Capítulo 13

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Estamos sentadas em silencio a um bom tempo, a única vez que falamos foi pra por lenha no lume. Este silencio está a começar a incomodar-me.

- Desculpa – ela diz baixando a cabeça - eu não devia ter te beijado. Eu só pensei que tu também querias. Não quero que isto estrague a nossa amizade. Então é melhor esquecermos que isto aconteceu.

- Eu que peço desculpa não devia ter ido embora daquela maneira foi um erro desculpa. Também não quero estragar a nossa amizade. Mas também não quero esquecer.

Ela olhou para mim depois de eu ter dito isto. Claro que não quero esquecer eu gostei.

- Acho que aprontaram contra nós – diz olhando para uma silhueta na janela que desapareceu logo depois de eu ter olhado para lá.

- Também acho, vou matar a Chae aposto que foi ela a dar a ideia. Vamos morrer aqui congeladas ou assassinadas.

- Dramática tu um pouco, não? - diz rindo.

- Não, estamos o frio no meio do nada a noite, é simples ou morremos congeladas ou assassinadas.

- Eu não estou com frio, estas quentinha e a fogueira ajuda também claro – sinto as minhas bochechas a escaldar.

- Estava com saudades de te ver toda envergonhada.

- Paraaa – digo escondendo a minha cara nas minhas mãos.

***

Não sei ao certo quanto tempo se passou desde que estamos aqui fora fechadas, mas imagino muito já que o dia está a começar a aclararia. A Sana é a melhor companhia que poderia ter. Estivemos a falar até agora a pouco sobre várias coisas. Mas ficamos em silencio do nada sem razão específica imagino que tenha sido só o cansaço.

- Gostei da cor do teu cabelo – digo sincera.

- Obrigado, pensei que mudar um pouco o meu visual seria bom.

- Fica-te bem. Na verdade, tudo te fica bem. – Ela abaixa a cabeça meia envergonhada.

- Olha – diz apontado pro longe – vamos ter um lindo nascer do sol.

- Já não vejo um nascer do sol a séculos.

- Também não, gosto da ideia de o ver contigo – diz sorrindo.

- E eu contigo.

- Podemos sair um dia destes as duas fazer o que quiseres – diz meio nervosa.

- Estas a convidar-me para um date? - questiono.

- Sim algo assim se quiseres. Não precisas aceitar é só que eu pensei...

- Aceito.

- Sério?

- Por que a surpresa?

- Nada, mas aviso já estas proibida de desaparecer – diz rindo.

- Prometo não desaparecer desta vez – digo rindo de volta.

Ela não parece mais chateada comigo acho que na verdade ela nunca teve. Ainda bem que não fugi do país. Não pensei que ela fosse me chamar para sai. Foi inesperado, mas estou feliz que ela o tenha feito. Direciono o meu olhar a Sana que está a olhar para mim mais especificamente para os meus lábios. As bochechas dela ficam vermelhas quando ela viu que eu reparei para onde ela estava a olhar. Eu tome a iniciativa de me aproximar já que percebo a hesitação dela. Eu quero muito voltar a sentir o macio dos seus lábios. Com forme vamos nos aproximando sinto a respiração dela bater nos meus lábios. Olho para ela uma última vez para saber se posso continuar ou não.

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