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Kara Zor-El pov

Ficar de repouso é algo extremamente chato pelo fato de não podermos fazer quase nada, no começo não reclamei por se tratar do bem estar de Liz, mas meu tédio aumentou conforme os dias foram passando. Lena passou a trabalhar de casa para me auxiliar e também pediu para sua auxiliar da casa trabalhar em período integral, assim teríamos mais ajuda.

Para o meu alívio o acúmulo de sangue não demorou a desaparecer, mas Samantha me deu licença maternidade ao completar trinta e duas semanas e sei que é devido as leis trabalhistas, nada do que eu falasse ia mudar a decisão dela.

— Que mamãe pensativa... — Sorrio e guio meu olhar para porta, Lena está me observando com um pequeno sorriso nos lábios.

Analiso a morena por inteiro ao perceber que ela está arrumada demais para uma simples vídeoconferência, Lena está com uma blusa preta justa e de decote arredondado, dando a visão perfeita do volume de seus seios, uma calça social preta, saltos pretos e o cabelo preso em um rabo-de-cavalo perfeitamente alinhado. Os olhos marcados devido a alguma sombra, nas bochechas um leve rosado se dado pelo blush e um batom rosa suave destaca gentilmente seus lábios.

— Querida, está tudo bem? — Ela se aproxima, a preocupação é visível. — Está com dores?

— Não. Estou bem, muito bem. Irá sair?

— Tenho uma reunião importante, essa não consegui mudar para que eu possa realizar daqui, mas não irei demorar.

Oh, não tem problema algum. Acredito que deva voltar a sua rotina, tenho a companhia de Elizabeth e não temos mais a preocupação com o descolamento.

— Não...

— Lena. — A interrompo. — Sei que passará muito tempo em casa após o nascimento de Liz, então o melhor a se fazer, é você voltar para empresa enquanto nossa filha não nasce. Prometo te ligar caso qualquer coisa aconteça, Elizabeth está comigo o dia todo e Liz está ótima aqui dentro.

— É uma decisão irredutível, não é? — Afirmo. — O que acha de um horário híbrido? Alguns dias na empresa e outros em casa?

— Aceitável. — Sorrio, a morena segura minha cintura com cuidado.

— Quando eu te vi aqui tão distraída, logo imaginei a Liz em seus braços e você a ninando... — Sinto um calor delicioso borbulhar em meu peito. — Mal posso esperar para presenciar essa cena, para que se torne real.

— Mesmo? E como você a imaginou?

— Uma menininha loirinha de pele bem clarinha, o choro exageradamente forte. — Ela tomba levemente a cabeça para o lado. — Os olhos azuis como os seus, lindos e apaixonantes, também apaziguadores. Imagino uma pequena cópia sua correndo por esse apartamento, trazendo vida a ele e alegria, me fazendo esquecer o quão solitário esse lugar um dia foi.

Brinco com a alça da blusa dela.

— Meu apartamento também era frio e solitário... Isso até eu descobrir que ia ser mãe, até eu começar a imaginar um bebê engatinhando por todo canto ou uma criança brincando e deixando brinquedos espalhados. — Confesso. — Eu não estava vivendo a minha vida, estava apenas existindo e para mim aquilo estava ótimo, comecei a viver de verdade quando descobri a Liz, quando você chegou junto com suas amigas.

— Querida... — Murmura sem palavras.

— Eu perdi meus pais aos treze anos e tudo deixou de ter sentido para mim, Lena. Fui para o sistema porque ninguém da minha família quis ficar comigo, me senti totalmente perdida quando tive que deixar o orfanato. Mas uma voluntária me deu toda ajuda que eu precisava, morei com ela enquanto as aulas da universidade não começavam, depois fui para o campus.

Bebê a Bordo - Karlena / supercopOnde histórias criam vida. Descubra agora