Capítulo 14

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PEDRA DO DRAGÃO,

NAVIO

A jornada de Ayra foi longa e exaustiva. Ela viajou a cavalo de Volantis até Pentos, parando para descansar apenas pelo bem do animal, que precisava muito mais do que ela, e para pedir orientação ao Senhor da Luz. 

Em Pentos, ela repôs seu estoque de bebida e comida, passeou um pouco para comprar alguns unguentos, vendeu seu cavalo para um simpático fazendeiro e alugou um quarto para passar a noite. 

Ela finalmente se deixou descansar, e foi embalada em um sono suave e tranquilo. Ayra dificilmente tinha isso. O sono dela era turbulento e atormentado por previsões de um futuro bárbaro e sem qualquer felicidade. No outro dia, ela não desperdiçou mais do seu tempo, e buscou por navios que fossem até Pedra do Dragão, de onde ela poderia fazer seu caminho para Kings Landing. 

Demorou um pouco, mas ela conseguiu a carona até lá. Agora, ela está a caminho de Kings Landing. Para Dragon Head, onde ela seria necessária. 

O Senhor da Luz mostrou a ela descobertas e fogo. Descobertas e abraços. Uma nova linha do tempo se formando, uma nova história se escrevendo, e Ayra sentiu alívio profundo por não ter que lidar com um futuro onde os dragões lutariam e morreriam, onde o mundo cairia para a escuridão. 

Finalmente, ela estava mais próxima de seu destino que nunca. 


FORTALEZA VERMELHA,

SOLAR DO REI


Viserys olhou em silêncio para a mulher rechonchuda encolhida ao lado de sua esposa, processando o que ela havia acabado de dizer. 

Ele demorou uma infinidade para entender o que ela havia dito, simplesmente olhando para ela com a testa franzida e a boca curvada para baixo em descrença, mas quando registrou tudo que ouviu, imediatamente entrou em pânico. 

Não. Não. Eles não… Não fariam isso, não com uma criança. Um bebê recém nascido. 

Engolindo em seco, Viserys se levanta, uma mão na testa e outra no quadril, sentindo o peito apertar enquanto sua respiração falhava. 

Uma filha. Dele. Dele e de Aemma, uma filha que não era Rhaenyra. Outro pedaço do amor dele pela mulher de sua vida. Um que ele nunca conheceu. Uma filha que ele não teve a chance de pegar nos braços, nomear, brincar ou exibir aos Sete Reinos. Uma filha que não teve a chance de ter um dragão. Uma filha que…

Ele virou para Alicent, que se aproximou dele em algum momento, parecia preocupada e o tocou no braço. 

"Você está bem, Sua Graça?" perguntou baixo, olhando de lado para a parteira. 

Viserys fechou os olhos e se afastou de Alicent, olhando para a outra mulher com frieza. 

Se ela estivesse mentindo, causando essa dor à ele por uma simples mentira, ele iria matá-la. Ele iria arrancar a cabeça gorda dela com Blackfyre. 

"Esposa, você fica aqui com ela. Eu vou fazer uma visita aos meistres e perguntar sobre isso" declarou, sem dar uma segunda olhada em Alicent antes de se retirar de seu solar. 

Ele caminhou com um Sor Westerling silencioso atrás dele. Seus passos eram rápidos e decididos enquanto ele se dirigia às celas negras. O Rei tinha às mãos fechadas em punhos e os dentes cerrados. 

Não é possível, não é possível, não é possível, ele repetiu como um mantra em sua mente, incapaz de acreditar que foi tirado da felicidade de ter uma segunda filha com Aemma pelo capricho de um homem. 

The HeirOnde histórias criam vida. Descubra agora