17. VIOLETA E JASMIM

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No dia seguinte, quem acordou primeiro foi Jimin, era estranha a capacidade dele de sempre levantar tão cedo, mesmo não dormindo tão bem.

Abri um pouco os olhos, ameaçando acordar e Lua já estava ao meu lado na beirada da cama, esperando ansiosamente uma reação minha aos resmungos pedindo carinho. Acho que nunca me senti tão em paz em toda a minha vida.

Fui até a cozinha em busca de Jimin, que estava de costas revirando as louças no escorredor tentando acomodá-las de um jeito que não ficasse uma bagunça. Me aproximei com cuidado, passei as mãos suavemente em torno de sua cintura e repousei o queixo sobre seu ombro.

— Dormiu bem? — Ele perguntou colocando as mãos por cima das minhas. — O que acha de comermos alguma coisa, antes de sairmos com a Lua?

— Uhum. — Respondi ainda com a cabeça descansando e olhos fechados.

Ele riu fraco e se virou de frente pra mim, apoiando as costas na extremidade da pia e logo depois deixou um selinho nos meu lábios, que agora davam espaço para um sorriso.

Sentado naquela mesa de frente com o garoto que me faz sentir tantas coisas, só me mostrava mais ainda como eu deveria estar ali e não em qualquer outro lugar que fosse. Eu tinha amigos aqui, que me apoiavam e me ajudavam quando eu precisava, tinha o único resquício de família materna que me sobrou e tinha ele. Ele que não media esforços para me fazer feliz, que não deixava meu coração em seus batimentos naturais nem por um segundo, que me conquistava um pouquinho a cada dia que passava, com um olhar, um sorriso ou pequenas ações.

Eu não tinha porque voltar.

Eu finalmente me sentia em casa. Em paz.

Depois de sairmos para caminhar com Lua, passamos pela casa da minha avó, que dessa vez quis nos acompanhar até em casa.

— Fico tão feliz de ver o amor de vocês. — Ela disse enquanto servia mais um pedaço da torta de frutas, que ela mesmo trouxe. — Me lembram dos seus pais, Jungkook. Sua mãe era tão apaixonada pelo seu pai quanto você por Jimin.

Nós dois sorrimos, estamos felizes por ter encontrado um ao outro também.

— Aliás... — Ela disse, tirando um pequeno envelope amarelado da bolsa. — Quando você saiu aquele dia, Namjoon deixou isso comigo e disse para te entregar quando Jimin voltasse.

Meu olhar mudou em uma fração de segundo.

Hesitei, mas ainda sim aceitei aquele papel.

"Caro Jungkook.

Sinto muito por tudo isso.

Eu não queria que tomasse essa proporção, mas infelizmente meu ego falou mais alto e fui coagido por meus pensamentos inconsequentes. Desde que você chegou todo arranhado e sujo à porta da minha escola, desesperado porque não encontrava a sua avó eu soube, soube que devia ficar perto de você e fazer o que seu pai não teve a chance. Quando você completou 15 anos, já demonstrava habilidades que eu nunca imaginaria que um adolescente conseguiria fazer, seus poderes iam crescendo com mais facilidade a cada dia que passava e eu me orgulhava de modo recíproco.

Sei que nada que eu disser agora vai justificar o que estou fazendo. Mas quero que saiba de uma coisa: Você sempre foi um garoto excepcional, tenho orgulho do homem que você se tornou. Seu lugar é onde você se sente bem e onde pode se sentir em casa, mas Lila não vai parar enquanto não conseguir controlar o seu poder junto ao dela e conseguir a vingança sem sentido que ela tanto almeja. Então fique de olhos abertos, como eu te ensinei.

Saiba que assim que puder, ajudarei ele a escapar.

Se cuide e cuide do que é especial para você, meu filho.

Infusão PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora