XXXIV

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- Eu não quero voltar para sua casa - Luna interrompe o silêncio que havia dentro do carro

- Mas o que deu em você agora  ? - Gregório questiona as vontades de sua mulher.

- Não me sinto bem lá, pareço uma intrusa que a qualquer momento terá a cabeça arrancada do pescoço.

- Luna, por favor não se coloque em uma posição bde vítima, você não é - Gregório diz sem olhar para ela 

- Então tenho que aceitar a posição de vilã? Eu não fiz nenhum mal a vocês Gregório, eu só tentei ir embora e seguir a minha vida onde  pudesse ser uma pessoa normal. Em que isto te feri ? - ela sente os olhos marejados

- Você feriu a honra de minha família, quando decidiu fugir de mim

- A honra da sua família não é mais importante do que a minha vida. - Luna segura o braço dele

Gregorio para o carro em um lugar tranquilo e a olha de forma enigmática

- O que você quer afinal ? Diga ! - ele desce do carro, se encosta na lateral da porta e acende um charuto

- Eu não vou mais me curvar as ordens de sua mãe. Se não quiser estabelecer um inferno daqui para frente, espero que não me leve para lá ! - Luna grita expulsando todo o ódio e angústia que sentia naquele momento -  ela o segue e para a sua frente, segura o charuto com os dedos o retirando da boca de Gregorio - Eu preciso de paz Gregório, não consigo mais fingir que sta tudo bem,  se eu não conseguir manter esta gestação e perder o nosso filho a culpa será sua! - ela  diz firme e ele percebe  o olhar carregado de angústia direcionado a ele

- O que quer eu faça ? - ele mantém a frieza na voz

- Me leve para algum lugar que não seja a sua casa, onde eu consiga sentir segurança em estar viva

- ontem me disse que não se sentia segura longe de mim - ele a a toca o rosto com delicadeza 

- tenho medo que sua mãe me faça algum mal, não confio nela e não quero ser obrigada a conviver com quem não gosta de mim

- e de onde tirou que ela não gosta de você ? - Gregório acaricia os cabelos finos e esvoaçantes

- Eu sinto cada vez que ela me olha - Luna fecha os olhos ao ter os lábios tocados pelo indicador do marido

- ela está desconfiada, mas contribuiu para isto, estava tudo bem até sua brilhante ideia de fugir de casa.

- eu já lhe expliquei isto Gregório - Luna abre os olhos e se afasta

- E eu já entendi, mas minha mãe ainda se sente insegura com sua fulga. Fique conosco durante esta semana, se até domingo não se sentir confortável, veremos um jeito de te hospedar em algum novo lugar

- Concordo desde que me encontre uma ocupação, quero estar com a mente concentrada em algum trabalho.

- Uma ocupação?.

- Sim, pode ser na Fábrica de tecidos de sua família, lá realmente está precisando de novos ares.

- Luna...

- Eu não vou abrir mão disto e você sabe - Ela caminha de volta para dentro do carro e se senta o aguardando

- não vai me fazer ceder a mais está chantagem barata 

- não é uma chantagem, é uma proposta. - ela apoia a cabeça na poltrona e fecha os olhos. - Você já me disse que não somos mais um casal, nosso casamento perdeu a validade não acha natural que eu esteja em busca do meu próprio sustento ?

Gregório a olha ainda do lado de fora, finalizando seu charuto

- Eu não a reneguei perante ninguém, nosso casamento continua valendo até que eu faça a comunicação e a renegue.

- E por que não o fez ? - Luna abre os olhos e fica o olhar sobre ele

- Eu não quis - Gregório foge do olhar sedutor .

- Você sente algo por mim? Algo que o faria desejar continuar casado comigo ? - ela o observa

- Não, apenas não quero que meu filho nasça como um bastardo. Assim que tiver o parto, encerramos o casamento e você estará livre para decidir por si o seu próprio destino

- Eu e meu filho ?

- não seja tola, meu filho ficará

Luna fica em silêncio, Gregório se vira de costas para atender o telefone

Ela pensa rápido e se muda para o banco do motorista, liga o carro e o acelera deixando o marido para trás

Ele não ousaria atirar sabia que a vida só filho estava em jogo

Gregório praguejou mas sabia que ela não iria muito longe sem ser interrompida por um de sua homens que já estavam alerta

- pense Luna,pense rápido - ela dizia em seus pensamentos

Ela entrou em todas as curvas possíveis para dificultar as buscas por ela.

- Raul eu preciso de ajuda - ela diz ao ser atendida

- Luna eu disse que se você insistisse nesta ideia eu não iria mais envolver nisto. - ele é cirúrgico em sua resposta

- Raul eu estou dirigindo um carro a centenas de quilômetros por hora para fugir do meu marido, eles querem me manter sob custódia até o parto, ficar com o meu bebê  e depois me despachar como se eu fosse uma parideira. Eu preciso que você me ajude outra vez, por favor Raul.- ela diz em meio as lágrimas de desespero

- Luna eu não acredito que mais uma vez estou fazendo isto - ele fecha os olhos enquanto pensa em algo rápido e eficiente.

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