Prólogo - "𝐂𝐨𝐧𝐞𝐱𝐚̃𝐨 𝐚𝐨 𝐭𝐫𝐚́𝐠𝐢𝐜𝐨"

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"𝐄𝐱𝐢𝐬𝐭𝐞𝐦 𝐬𝐢𝐧𝐚𝐢𝐬 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚. 𝐎𝐛𝐬𝐞𝐫𝐯𝐞"

~*~

- 𝑁𝑜𝑠𝑠𝑎 𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑐𝑜𝑚𝑢𝑛ℎ𝑎̃𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝐸𝑦𝑤𝑎.

Clã Metka'yina, recife - três anos atrás, ápice do Eclipse.

O ápice do Eclipse. Era uma das coisas mais raras e belas de Pandora. O momento em que todas as estrelas e planetas orbitavam entre si no céu de Pandora, atingindo brilho máximo.

Beleza máxima sob a criação da Grande Mãe.

Era espetacularmente maravilhoso, pensou Kiary. E era mais maravilhoso ainda saber que o ápice do eclipse seria no seu aniversário de catorze anos.

Catorze anos. O ano em que o céu de Pandora brilhou maravilhosamente mais pela vigésima primeira vez.

Era um privilégio para Kiary, poder envelhecer no auge da beleza de seu planeta.

Gratidão transbordou dela ao olhar para o pôr do Sol a sua frente. O céu alaranjado, pintado de tons de vermelho, laranja, amarelo e azul. Algumas estrelas desbotavam no céu, em um tom esbranquiçado claro. O eclipse começaria em uma hora, e todo o povo Metka'yina estava agitado.

De um jeito bom. A movimentação da água era animadora, os comentários e a pressa dos Na'vi era empolgante.

Era aniversário de Kiary. E isso significava uma celebração para ela e para todo o clã. Visto que, claro, ela seria a próxima Tisa'hik. Era uma data que os Metka'yinas recusavam-se a deixarem passar.

- Irmã! - foi Tsireya quem gritou, tirando a garota de seus pensamentos.

Kiary observou Tsireya desfazer a ligação com sua ilu, antes de sair correndo do mar. A água era gelada aquela hora, e, como estava anoitecendo, Kiary viu os pontinhos brilhantes começarem a se destacar no rosto da irmã mais nova.

- Oi, Tiss - cumprimentou Kiary a Tsireya.

Tsireya tinha um sorriso enorme e gentil no rosto. Esse era o sorriso de Tsireya, mas normalmente, era acompanhado de um toque visível de timidez. Mas ali não, Kiary vou animação iluminar seus olhos.

- Para você.

Kiary baixou o olhar para as mãos abertas e estendidas de sua irmã. Ela abriu a boca, chocada. Um colar. Um colar de pérolas e conchas. Mas não qualquer pérolas ou qualquer conchas, eram as pérolas e conchas mais prestigiadas e raras de todo o Recife.

Kiary lembrou-se que, uma vez, com oito anos, tinha tentado sair do Recife em busca dessas pérolas e conchas raras. Ronal a deixou de castigo por dias.

Elas brilhavam na mão clara de Tsireya. Como o verdadeiro sol. Eram tão brancas e lindas quanto a água, tão brilhantes e...luminosas.

- Tsireya - sussurrou Kiary, em choque. - Isso é...

- Você não gostou? - o sorriso da garota diminuiu, e suas orelhas abaixaram. - Eu achei que..

Não Me Deixe - Neteyam Sully Onde histórias criam vida. Descubra agora