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P I E T R A
São Paulo 🇧🇷


— Que bolo delicioso! — elogio. — Com certeza um dos meus recheios favoritos.

Olhei no relógio e marca 9h30 da manhã, ontem a recepção foi calorosa mas eu estava tão cansada da viagem que não consegui dar tanta atenção pra minha família.

— O meu também. — Bruno concordou.

Mal eu entreguei a camiseta autografada do Chelsea e, ele e meu pai vestiram e estão desde ontem com a camiseta e tenho certeza que tão cedo eles não vão tirar.

— Eu preciso ir, vou entrar mais cedo no serviço hoje pra aproveitar com você mais tarde minha filha. — meu pai se levantou da cadeira e veio em minha direção.

— Vai trabalhar com essa blusa? — indago recebendo um beijo na testa.

— Claro? — disse como se fosse óbvio. — Os cara do serviço vão morrer de inveja de mim. — nego com a cabeça rindo e ele se despede da minha mãe e do meu irmão.

— Você também engole esse café que já está atrasado para escola. — minha mãe apontou pro Bruno que enrolava comendo cuscuz.

— Escola? — pergunto. — Não está meio tarde? — aponto para o relógio pendurado no meio da cozinha.

— Caso tenha esquecido eu estudo em período integral. — Bruno diz. — Hoje entro mais "tarde". — Fez as aspas.

— Aí, bom dia família.. —  antes que eu pudesse responder Beatrice chega na cozinha toda sonolenta. — Como é bom acordar tarde, não faço isso tem tanto tempo!

— Você não tem aula hoje? — pergunto caindo na real.

— Basicamente não, a universidade está com a semana de atividades complementares para escolhermos mas eu já tenho o suficiente, só vou amanhã. — justificou sentando a mesa e pegando um pão.

— Olha lá em? Não quero você se prejudicando. — a repreendo.

— Pode ficar tranquila, eu me matei pra passar em medicina nem que tivesse sido como cadáver, não vou bobear. — dou risada.

— Depois que o Bruno chegar da escola podemos ir na cachoeira que tem aqui atrás, lembra dela filha? — mamãe pergunta.

— Ainda existe? — pergunto surpresa.

Me lembro de quando pequena eu brincar com meus primos nesta cachoeira, tenho várias fotos guardadas de piqueniques que fazíamos lá.

— Deve estar super contaminada já que o Bruno vivia fazendo xixi nela. — Beatrice diz e recebe um leve tapa do meu irmão. — Tô mentindo?

— Eu era pequeno e não tinha controle. – se defendeu. — Pronto mãe, já comi.

— Pede desculpas pra Beatrice. — minha mãe exigiu segurando a risada e assim ele fez recebendo um abraço apertado da minha amiga. — Mas sim, ainda existe e está frequentável! — encarou Beatrice rindo. — Oque você acha?

— Eu amei. — digo animada. — A vovó, cadê ela? — pergunto percebendo a ausência dela e pelo horário, ela já deveria estar tomando café conosco.

— Foi cedo pra missa e disse que de lá ia visitar umas amigas. — riu negando com a cabeça. — Capaz de voltar só a tarde. — assenti.

Terminamos de tomar café, minha mãe foi levar o Bruno na escola e a Beatrice me chamou para irmos no parque que tem aqui perto de casa, na verdade é uma pracinha com alguns aparelhos de exercício.

Meu acaso - Thiago Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora