XXXVIII

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Luna acorda um pouco tonta, sua cabeça parecia pesada e seu corpo pedia mais repouso, o quarto permanecia escuro . Ela olhou e percebeu que Gregório não estava ao seu lado na cama.

- está faminta ? - Gregório a olha parado a frente da cama

Ele se assusta com a voz, não havia percebido sua presença

- Não, estou um pouco enjoada, e meu corpo está doendo - ela diz ao se levantar com cautela

- Quer ajuda ? - ele se aproxima

- Não obrigada, pode me dizer o que aconteceu ontem ? Me lembro de estar falando com sua mãe e de repente fiquei tonta, não consigo me lembrar de nada além disto. - Ela o olha de forma enigmática

- Você desmaiou, acredito que pelos hormônios da gravidez - ele mentiu

- não, eu não estava sentindo nada até beber água que sua mãe me ofereceu- ela diz desconfiada - O que tinha na agua ?

- era um calmante, você estava muito nervosa

- Eu estou grávida Gregório ! Não posso ingerir qualquer remédio sem consultar um médico antes, quem vocês pensam que são?

- Havia prescrição médica, não se preocupe com nada está tudo bem com o bebê

- Que lugar é este que eu estou onde as pessoas se sentem donas do meu corpo ?! Donas do meu filho que ainda nem nasceu - Luna se afasta dele - Sua mãe ontem me disse que vocês vão esperar o bebê nascer e depois me descartar como se eu fosse uma hospedeira. - Ela caminha até o banheiro a passos largos

- Luna espere, por favor me ouça

- Me deixa em paz ! - ela gritou e continuou a andar em direção ao banheiro, entrou e trancou a porta

Luna reflete sobre a familia Berdinazzi Verônica era uma velha psicopata que queria tudo e todos sendo manipulados e dominados por suas vontades, não suportava não estra no controle das situações.

Gregório um mafioso temido e respeitado por muitos mas obediente e submisso a mãe.

Luna não estava pronta para lidar com tudo aquilo, aquela família sombria a assustava, e talvez fosse melhor nunca ter retornado

- Luna está tudo bem ? - ele bate a porta

Luna o ignora, tira a roupa e liga o chuveiro deixando a agua cair sobre os cabelos bagunçados, queria sentir a agua morna massageando sua pele, os gritos de Gregório do outro lado da porta não a intimidavam no momento.

ele perde a paciência em tentar um dialogo e se retira do quarto, Veronica está no corredor o aguardando

- Vejo que não está mais conseguindo controlar a rebelde de sua esposa. - ela analisa o rosto furioso de Gregório

- Não, ela eu consigo controlar, o que nós precisamos controlar aqui são seus instintos em querer resolver os meus problemas matrimoniais.- ele diz irritado

- Agora a culpa é minha ?

- Sim, já chega de se meter em meu casamento os meus problemas com Luna eu resolvo, até que o bebê nasça ela é minha esposa e uma responsabilidade minha e de ninguém mais, isto a inclui. - ele diz de maneira enérgica.

-Gregório você nunca soube controlar suas esposas, é seu segundo casamento e a historia volta a se repetir, é traído e enganado sob o próprio teto - Veronica o olha de forma desafiadora

- Não compare Luna a Joana, Luna é só uma menina assustada que queria fugir do caos no qual Demetrio a colocou.

- Demétrio?

- Sim Demétrio, que se escondeu na família dela e os expos a ira de Antenor, ou existe outra explicação para ela estar aqui agora ?

- Ela fugiu de você te desrespeitou como homem, deveria puni-la

- Quer que eu a puna pelos erros do teu filho ? A senhora me julga como marido, mas falhou miseravelmente como mãe, se estivesse tão apta a resolver todos os problemas nada disto teria acontecido. Demétrio teria respeito e honraria o seu teto, e não dormiria com a minha mulher em baixo do nosso nariz. - ele caminha em direção as escadas e Veronica permanece parada

A amargura na voz dele era clara, Gregório nunca superou a traição do irmão era uma ferida aberta que nunca iria cicatrizar.

Verônica se sentiu culpada foi a primeira vez que Gregório havia a confrontado daquela maneira, e ela sabia o motivo.

Caminhou até o quarto dele e se sentou na poltrona, esperou paciente até que Luna terminasse o banho e aparecesse.

- Luna Grismamm - ela se levantou e caminhou até a nora - não sei o que disse ao meu filho para o convencer a não puni- la por teus atos de rebeldia mas seja o que for isto não irá funcionar comigo, e espero que saiba que a ainda sou a maior autoridade desta casa.

- Senhora Verônica eu não tenho nenhum interesse nesta casa, não se preocupe comigo, seu posto não está ameaçado.

- Vejo que voltou muito petulante de seu retiro

- A senhora acha que pode ditar regras sobre a minha vida pelo simples fato de ser mãe do meu marido ? Saiba que não pode e nem vai fazer isto. - Luna diz firme e caminha até a penteadeira procurando uma escova.

- Sua vida não me interessa, a vida do meu neto sim e enquanto ele estiver ligado a você deverá obedecer as leis de minha casa.

- Ele estará ligado a mim para sempre, mesmo após o parto. Eu sou mãe dele. - Luna mordeu os lábios sentindo uma leve pontada nas costas

Verônica gargalhou

- Luna, você é tão inocente, tem muito o que aprender.

Luna fecha os olhos quando a dor em suas costas aumenta a fazendo se sentar ao chão

- Você sente algo ? - Verônica caminha até ela ao observar seu rosto pálido

- Chame Gregório, eu preciso dele - ela diz ao sentir um pequeno sangramento escapando de dentro dela - o meu filho, estou perdendo o meu filho - ela entra em choque e as lágrimas descem de seus olhos assustados

- Não se desespere, eu vou buscar ajuda ! - Verônica desce as escadas correndo em busca de Gregorio

Luna sente uma dor incomoda e se levanta com dificuldade,.ela acredita que Verônica tenha a dado algo para abortar e seu coração bate descompassado

Ela caminha até a porta e observa o corredor vazio, segue por ele e desce as escadas encontrando Gregório no meio do caminho

Ele a pega nos braços e a leva para o carro

O caminho até o hospital é rápido e ao mesmo tempo distante,

Luna soava frio, seus dentes estavam apertados um com o outro

- foi a sua mãe- ela dizia entre um choro e outro - aquela água estava envenenada -

- Luna, minha mãe não faria isto, fique tranquila vai ficar tudo bem - Gregório a segura mão e desliza os dedos até se entrelaçarem.

- Foi um escape, comum até o terceiro mes de gestação. - a doutora diz após avaliar o quadro da mãe e do Bebê - Quando o feto se forma o corpo o enxerga como um invasor e tenta o eliminar- Ela conclui

- mas e o meu filho como ele está ? - Luna questiona preocupada

- está tudo bem, ouça o coração dele - as batidas são ouvidas arrancado lágrimas de alívio em Luna - não se preocupe mais seu bebê está ótimo.

Gregorio fecha os olhos e ouve com atenção o som do coração de seu herdeiro.

Ele se emociona e se vira caminhando até a janela,

A ideia de ser pai estava cada vez mais madura em sua mente e isto alimentava suas emoções

Luna soluçava, havia um choro contido sendo liberto,

- mamãe seu emocional precisa estar bem para garantirmos uma gravidez tranquila e saudável. - a médica segura a mão dela e a acaricia - é sua primeira gravidez, é normal que se assuste. Mas é importante iniciarmos sua rotina de consultas para o pré natal, para evitar maiores sustos..

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