — Indicou e tento pensar em como farei para conseguir. — Também já havia pensado em adquirir algumas coisas para nos ajudar por aqui, além das necessidades básicas que vocês nos abasteciam. — Se refere a alguns medicamentos e sementes que conseguimos para ela, enquanto ainda estávamos fora da montanha. 

— Seria muito suspeito se meu amigo Caique buscasse tudo. — Comento mordendo a unha, olhando para as duas garotas a minha frente. — Vocês duas sumiram aqui, então, acabariam ligando as mortes a ele. — Observo frustrada com a situação. 

— Seria fácil se fosse nós. — Vanessa comentou casualmente. — O deposito pode ser aberto com a nossa digital.

— uii! Chique. — Desdenho rindo.

Vanessa é de família com grana, porém, não demonstra ser, e a Harley era uma fotógrafa famosa e um quadro dela vale horrores, ainda mais depois do seu sumiço e do da Vanessa. Alguns inventaram todo os tipos de pactos, e coisas macabras que ocorreram e quando o infeliz do ex da Vanessa se matou, foi ainda mais conhecido toda a história.

— Sério, seria muito bom se fosse uma de nós. — Harley nos olhou seriamente. — Uma ida rápida. Vendíamos tudo por um bom preço, e deixávamos a grana com o Caíque, para futuramente ele nos abastecer com o que precisamos. 

— Os meninos jamais nos deixariam sair da montanha. — Vanessa observa com obviedade no olhar. 

— Pior! — Harley revirou os olhos com divertimento. — Hagar não me permite nem respirar longe do pescoço dele. Se eu desse essa fugidinha, ficaria um mês sem se sentar de tanta palmada e muito provavelmente ele me comeria o cu. — Estremeceu divertida. — Pode apostar, você não quer que um gigante te coma o rabo.

— Você tentou! — acuso rindo, e olho para a Vanessa muito corada. — Puta que pariu! Ainda bem que o Coldex nunca se animou por minha entrada traseira, para além dos dedos.

— Então se prepare, porque se fizemos isso, ele vai querer. — Harley avisou rindo maldosa, e neguei em pânico contido.  

— O que estão aprontando? — O marido da Harley fala atrás de nós, e quase pulo no lago e me escondo.

— Misericórdia! — Massageio entre meus seios, meu coração acelerado demais do susto. — Como diabos eles brotaram aí? 

— Se assustaram, porque estavam realmente aprontando. — Sedrak, marido da Vanessa comenta serrando os olhos para ela que se faz de ofendida, e agradeço internamente por meu homem não está também com eles.

— Tá doido seu gigante bobo! — Vanessa fez um bico e cruzou os braços, fazendo o homem enorme parecer culpado.

— Desculpa meu coração. Não confio em você, ainda mais estando com outras humanas. — Tentou se justificar, e tento não cair na gargalhada, porém, a Harley já está fazendo isso.

— Eu amo a sinceridade inocente deles. — Sussurra para mim, empolgada com a possível desavença.

— Está insinuando que não confia em mim, Sedrak?! — Vanessa se levantou, e cena ficou ainda mais engraçada.