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P I E T R A
Dias depois.
   Stanford bridge  📍

Cuidar dos meninos tem sido o menor dos meus problemas, para falar a verdade, com as descrições da Vanessa eu esperava Denis o pimentinha mas encontrei dois garotos super amorosos que precisam de atenção.

Apenas isso.

Hoje eles não tiveram aula, apenas treino, pedi o auxílio dos dois para me ajudar com a academia.

O espaço não é grandão mas pra mim que vou treinar sozinha está ótimo, e tem todos os aparelhos que eu preciso.

Minha  sinusite atacou de tanto pó que tinha, deixei um vão entre a grande janela para entrar um ar e tirar o cheiro de lugar fechado.

— Tem certeza que esses aparelhos são seguros? — Iago, o mais novo, indaga tocando na esteira. — Não quero meu pai sendo processado por acidente de trabalho. — dou risada.

Além de engraçadinho ele é bem carinhoso.

— Eu vou pedir pro Carlos olhar depois, ou, se ele conhecer alguém que mexe com essas coisas vir olhar. — explico olhando ao redor.

— Eu até treinaria com você mas o meu técnico me mataria. — Isago diz.

Ele é o mais velho e mais na dele, super tímido e odeia tudo que tem haver com redes sociais, uma vez eu estava me olhando na câmera do celular e ele achou que eu estava o filmando, fugiu de mim igual o diabo foge da cruz.

— Infelizmente eu terei que carregar a dor que é treinar sem você. — faço drama e ele ri. — Não sei quando vou poder te perdoar por isso. — coloco a mão no coração.

Ele gargalha.

Eu percebi que os momentos de ignorância ou impaciência dos meninos é sempre envolvendo o pai deles, tirando os treinos e jogos, Thiago vive em reuniões com seu empresário e mal para em casa, de duas semanas que eu estou trabalhando aqui se o vi 3 vezes é muito e sempre que o vejo de relance ele está todo engomadinho.

Os meninos usam tudo ao favor deles para disfarçar a falta que sentem do pai, durante esses dias aqui eles já me ensinaram a jogar altinha, jogos no pc e também no videogame, as vezes só de eu assistir eles jogar eu percebo que faz uma grande diferença para os dois.

Isago e Iago falaram sobre a mãe deles comigo uma vez apenas, dizendo que estavam com saudades, me disseram que a última vez que a viram pessoalmente foi há 6 meses atrás e que conversam por videochamada algumas vezes na semana.

Sai dos meus pensamentos quando ouvi um barulho, direcionei meu olhar para a entrada da academia e encontrei com o corpo alto em movimento.

Thiago estava vestido bem diferente do que eu o costumo o ver, uma calça de moletom preta, camiseta de manga longa cinza, chinelo e meia nos pés, bem casual.

— Oque vocês estão fazendo aqui?— indagou olhando ao redor.

A voz dele não é tão grossa, diria que é meio termo com um pouco de rouquidão misturado com o sotaque carioca.

— Ajudando a Pietra com a academia. — Iago respondeu animado.

— É sério isso? — esbravejou abrindo os braços e olhou para mim. — Você não é paga para tratar meus filhos como seus empregados!. — me fitou dos pés a cabeça, abri a boca para respondê-lo mas fui interrompida por Isago.

— Pai, para de ser chato, foi até divertido não tínhamos nada para fazer o dia todo. — o mais velho o revidou.

— Claro que tinham, poderiam estudar fazer lição de casa. — aumentou o tom de voz e eu percebi que os meninos se estremeceram.

Meu acaso - Thiago Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora