6. CAMÉLIAS COR-DE-ROSA

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Camélias cor-de-rosa significam saudade.

A noite foi longa pra mim, pois eu não conseguia parar de pensar no que aconteceu e na reação que ele teria quando acordasse. Me virei de um lado para o outro sem parar, até que consegui cochilar por pouco tempo antes que o sol interrompesse meu sono inédito.

Por mais que parecesse apenas um cochilo, quando acordei, Jimin não estava do meu lado na cama. Pude ouvir o som de conversa na sala e me lembrei que não era uma conversa e sim a televisão.

Me levantei e fui até lá.

— Você acordou! Dormiu bem? — Ele se levantou do sofá, veio ao meu encontro, envolveu os braços no meu pescoço e depositou um beijo na minha bochecha.

— Dormi bem e você? — Respondi, um pouco sem jeito com a situação e ele fez sinal de "sim" com a cabeça.

Achei que ele não se lembraria de absolutamente nada do que aconteceu ontem a noite, mas pelo jeito eu estava errado.

— Está com fome? — Ele perguntou. — Fiz questão de preparar uma mesa bonita de café da manhã pra você.

Ele me puxou pela mão, me deu um lugar à mesa e se sentou de frente comigo. Tudo que havia na mesa ele me ofereceu e eu como boa visita, aceitei, era maravilhoso o sabor que as comidas daqui tinham, nunca tinha provado nada parecido. Mas ainda sim, meus pensamentos não saíram da visão dele que tive ontem.

— Jimin. — Chamei sua atenção, deixando o pedaço de pão que comia sobre o prato. — Me perdoe por ontem.

— Te perdoar por quê? — Ele perguntou.

— Por ter te beijado enquanto estava bêbado. — Respondi abaixando os olhos.

Ele riu fraco e se levantou, parou ao meu lado e segurou meu queixo, levantando minha cabeça para encontrar os olhos dele.

— Como eu posso te desculpar por algo que eu mesmo queria fazer desde o dia em que nos conhecemos.

No mesmo momento que sua voz doce chegou em meus ouvidos, meu coração pulou de alegria. Eu esperei quase 2 anos pra ouvir algo assim do Príncipe, mas esse Jimin era uma versão muito mais amorosa e carinhosa, sinto que minha afeição pela realeza vem perdendo força a cada dia.

Jimin disse que todos os dias de manhã levava Lua para um passeio e me convidou para acompanhar no dia de hoje, já que agora eu faria parte da casa de uma maneira ou outra.

A vizinhança dele era calma, os prédios eram todos simples e as ruas quietas, mas era bem iluminada mesmo de dia. Haviam muitos velhinhos cuidando do jardim ou varrendo calçadas durante o nosso passeio e ele cumprimentava todos com muito carinho e respeito.

— Oi, dona Lúcia! Bom dia! — Ele disse em um tom alto.

— Ah, menino, finalmente você chegou, já estou te esperando aqui faz horas. — A senhora tinha cabelos longos e brancos e usava um vestido estampado com camélias cor-de-rosa, essas flores significam saudade. — Trouxe companhia hoje?

Ela direcionou o olhar pra mim e sorriu. Tinha alguma coisa tão familiar naquela mulher, mas eu não conseguia decifrar com exatidão o que era.

— Vem, vamos entrar. — Ela chamou.

A casa era muito simples, os móveis eram clássicos, típicos de uma casa onde morava uma senhorinha como ela. Ela colocou um pote com água para Lua, nos ofereceu um bolo e com as mãos enrugadas tirou a primeira fatia e a entregou para Jimin, em seguida me deu o segundo pedaço.

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