8. LÍRIOS ALARANJADOS

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Lírios alaranjados simbolizam o ódio

Eu não podia simplesmente viver em pé de guerra com o melhor amigo de Jimin. Afinal, se eu quero mesmo fazer parte da vida dele, preciso me envolver com o resto também.

— Aceito suas desculpas. — Apertei sua mão.

Logo depois de decretar paz com Taehyung, começaram as perguntas.

— Mas você faz magia só com as mãos ou usam varinhas igual Harry Potter? — Hoseok interrogou.

— Na verdade, eu posso fazer magia com as mãos, os olhos e às vezes sentir o sabor de qualquer coisa na boca sem comer nada. Mas não usamos varinhas. — Expliquei.

— Nossa, você deve ser muito popular. — Yoongi disse.

— Eu tenho meus dons e tiro notas altas, mas não sou popular. Algumas pessoas ainda sim, não gostam de mim.

— Como alguém pode não gostar de você? — Jimin se pronunciou e todos olharam para ele. — Por fazer magia, claro! — Desconversou.

— Acredite. Tem uma garota na minha classe que me odeia apenas por eu ser inteligente. Ela não suporta o fato do Mestre Namjoon gostar mais de mim do que dela. — Relatei.

— Olha só, fofocas de um universo paralelo. — Taehyung fez piada. — Conta mais.

— O nome dela é Lila e ela está na minha classe desde sempre. Quando estávamos no primeiro ano, a diversão dela era fazer bullying comigo e hoje em dia ela bajula o Namjoon pra conseguir alguma coisa, mas nunca alcança nada.

— Eu não suportaria uma pessoa assim, ela até me lembra uma garota que ficou atrás do Hoseok uma vez no ensino médio. — Yoongi explanou.

— Ela era maluca, chegou a comprar um par de alianças e a gente só saiu uma vez. — Hoseok apresentou.

Era bom ter alguém pra falar sobre tudo isso, por mais que aquele não fosse meu tempo, gostava de estar com eles e me via muito feliz ali.

Imagino que talvez devesse citar o Príncipe, mas achei melhor não. Jimin não precisava saber sobre sua versão da realeza, afinal agora a única pessoa que pertence ao meu coração é ele.

A tarde passou rápido e quando entardeceu os garotos foram embora, deixando Jimin e eu a sós novamente.

— Está com fome? — Ele perguntou depois de fechar a porta.

— Estou. — Respondi. — Qual comida do século vinte e um vai me apresentar dessa vez?

— Pizza! Você vai amar, tenho certeza. — Afirmou com o celular (que agora eu conhecia), no ouvido.

— Se você diz, eu acredito.

Ele sorriu.

Depois de desligar o telefone, ele foi até a janela da sala.

— Vem ver. — Chamou e eu me aproximei.

— É lindo, não é? — Jimin disse olhando para o céu.

— É sim. — Respondi, sem conseguir evitar apreciar a beleza dele à luz do luar, mas rapidamente desviei o olhar no exato momento em que ele se virou para mim.

Jimin arfou um riso.

— Vou te contar uma coisa sobre mim... Eu estudava biologia na coreia, também gosto muito de flores. — Ele tomou coragem. — Quando contei para os meus pais que viria para Nova Iorque eles ficaram muito mal, porque sou filho único e nunca me desgrudei deles. Foi muito difícil me adaptar, por sorte eu tinha o Tae. Quero me desculpar por ele também.

— Não precisa se desculpar por nada, Jimin. — Tentei interrompê-lo.

— Geralmente ele age assim mesmo, mas com você foi bem pior. Então, me perdoe por não ter te avisado sobre isso. — Ele suspirou.

Imediatamente, segurei o rosto dele com as duas mãos e me aproximei com cuidado para deixar um beijo carinhoso em sua testa.

Vi seus olhos castanhos brilharem com o reflexo das estrelas e nesse momento eu tive certeza absoluta, que nada nesse mundo me faria mudar de ideia, nada no mundo iria me tirar do lado dele, nada no mundo mudaria o que eu sinto por ele.

Nunca tinha experimentado o sentimento de ser amado na mesma intensidade, até porque, o hábito que eu tinha era ser rejeitado pelo Príncipe. Com esse Jimin, sinto tudo redobrado, ele se abre para mim, recebe meus sentimentos e os acolhe.

O que eu precisava era viver ao lado dele.

Observei seu rosto mais uma vez e o puxei para tentar beijá-lo novamente, torcendo para desta vez, o momento não ser cessado por mais batidas na porta.

Contudo, com centímetros faltando para que meus lábios tocassem finalmente os dele, algo totalmente inesperado aconteceu.

Um barulho de faísca e pequenas luzes surgiram no meio da sala.

— Jungkook... — Jimin cochichou.

— Fica atrás de mim. — Passei o braço para frente do corpo dele.

Quando as faíscas pararam, feixes de luz em formato de círculo começaram a abrir, formando um portal idêntico ao que me trouxe aqui. E depois que ele se completou, a garota de cabelos vermelhos surgiu de dentro dele.

— Ora, ora, ora, vejam quem eu encontrei. — A voz rouca dela ressoou.

— O que você está fazendo aqui?

Infusão PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora