Capítulo 18

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Saí da casa de Emma quase uma hora e meia depois da ligação de Oliver.

A chuva continuava em Londres, os limpadores do para-brisa estavam na velocidade máxima e eu estava parado no sinal a caminho da minha casa.

Toda vez em que eu fechava os olhos, enxergava a boca entreaberta dela, soltando o ar ofegante, com os olhos fechados e os cabelos úmidos de suor.

Toda vez que eu fechava os olhos, eu tentava afastar a imagem dela da minha cabeça, e toda vez era em vão.

Passei a mão direita no rosto, tentando me livrar daqueles pensamentos.

Arrumei a postura no banco da AMG e senti o leve incomodo nas costas, causado por Emma, que havia agarrado minhas costas com um pouco mais de força.

Pensei em nossas testas suadas encostadas uma na outra enquanto ela olhava no fundo dos meus olhos e a respiração quente dela se misturava com a minha.

- Puta merda Lewis, que inferno! – Falei para mim mesmo, acelerando o carro quando o sinal abriu.

Dirigi por quinze minutos no trânsito intenso causado pela chuva, e às 02:40 da tarde eu estacionei na garagem de casa.
Bati a porta do carro e vi que o carro de George estava ali, o que significava que ele também estava.

Subi as escadas até a sala em silêncio, e assim que entrei em casa, fui recebido por Roscoe.

- E aí garoto! – Cumprimentei o Bulldog, que se deitou no chão e esperou que eu fizesse carinho nele. Me abaixei e fiquei ali coçando a barriga de Roscoe por alguns poucos segundos, até que George apareceu pela porta da cozinha.

- Ele acabou de chegar! – O rapaz gritou para dentro da cozinha, andando até mim para um abraço. – Onde você tava? James disse que você ficou fora desde ontem! – Recebi o abraço de George e sorri.

- O que? – Perguntei, fingindo que não tinha entendido, enquanto James aparecia pela porta da cozinha.

- Senhor! Você voltou, que bom! – James sorriu, e eu sorri de volta.

- Sim! Vou subir e tomar um banho, Toto vai nos ligar outra vez às 04:15. – Falei, andando até a escada e ouvindo os passos de George atrás de mim.
Entrei em meu quarto sem olhar para trás e ouvi-o bater a porta depois de entrar.

- Onde você tava, campeão? – Ele perguntou outra vez, e eu revirei os olhos.

- Não é da sua conta – respondi, procurando uma roupa nova para vestir. – Há quanto tempo chegou?

- Vinte minutos. Não vai mesmo contar? – Ele insistiu, estreitando os olhos.

- Nope. – Respondi antes de fechar a porta do banheiro e ligar o chuveiro.

Fiquei ali por dez minutos.
Mais dez minutos em que Emma não saia dos meus pensamentos.

Saí do banheiro e George estava sentado na ponta de minha cama, me olhando como uma criança travessa.

- Então... – Ele começou.

- Não interessa onde. – Falei, antes que ele pudesse perguntar.

- Ei! Eu só quero saber se somos nós três para o jantar, só isso. E o que vamos jantar? – George questionou, e eu relaxei a postura.

- Emma também vem. – Dei as costas para ele depois de responder.
Me sentei ao lado dele na cama e joguei as costas no colchão. Escondi os olhos com as mãos para evitar a luz da lâmpada que iluminava o quarto.

- Você por acaso estava com a doutora? – George questionou com o riso na voz.

- Cala a boca – pedi, ainda escondendo os olhos.

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