Capítulo 27

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Voltei bem cedo para o hotel naquela manhã e entrei em silêncio no quarto, onde vi Andreas dormir tranquilo.
Abri o armário onde havíamos organizado as roupas e separei o short, uma camiseta e um casaco, e assim que comecei a trocar de roupa ele se mexeu na cama. Andreas alongou os braços e sorriu ao me ver, e eu sorri da mesma forma.

– Vocês dois, em? – Ele franziu o cenho quando viu a roupa que eu vestia. – E aonde você vai?

– Vamos! – Respondi. – É cedo, Andreas. Academia – pisquei para ele, que revirou os olhos.

– Simplesmente não! – Ele respondeu, escondendo o rosto com um travesseiro.

– Eu poupei você desde que chegamos, sai logo daí.

– Eu odeio ouvir você, puta merda. – Ele reclamou, saindo da cama para se trocar, e poucos minutos depois nós estávamos no elevador, descendo para o térreo, onde ficava a academia do hotel. Ou melhor: a academia dos hotéis. O hotel de la Ville dividia a academia com o hotel ao lado, onde parte dos pilotos e equipes da Fórmula 1 estavam hospedados.

Entramos na academia e algumas poucas pessoas estavam ali, e imediatamente nós ocupamos duas esteiras, uma ao lado da outra. Começamos nossa corrida e assim ficamos por uma hora.
Entramos em uma hora e cinco de corrida, e imediatamente Andreas desligou a esteira e saiu para beber uma água, e eu fiquei para correr até fechar uma hora e dez minutos.

Andreas voltou e eu desliguei a esteira e fiquei parada ao lado dele, esperando a adrenalina diminuir um pouco, e em seguida nós andamos para fora da academia, caminhando devagar pelo caminho que levaria de volta para nosso quarto de hotel.

Eu sentia o suor escorrer pelo meu pescoço, costas, peito e testa. Acabei desistindo de tentar me secar, então só andei ao lado de Andreas, ansiosa para chegar no quarto e ir para debaixo do chuveiro.

– Bom dia! – Ouvi alguém desejar, o que nos fez olhar em volta e procurar quem havia chamado a nossa atenção.

– Ei, bom dia! – Desejei, quando vi Charles na frente do elevador e Andreas ergueu a mão para um cumprimento silencioso.

– Vai logo para o circuito? – Ele sorriu.

– Ahn... – Consultei o smartwatch. 08:20. – Não, acredito que mais tarde somente. – Sorri.

– Claro... Vejo você por lá. – Ele acenou e entrou no elevador assim que ele se abriu.

Andei ao lado de Andreas por mais alguns metros, e assim que saímos para o lado de fora do hotel vizinho e passamos pelo estacionamento, Max surgiu no caminho, me fazendo sorrir contente. Ele claramente me viu ali, e fez de proposito em desviar o olhar, o que me fez querer rir de satisfação.

– Bom dia! – Desejei de longe, e ele me olhou brevemente antes de revirar os olhos. Max ergueu a mão e acenou, e eu quis rir de novo.

– Acho engraçado você fazendo amizade rápido com qualquer pessoa. Ainda mais com eles. – Andreas apontou, e eu ri enquanto entravamos no hotel pelo estacionamento.

– Não fiz amizade com ninguém, Andreas. – Comecei explicando, enquanto esperávamos o elevador para o nosso quarto. – Charles estava na garagem da Ferrari, que é a equipe dele quando Fred nos levou conhecê-la, e Max..., bom, ele é o atual campeão, rival do seu paciente, e convenhamos, eu lá perco a oportunidade de azucrinar alguém quando me é conveniente?

– Você tem razão. – Andreas concordou com a voz cansada quando entramos no quarto. – Você pode tomar banho primeiro, demora mais para se arrumar. – Vi o doutor se jogar na cama e fechar os olhos, o que me fez rir.

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