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PIETRA
Londres 📍

Fiz o treino de inferiores por 1h e quase não consegui andar direito depois disso, me afastei dos aparelhos por alguns dias e é como se minhas pernas tivesse desaprendido a malhar.

O bom de ter a academia só para mim é que não fico com a estranha sensação de ter alguém me olhando, aqui é bem reservado e aconchegante.

Depois de malhar tomo toda a água da minha garrafa e  me sento no chão cruzando as pernas em posição de índio, fecho meus olhos respirando fundo e agradecendo pelo sofrimento ter acabado.

Me assusto quando a luz da academia é apagada e pulo do chão ficando em pé e sentindo minha respiração acelerar.

— Foi mal... — Thiago diz  acendendo a luz e gesticulando com a mão. — achei que tinham esquecido a luz ligada. — engulo seco.

— Tudo bem, eu já estava saindo. — falo sem graça.

Me agacho e pego minha garrafa de água, levanto o olhar e encontro os olhos de Thiago sobre mim, ele me olhou de cima abaixo e me senti um pouco desconfortável com seu olhar.

— Você pode parar de me olhar, por favor. — pedi sem jeito, ele piscou duas vezes e virou o rosto.

— Não estava te olhando não, garota.— caminho em direção a ele e paro em sua frente desligando as luzes da academia.

— Percebi. — seguro a risada e passo por ele.

Vou para o meu quarto e tomo meu banho, coloco o meu pijama que é bem mais confortável do que essa roupa de academia, me jogo na cama e pego meu iPad, coloco um filme para prender a atenção mas não consigo, na minha cabeça só vem o olhar do Thiago sobre mim, é muito errado ficar pensando no meu chefe?

Ele não é feio, a única coisa que o estraga é o jeito ignorante.

Balanço a cabeça negando meus pensamentos e decido de vez prestar atenção no filme, ao todo eu assisti dois e creio que isso me fez perder o sono e me deu fome.

Abro a porta e olho no corredor vendo o mesmo vazio e com pouco iluminação, ando na ponta dos pés até a cozinha e encontro a Carlota finalizando um bolo, meu estômago chega roncou.

Achei que ela já tivesse ido embora.

— Você parece que leu meus pensamentos. — disse me olhando. — Ia agora ver se você estava acordada para experimentar esse bolo. — me animo e subo em cima da cadeira apoiando meu braço na ilha da cozinha.

— O cheiro está bom e parece delicioso, é do que? — pergunto curiosa.

— Ninho com morango. — lambo meus lábios e sinto água na boca.

Carlota pega um prato e parte um pedaço do bolo me entregando junto da colher pequena, pego um pedaço e levo até a boca saboreando o bolo.

— Carlota... — murmuro. — Isso aqui está muito bom! — elogio.

— Eu fiz pro café da manhã. — falou. — Já era pra eu estar em casa mas eu me empolguei um pouquinho. — falou tirando o avental. — Se não for te incomodar, você pode guardar na geladeira caso não for comer mais? — estendeu o mesmo no porta-avental.

— Claro que sim, você é corajosa de confiar em mim para olhar esse bolo, quem te garante que amanhã vai ter alguma coisa aqui? — a encaro com a sobrancelha erguida enquanto seguro o riso.

— Eu confio em você. — se curvou na ilha e apertou o meu nariz. — Boa noite, Pietra.

— Bom descanso, Carlota. — sorrio para ela que pega a bolsa e sai do meu campo de visão.

Meu acaso - Thiago Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora