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THIAGO

Vai abrindo a porta, eu esqueci uma coisa no carro. — entrego as chaves de casa para a Pietra e passo por ela antes que pudesse ouvir sua resposta.

Vim o caminho todo com a mente a milhão.

Eu só queria ficar de boa com ela sabe? Mas parece que nada do que eu faço é o suficiente para isso. Eu nunca imaginei que seria tanta burocracia viver um romance com essa garota.

Abro a porta do carro e pego meu celular e minha carteira e enfio no bolso. Vejo se não esqueci nada nos bancos traseiro e no porta-malas e tranco o carro e me viro indo pra dentro de casa.

— O melhor presente que eu poderia receber, muito obrigada. — ouço a voz da Pietra e de canto olho para dentro de casa vendo ela pegar o buquê das mãos do Vini e fotografar com o celular. — Você acertou muito nessa.

Engulo seco sentindo a veia da minha testa querendo estourar.

— Já pode soltar ela. — Isago resmunga sentado no sofá e o Vini solta ela e levanta as mãos em sinal de rendição.

Meu filho pô.

— Eu não tinha a certeza de que você gostava mermo só me garanti com tua tatuagem. — apontou para o braço dela.

Nego com a cabeça e respiro fundo me afastando da porta e me viro descendo os degraus da escada de casa e enfio as mãos no bolso, olho pro céu vendo as nuvens carregadas oque indica que vai chover, contei até 3 várias vezes até me acalmar.

Eu queria que as coisas entre mim e a Pietra fossem mais fáceis, não queria essa complicação toda, nunca fiquei assim por ninguém e nunca fiz questão de sair da minha zona de conforto por alguém.

No entanto, quando se trata dela eu tento fazer de tudo, é uma parada sinistra.

Meus pensamentos são interrompidos com o barulho de um carro, olho para frente vendo o Porsche preta quase passar por cima de mim, o vidro do carro é abaixo revelando Isabelle, a mãe dos meninos.

Era só oque me faltava.

— Ta fazendo oque aqui, Isabelle? — respiro fundo sentindo o pouco de paciência evaporar do meu corpo.

— Vim ver meus filhos. — saiu do carro e pegou uma sacola da mão, andou em minha direção e se curvou querendo beijar minha boca. — E relembrar os velhos tempos.

— Se manca. — me afasto de seu toque e dela.

— E também comemorar o aniversário da sua nova peguete. — rolo meus olhos. — Iago me contou tudo.

— É por isso que está aqui  então? — viro meu corpo encarando ela. — Não está pelos meninos? — debocho.

— Claro que estou, mas não custa nada ver como é a sua peguete.

— Pietra não é minha peguete. — resmungo.

— As outra também não eram. — ironizou e eu me aproximei pegando no braço dela fazendo ela me encarar nos olhos.

Me pegou em um péssimo dia.

— Com ela é bem diferente, se veio para complicar as coisas ao invés de ficar com os meninos é bom tu dar meia voltar e sumir da minha frente!

— Calma... — se desfez do meu toque e levantou as mãos em sinal de rendição. — Só na sua cabeça que eu ainda me importo com quem você fica ou deixa de ficar, eu sei que ela é só mais uma na sua vida! — rio sarcástico e fico na minha para não dar corda.  — Ela é só mais uma, não é? — questionou.

Meu acaso - Thiago Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora