Capítulo 17

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Acordei na manhã seguinte e percebi que a chuva continuava no lado de fora.

Senti o braço direito dormente, mas faltou coragem para mexê-lo e correr o risco de fazer Emma, que dormia por cima dele, se acordar.
Ela dormia tranquila, até parecer que havia percebido que eu estava acordado, e abrir os olhos pouco depois que eu.
Recebi o olhar dela, que sorriu e escondeu o rosto em meu pescoço em seguida.

Sorri igual bobo ao pensar na noite que tivemos juntos e a abracei antes de fechar os olhos outra vez.
Fiz carinho em seus cabelos enquanto sentia a respiração leve e continua dela em meu pescoço, e depois senti que ela tinha as costas geladas por estar sem as cobertas. 

Abracei-a outra vez e puxei o edredom e fechei os olhos mais uma vez antes de voltar a passar a mão pelo cabelo que caia pelas costas.

- Isso é ótimo – ouvi a voz dela dizer, que era abafada pelo travesseiro e por meu pescoço. Sorri ao ouvi-la.

- Bom dia, princesa. – Desejei.

- Bom dia, Sir. – Ela respondeu, apoiando-se nos cotovelos para olhar para mim. – Conseguiu dormir? – Ela perguntou interessada.

- Muito bem, obrigado. – Respondi, e ela revirou os olhos antes de sorrir. – Acho que quero a sua cama para mim.

- Vai ter que dividir ela, não quero me desfazer – ouvi-a responder e a abracei mais uma vez.
Era só o que eu queria e precisava.

- Dormir sozinho nela está fora de cogitação, meu bem – falei, e ela riu.

- Muito bem, que bom que você sabe – ela beijou meu rosto, me fazendo sorrir. – Gelato deu sinal de querer entrar?

- Não o ouvi – respondi, pensando no dálmata. – Acho que está dormindo.

- Provavelmente ficou lá embaixo. Que horas são? – Ela perguntou, e eu procurei o relógio de pulso na mesa de cabeceira com a mão esquerda.
Alcancei-o e os ponteiros mostravam que era 09:18 da manhã.

- Mais cedo do que eu esperava – falei, e ela concordou com um aceno de cabeça.

- Café da manhã? – Ela perguntou, olhando interessada para a tatuagem da rosa dos ventos.

- Gosto da ideia – respondi, enquanto observava-a contornar a tatuagem com o dedo indicador da mão esquerda. – Mas posso ficar aqui a manhã toda, se você ficar.

- Você vem junto comigo – ela disse decidida, me fazendo sorrir. – Gosto delas – ouvi-a dizer, ainda olhando para as tatuagens.

- Gosto também. E gosto de saber que você gosta – recebi o olhar curioso dela, seguido pelo sorriso de sempre.
Fiz carinho em seu ombro, depois em seu pescoço e ela pendeu a cabeça para o lado, com a sombra do sorriso no rosto.

Eu estava mesmo ali com ela ou era uma alucinação?
Realmente eu passei a noite na cama com ela e não tinha a menor intenção de sair dali?

Poderia sim sair, mas só com a certeza de poder voltar.

- Me dá um minuto – ela pediu, fazendo um carinho na mão que eu havia colocado no pescoço dela antes de afastá-la.
Observei-a sair da cama e andar até o closet, com as costas nuas, e vestida com a calcinha azul clara. Ficava ótima nela.

Estiquei os braços e apertei os olhos na tentativa de afastar o sono, e então me sentei no colchão enquanto ela não voltava.
Olhei de um lado para o outro do quarto e observei o ambiente. Quando entrei no quarto na noite anterior, não reparei que havia um assento de frente para a janela, onde eu imaginei que ela ficasse as vezes. Enquanto lia ou tocava violão, talvez.

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