A verdade não dita | YOONJIN

Chá ruim

Seokjin ajeitou mais uma vez seu cabelo, observando seus irmãos que não pareciam interessados naquela visita. Seu pai também parecia mais interessado em qualquer coisa daquela sala que a ideia que deveria receber a visita, até porque ainda era o Duque de Sulneilft. Mas, se Deus fosse benevolente, as visitas entenderiam o estado do atual Duque.

Observou pela janela seu irmão recebendo seu noivo. Notava que era muito bonito, tão alto quanto Namjoon, apesar de ser um ômega. Mas ele tinha um semblante feliz e calmo. Ao seu lado, Seokjin notou que o Conde de Bark, o qual ele sabia muito bem quem era, estava sorrindo para Namjoon.

O Conde de Bark estampava as capas dos jornais já fazia alguns meses. Mas, as fotos desenhadas dele não faziam jus ao homem que era. Seokjin até mesmo tinha ideia que seu futuro cunhado era alguém muito próximo ao Conde, mas não imaginou que o próprio Herói de guerra iria vim até esse casamento, mesmo após ter deixado claro na carta destinada ao Duque, em que Seokjin que geralmente lia as cartas do pai por curiosidade, que aprovaria o casamento e pagaria o dote.

No jornal, o tal Conde era realmente magnífico, um alfa lindo, mas ao mesmo tempo em que ele se aproximava, Seokjin notava que apesar de ser um homem bonito, suas cicatrizes pesavam mais que sua beleza. Mas ainda sim, Seokjin ficou um tempo contemplando seu andar manco, mesmo que não muito bonito, mas que ainda sim deixava claro que aquele homem era um alfa glorioso. Ele era forte, provavelmente pesando mais do que o padrão dos cavalheiros alfas, e tudo isso apenas em músculos de tão grande que era. As pessoas tinham medo de Yoongi, ao falar dele em suas fofocas diárias, não só pela cicatriz e seu andar manco, mas também porque ele demonstrava um poderio sem nem ao menos se esforçar.

— Por Deus, eu não sabia que o Conde de Bark era manco! — Jimin disse e quando fechou a boca, a enorme porta da casa foi aberta.

Por sorte, se Deus realmente quisesse que aquela casa houvesse paz, os visitantes não haviam escutado o que Jimin havia dito.

— Fique em silêncio! — Seokjin beliscou o irmão que o empurrou com o cotovelo. — Ou eu faço o papai cortar seu dinheiro.

— Não faria isso.

— Faria. Acha que não sei o que faz quando vai ao comércio? — Seokjin disse baixo, ameaçando o irmão. — Jung Hoseok adoraria receber uma carta o obrigando a se casar com você.

— Não! Eu não quero me casar!

— Querido, essa é minha família. — Namjoon disse, feliz em apresentar Min Dori ao seus irmãos. — Kim Jongsuk, meu pai.

— Oh! Se não é o único filho daquele velho ranzinza de Min Junseo! — Seokjin mordeu os lábios ao ver o pai falar alto. Tudo ali estava propício para ser um desastre. — Como cresceu! Menino, eu lhe vi crescer. Era tão pequeno. E você... Ora, Min Yoongi? Por Deus, a guerra acabou com você!

Seokjin se apressou indo até o pai, segurando em seu braço e dando um sorriso delicado, ou na verdade, tentando.

— Perdão por meu pai, Sir. — Seokjin disse diretamente para Yoongi que o observou achando engraçado seu desespero em pedir desculpas pelo pai. — Sou Kim Seokjin, o filho mais velho. Fico muito feliz em receber vossa senhoria em nossa casa. Esses são meus irmãos, Kim Taehyung e Kim Jimin.

Os dois ômegas fizeram uma reverência em conjunto com Min Dori que sorriu animado. Já Yoongi nem ao menos se mexeu sobre toda aquela formalidade.

Namjoon o olhou de ladino, percebeu o quanto aquele homem era prepotente, mas se para ter seu noivo em seus braços tinha que o suportar, não tinha para onde correr, além de ser gentil.