Elo - um Conto

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Esse conto deveria ir para o concurso, mas acabou ultrapassando a quantidade de palavras, então eu decidi trazer para cá, como um extra, um pós-história. Quem já leu essa história, eu espero que goste deste conto. Peço desculpa se houver alguma incongruência com a história original.


Um gemido manhoso escapou dos seus lábios e ele se contorceu de puro deleite, buscando roçar mais do seu ventre com o corpo acima do céu, penetrando-o com certa força por trás. Afundou os dedos nos lençóis porque a boca não largou o seu pescoço ainda. Está bebendo o seu sangue, uma mistura de mordida e beijo enquanto lhe dá carícias ao longo do corpo nu com as mãos, e Naruto continua rebolando e gemendo para o seu marido.

As orelhas tremem acima da sua cabeça, a cauda está enroscada com força na coxa batendo contra a sua por causa das investidas dentro de si. Conter a sua voz era inútil. Quando tentava, o rebolado contra a sua bunda ficava lento, fundo, as unhas passavam por sua pele tal como a língua áspera, provocando arrepios sensuais por toda a sua alma. Naruto sentiu os dentes deixarem sua garganta e o pênis sair. Tremeu pelo vazio. Abriu os olhos e um sorriso doce ao estender as mãos para o vampiro que admira a sua existência e seu olhar derrama luxúria e paixão por si.

-De lado, meu lobinho. - obedeceu abanando a cauda. Foi abraçado por trás e recebeu a investida escorregadia e deliciosa. O alívio foi imediato. Sua febre ficou mais forte. Doía dentro de si e as palavras sumiam entre gemidos de prazer e de dor. - Eu sei, eu sei, eu sei. Calma. Segure a minha mão. - entrelaçou os dedos com o dele e se encolheu junto ao corpo musculoso, aceitando os golpes. Naruto gritava agora entregue ao que os dois começaram uma hora antes. - Estou aqui para sempre.

Naruto abriu os olhos devagar, sonolento, e bocejou antes de sentar na cama.

Sonhara de novo com o seu último cio, há três meses. Saiu da cama e andou um pouco pelo quarto, alongando o corpo magro, despertando-se completamente. Arrepiou-se inteiro pela brisa fria da manhã nublada que já começou há algumas horas. Passou na frente de um espelho e sorriu bobo.

Está vestido no moletom preto com o brevê militar no formato de um brasão muito antigo que fazia referência a vampiros e lobisomens, mas fugindo de coisas mais clichês. Era de prata. Sorriu ao deslizar o dedo pelas letras bordadas. Comandante Sasuke Uchiha. Apesar da sua patente, ele é o mais antigo vampiro morto-vivo que está sobre a Terra. Ninguém superou sua idade, nem mesmo o seu criador, que não existe mais. É uma pessoa importante. Observou a cama e seu sorriso aumentou, da mesma forma que o abanar da sua cauda, porque Sasuke está deitado de bruços, seminu, dormindo.

Ele ainda é um vampiro, depois de tudo. Sua biologia o obriga a ter sono quando o sol está no ar já que é um caçador noturno por natureza e por séculos. Mas se for necessário, ele acorda e se mantém desperto enfrentando o sol em pessoa pela motivação certa. Naruto foi ao banheiro se lavar e se preparar para o dia. Os dois estão com visitas hoje e ele decidiu preparar o café-da-manhã.

Cobriu suas orelhas com um véu azul escuro cujo bordado de estrelas foi ele quem fez, delineou seus olhos com o lápis preto e aplicou sombra laranja, além de fazer um desenho de gota vermelha entre as sobrancelhas loiras. Pronto. Um verdadeiro ômega devida e satisfatoriamente casado, segundo a sua cultura. Ômegas casados devem se vestir e se portar como tais. Antes, quando vivia com o seu primeiro marido, Naruto nunca precisou se maquiar, pôr joias, usar véus bordados por ele mesmo ou pensar numa família do seu ventre, ou do seu sangue, porque não era uma esposa.

Era uma empregada e um saco de pancadas.

Um escravo do casamento.

Mas isso foi há muito tempo.

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