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Letícia...

Semana passou rapidinho e quando eu vi já era domingo dia de visita.

Ontem mesmo eu dei um trato em mim, lavei os cabelos e depilei, tudo isso pro muralha, ele é muito exigente, chatinho que só ele.

Falando nisso eu tô morando sozinha agora, Léo arrumou uma casa pra mim aqui pertinho da entrada do morro, não quis mais pra cima não pq lá a fofoca e o tráfico rola solto, ao vivo e as cores pra quem tiver na rua ver.

Eu tô fora desse meio, já arrumei problemas demais pra mim.

Minha casinha não é grande, é pequena, tem dois quartos, um banheiro, e a sala emendada com a cozinha, e uma varanda, bem pequena mesmo mas dá pro gasto.

Dei uma afastada legal das meninas, mas vira e mexe elas aparecem por aqui, eu amo né? Com certeza sim, elas são as únicas amigas que eu tenho.

A casa já veio com os móveis então eu não precisei gastar com nada, só comprei alimentos e outras coisinhas básicas.

Saio dos meus pensamentos com o barulho da porta da frente sendo batida.

Saio do quarto e vou ver quem e.

- caralho quer me matar do coração?- falo assim que vejo que e a Elisa.

Ela revira os olhos e deixa a sacola com a comida do muralha encima do sofá e vem na minha direção dando um beijo na minha testa me arrancando uma careta e depois na minha barriga.

- não beija minha testa pq você não é minha mãe - reclamo fazendo um bico.

Elisa: depois reclama quando eu te chamo de chata. - dou língua e vou na geladeira pegar um Danone pra mim comer.

- o menino já tá aí com o carro? - pergunto enfiando a colher na boca.

Elisa: sim, então anda rápido por favor.

- não vou comer rápido não, o muralha que espere.

Elisa: não é assim que funciona Letícia, tem horário pra chegar do mesmo jeito que tem pra sair então anda logo. - bufo.

- posso nem comer em paz - murmuro

Elisa:  você come toda hora não vai morrer se ficar umas horinhas sem alimentar esse dragãozinho dentro de você.

Elisa sai da minha casa com a sacola e eu vou logo atrás fechando a porta e trancando com a chave.

Léo tava escorado no carro fumando.

- não fuma perto de mim - derrubei o baseado dele no chão e ainda pisei em cima .

Ele me olha sério negando com a cabeça.

Leozin: me dá um abraço mais não - nego

- você tem fiel e eu não quero abraço - sorrio falsa na direção dele.

Entro no carro e partimos pro presídio, chegando lá fiz os mesmos procedimentos, passei pela enorme fila , eles revistaram a comida e me deixaram passar direto sem me revistar, acho que são ordens do muralha.

O policial falou onde ele estava, então eu fui na direção do pátio que por sinal tá cheio de presos, caminhei lentamente com as sacolas na mão, rodei meus olhos e finalmente encontrei o muralha em um lugar mais afastado ao lado de um cara moreninho, parecendo um índio, me aproximei de fininho sem olhar muito.

Passo a mão no cabelo  com o olhar dele sobre mim.

Muralha: senta aqui branquinha - ele bate as mãos no colo dele, fico um pouco receosa mas deixo de medo e me aproximo sentando de lado no colo dele, sinto ele afastar meu cabelo do pescoço jogando pra trás passando o nariz e dando um beijo fazendo meu corpo todo se arrepiar. - tava louco de saudade de você, cheio de tesão nesse seu corpo novinha - seguro o rosto dele com uma mão só e olho dentro dos seus olhos antes de colar nossas bocas em um beijo lento, não tínhamos presa alguma simplesmente deixamos nossas línguas se tocarem beijando igual dois casal na frente de todos.

L E T I C I A 💋 ( CONCLUÍDA )Onde histórias criam vida. Descubra agora