Ás

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Se sentia perdido. Tão perdido como nunca tinha se sentido antes. Seu pai tinha acabado de descobrir de alguma forma que era gay, por meio de uma mensagem enviada para seu responsável vinda de um de alguém o qual não fazia ideia de quem era. A primeira reação do homem foi chamar Wooyoung até seu escritório e de primeira, lhe dar um tapa no rosto. Não duvidava que estava vermelho, quase indo para o roxo.
Lembrava-se como se tivesse sido à 1 segundo atrás, das palavras maldosas e nojentas que seu próprio pai tinha proferido.

Se sentia assustado. Nunca esperava que seu antigo herói lhe faria uma coisa dessas.

O homem retirou todo o dinheiro que tinha na conta do Jung mais novo, deixando a conta zerada, lisa. Depois simplesmente o chutou para fora de casa, apenas com o celular na mão, e a roupa do corpo.

Wooyoung não sabia o que fazer. Não tinha amigos para lhe acolherem, e sua família toda era, ou morava na China.

Sem rumo, ele caminhou por algumas horas, completamebte perdido, isso, até ter chegando em um lugar em específico. Não sabia que lugar era aquele, pois tinha voltado de Shangai recentemente depois de 16 anos morando lá. Tinha ouvido alguns boatos sobre aquela cidade ter sido uma tentativa falha de colonização americana, por isso era tão deserta e pequena. Era fácil chegar até ali, assim como também era fácil sair dali, tudo isso apenas de pé.

Andou por alguns minutos, até entrar em um beco, onde tinha um entrada luminosa e neon. A única coisa que lhe chamou a atenção naquele fim de mundo.

Entrou no lugar com uma placa fluorescentes que tinha escrito "Cherry and Whisky", e imaginou que seja lá o que aquilo era, podia ter comida que talvez com agumas desculpas, poderia a ganhar de graça.

O estabelecimento era lindo por dentro, e até mesmo chique. Muito chique. Tinha um palco onde continha 3 pole-dances, e uma grande quantidade de pessoas ali.

Olhou para os lados, e a plaquinha de "precisamos de funcionários" chamou sua atenção.

Foi em direção ao bar do local, se deparando com um homem alto, de mais ou menos 1.90m de altura, de olhos bem rasgados e felinos.

— Com licença, vocês precisam de funcionários, certo? — Wooyoung perguntou acanhado.

— Sim, tem interesse? — O perguntou enquanto preparava uma bebida para um homem estrangeiro que estava no aguardo.

— É-é, sim... — Abaixou a cabeça, entristecido. O Jung era bem inteligente, então sabia que estava pedindo por uma vaga para ser prostituto, garoto de programa, acompanhante pessoal, etc, etc. Sabia que local era aquele.

— Vou chamar o chefe, inclusive, prazer, me chamo Haoran — Estendeu a mão para o menor, que a apertou com um sorriso fraco no rosto.

— Sou Wooyoung, o prazer é meu. — Sorriu e viu o maior andar para os fundos do local, depois de entregar a bebida para aquele velho que o encarava.

— Wooyoung, certo? — Um homem um pouco mais baixo que Haoran chegou ao lado dele.

— Sim, Jung Wooyoung. — Se levantou no banco e se curvou em 90° graus.

— O que um Jung está fazendo aqui? Um nome tão nobre dentro de um puteiro? — Riu quando viu o rosto corado do Jung.

— Problemas da vida... — Coçou a própria nuca.

— Eu entendo. Afinal, quando criança, ninguém tem o sonho de abrir uma boate. Vem, vamos subir e no meu escritório eu te passo as informações. — O puxou pelo braço, como se tivesse intimidade.

Ao chegarem no cúbiculo, o homem á sua frente lhe ofereceu uma bebida, mas negou, e então se sentou no sofá que tinha no canto da sala.

— Por alguns motivos, você pode me chamar apenas de Chitta, Wooyoung. Sabe no que está se metendo, certo? — Se apresentou, e não abriu espaço para perguntas sobre seu apelido e o por que de não poder usar seu nome verdadeiro.

— Sei. Meu pai me expulsou de casa. Ainda cursava a faculdade, mas aparentemente, não curso mais. Não faz muito tempo que eu voltei de Shangai depois de muitos anos morando lá, então não tenho experiência nenhuma. Eu 'tô sem um porre, não tenho dinheiro nem mesmo 'pra comida, e quando vi que vocês estavam precisando de funcionários, não pensei duas vezes, mesmo porque, Haoran não tem cara de quem me daria comida de graça, nem implorando. — Simplesmente desabafou, sempre desviando o olhar de Chitta.

— Não se preocupe Youngie, vai dar tudo certo. Apartir do momento que você começa a trabalhar aqui, você ganha um quarto de dormitório compartilhado, e 5 refeições por dia, café da manhã, almoço, janta, e dois lanches entre esses períodos das refeições principais. Não podemos criar meninos fracos, então todos aqui tem um máximo de 12 horas de sono, 4 horas de trabalho direto, e o resto, você que sabe, mas, tudo tem um porém. — Olhou para o coreano à sua frente — Não poderá sair de daqui de dentro, nem mesmo que te comprem por um preço absurdo, continuará aqui. Uma vez no mês damos um dia livre onde podem ir no shopping, salão ou sei lá, mas é apenas uma vez no mês. O resto é resto.

Não acreditava nem um pouco naquele lance de sono de 12 horas, 4 horas de trabalho, 5 refeições por dia, e pipipi, popopo, mas era o 'que tinha que aceitar no momento.

— Mas as pessoas que trabalham aqui... gostam? — Olhou para baixo novamente enquanto ae questionava de várias coisas diferentes.

— Poucas. A maioria deseja terminar os estudos ou algo do tipo, assim como também tem uma parte dessa maioria que está aqui por motivos similares ao seu. Sem opção, vieram parar aqui. — Começou a folhear alguns papéis, os quais Wooyoung imaginava ser possíveis contratos, mas não tinha tanta certeza assim.

— Quando eu começo? — Quando aceitou que por momento aquele seria o seu destino, resolveu perguntar sobre a parte técnica.

— Se possível, amanhã. Tenho que lhe mostrar onde irá ficar, e também todos os cômodos. Se se sentir confortável, posso chamar Haoran para isso. Sobre roupas, não se preocupe com elas. Você teve sorte de aparecer aqui um dia antes do dia livre, e você pode tratar isso amanhã.

— Mas eu 'tô sem um puto, cara! — Exclamou baixo. Como aquele homem queria que ele comprasse roupas sem dinheiro?

— Fica tranquilo, eu posso te dar uma quantia em dinheiro e depois retirar do seu último trabalho do mês. Você vai ter roupas novas, fique calmo. — O tranquilizou.

— Tudo bem... — Suspirou e se encostou nas costas da cadeira.

— Você provavelmente vai dividir quarto com Hongjoong. De primeira ele parece meio antipático, mas ele é de boa. Caso não seja com ele, talvez seja com Yeosang, ele é de boa e não se parece com nada de primeira. Todos aqui somos legais, inclusive eu.

Sim, Chitta era legal, mas isso não o impedia de ter um pé atrás com seu mais novo chefe.

Carta de Coringa ☆ WoosanOnde histórias criam vida. Descubra agora