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Letícia...

Quando a maluca da Ellen entrou no quarto trasntornada com aquela cara de louca dela a única coisa que passava pela minha cabeça era proteger a minha barriga ou seja o meu bebê.

Ela me agrediu e eu agredi de volta pq eu não sou nem obrigada, não gosto de usar de violência com ninguém, mas tem vezes que a única solução e colocar a pessoa no devido lugar dela.

Não é de hoje essa implicância da Ellen comigo, e.olha que eu nunca fiz nada com ela imagina se tivesse feito, eu não tava mais viva não irmãs.

Elisa: tem certeza que se tá bem ? - a ruiva já me perguntou isso 75 mil vezes e eu sempre dou a mesma resposta, SIM.

mesmo tentando me proteger eu deixei ela chutar minha barriga, quando eu sentir a dor eu não consegui me mouver, então fiquei quietinha até passar.

Mas isso me fez perceber que aqui não é meu lugar, talvez ela tenha razão em alguns pontos, eu só tô atrapalhando a vida dela com o Léo.

Pego minha sacolinha com minha roupa suja do chão e atravesso no braço, pego meu celular embaixo do travesseiro e coloco no bolso do short.

Elisa: tá indo pra onde?

- pra casa ué - falo ela me olha na dúvida. - não vou ficar numa casa onde uma pessoa me odeia Elisa, dessa vez foi um chute da próxima só deus sabe.

Elisa: credo Lê, pensa positivo pelo amor de deus, se tu quiser eu dou uma corsa nela e aí fica tudo Mec.

Seguro o ombro da minha amiga e beijo a bochecha dela e me afasto olhando no rosto dela.

- dessa vez eu não preciso que ninguém me defenda, deixa a Ellen em paz ela não fez isso pq quis.

Eu espero né gente ela não pode ser tão ruim assim, ela também tá grávida e deve ter os mesmos sentimentos de querer proteger a cria dela com todas as forças e garra dela.

Elisa solta o ar pela boca e concorda levemente, eu sei que ela tá triste mas é isso gente, cada um no seu quadrado, essas pessoas me ajudaram muito mas eu acho que tô passando um pouco dos limites invadindo um lar que não é meu e tomando espaço numa família que não é minha.

Eu vou construir minha própria família, pra poder esfregar isso na cara de todo mundo.

Parto pra casa sem me despedir da Ju e do Léo, eu sei que eles vão entender e se não entender eu não posso fazer nada, essa é a chance deles tentarem ser melhor com a Ellen, e também é a oportunidade da Ellen fazer por onde de reconquistar a família dela, já que é isso que ela tanto quer né, a atenção do Léo toda pra ela.

No caminho eu passo na frente de um comércio, aproveito que tô com dinheiro e compro um monte de besteiras pra mim comer, pago tudo e saio do comércio retornando a fazer meu caminho pra casa.

Entro na viela pegando as escadas ficando cansada só de vê o tanto de degrau que tem pra subir, quando chego lá encima respiro fundo me sentindo uma guerreira por ter subido isso tudo,  olho pro portão sem cadeado e só empurro ele com o pé fazendo ele balançar todo e minha irmã aparecer na porta me olhando com cara de cachorro abandonado.

Annie: quer ajuda com essas sacolas?

- não obrigada, eu consigo - falo fechando o portão de novo, dessa vez passando o cadeado.

Annie: ainda bem que voltou pra casa, a mãe foi na casa da amiga dela e eu fiquei sozinha.

- hum - murmuro sem da muita ousadia pra ela achar que eu esqueci o que ela fez.

Annie: irmã eu sei que eu fiz merda mas eu tô arrependida, eu quero tentar consertar o que eu fiz.

- é muito engraçado ouvir você dizer isso, você não pensou duas vezes pra fazer merda mas eu te perdoei já só não quero papo com você, tô cansada de ser boazinha com tudo mundo e só tomar no cú. - olho pra ela vendo ela com os olhos marejados, é sempre assim.

As pessoas fazem merda e depois não quer escutar e ainda chora se fazendo de vítima, mas errar comigo é passagem de ida sem volta, não dou segunda chance, e quando é alguém da família e não tem jeito eu só tento ignorar o máximo possível trocando o máximo de palavras sem muita intimidade.

Encaro os olhos claros dela, respiro fundo e limpo as lagrimas que desce pelo rosto dela.

Annie: me perdoa por favor eu nunca divia ter falado aquelas coisas pra voce - me aproximo puxando ela pra um abraço apertado.

- tá tranquilo eu tô em paz comigo e com todo mundo, tenho outras coisas com que me preocupar. - ela assente ainda dentro do abraço, me afasto sorrindo fraco.

Deixo ela lá na cozinha e vou pro meu quarto, fecho a porta passando a chave, não quero ser incomodada. Jogo a sacolinha com minhas besteiras na cama e vou procurar um lugar pra mim esconder o dinheiro, minha mãe é a pessoa que eu mais confio no mundo, mas tenho as minhas dúvidas, se ela vê esse dinheiro já vai querer saber de onde eu tirei e o que fiz pra conseguir, e eu não tô preparada pra isso.

Coloco o envelope embaixo do meu colchão, aqui ninguém vai encontrar.

Deito na cama e encho a cara de besteira, mexo no celular um pouco e do nada eu sinto algo quente descer na minha calcinha.

Abro as pernas encima da cama e olho pro meu shorts claro manchado de sangue, na hora me bate um desespero e a primeira pessoa que vem na minha cabeça e que pode me ajudar é o Léo.

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L E T I C I A 💋 ( CONCLUÍDA )Onde histórias criam vida. Descubra agora