Capitulo 7 - "𝐒𝐞𝐠𝐫𝐞𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐚𝐫𝐭𝐢𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨𝐬..."

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"𝐕𝐨𝐜𝐞̂ 𝐜𝐨𝐧𝐟𝐢𝐚 𝐞𝐦 𝐦𝐢𝐦?"

~*~

- 𝑂 𝑞𝑢𝑒 𝑒́ 𝑚𝑒𝑙ℎ𝑜𝑟 𝑞𝑢𝑒 𝑢𝑚 𝑒𝑐𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒? 𝐶𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑠 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑒𝑐𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒.


- Aqui - Kiary entregou uma linda concha laranja para Tuk.

A garotinha sorriu, pegando a concha e olhando para ela.

- É linda! - exclamou. - Vai ficar linda no meu colar.

Kiary assistiu Tuk andar em pulinhos pela a costa de Awa'tlu, ajoelhando-se frequentemente para cavar com as mãos pequenas na areia e acrescentar novas conchas a cesta.

- Devagar, Tuk! - Kiary chamou, vendo a garotinha correr para longe dela.- Não posso perder você de vista na praia.

- Sabe - disse a pequena Omatikaya, ao longe. - Você podia me ajudar a fazer um colar de conchas? Eu quero dar para a Kiri.

Kiary sorriu, calorosas lembranças a invadiram. Ela lembrava-se muito bem de quando ela e Tsireya davam escapadas da vila para procurarem conchas.

- Claro, Tuk - respondeu ela com um sorriso gentil.

- Você não deveria fazer os caprichos da minha irmã.

Kiary pulou de susto com a voz. Ao seu lado, Neteyam tinha um sorrisinho sacana no rosto e os braços cruzados. Ele olhava carinhosamente para Tuk entretida na praia, enquanto Kiary respirava fundo.

- Porque não, garoto da floresta? - provocou ela.

Neteyam sorriu com o apelido. Kiary desviou o olhar, mordendo o lábio inferior. Mesmo que tenha sido por segundos, ela conseguiu ver os lábios dele se curvarem lindamente para cima e as presas aparecerem.

- Kiary...- o garoto chamou, receoso.

Kiary viu como a cauda dele estava inquieta e agitada, e como ele mal conseguia olha-la nos olhos.

- Sim?

- Porque você não vai conosco a Árvore das Almas?

O corpo da futura Tisa'hik ficou rijo. A respiração dela ficou levemente descompassada e ela se repreendeu por isso. Tisa'hiks não mostravam fraqueza ou insegurança.

- Neteyam...- começou, virando-se para olha-lo.

Neteyam.

Por três anos esse nome a atormentou. A deixou em agonia, insônia e em desespero. Mas agora, tudo o que ela via era um garoto estrangeiro com o mesmo nome, mas que não era nada assustador. Era caloroso, gentil...e um tanto desconcertado.

O que o desespero no nome Neteyam significava?

- Por que? - insistiu ele. O Omatikaya recuou um passo, pensando levemente em ter passado dos limites.

Kiary levou a mão ao colar de pérolas.

- Não posso contar - murmurou. - É...complicado.

Ela não olhou para Neteyam ao falar, mas percebeu que ele se aproximou mais dela, de forma que seus ombros quase se tocassem. Quase como se quisesse colocar a mão em seu ombro ou abraça-la. Kiary conteve o impulsos de virar-se e unir seus corpos, em busca de um conforto.

- Desculpe - pediu Kiary, para a surpresa de Neteyam. - Tsireya vai levar vocês amanhã. Ela é uma ótima guia, nem vão sentir minha falta.

Neteyam ergueu a mão para tocar o ombro. Ele não sabia ao certo. Não queria toca-la só no ombro, ele hesitou entre o cabelo, a mão, a bochecha. Mas temeu que, se fizesse isso, Kiary o jogaria no cardume de skiwmings.

Não Me Deixe - Neteyam Sully Onde histórias criam vida. Descubra agora