Capítulo 6

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FORTALEZA VERMELHA,

SOLAR DA PRINCESA 


Rhaenyra examinou os relatórios do castelão de Pedra do Dragão minuciosamente. 

Ela vem trocando corvos com o homem desde que assumiu o manto de herdeira. Ela precisava daquele castelo pronto para acomodar seus planos imediatos e de emergência e ela precisava disso rápido. 

Claro, com a eficiência inesperada do castelão, foi surpreendentemente fácil organizar seu castelo do jeito que ela desejava, então ela foi além e enviou uma modesta quantia de moedas para a reforma das vilas dos pescadores ao redor, pedindo ao castelão para que fizesse o seu melhor para começar a erguer uma cidade nas redondezas que fosse capaz de aguentar a umidade. 

Ela desejava tornar Pedra do Dragão uma potência para seus próprios filhos, à princípio, para que um deles herdasse o Trono de Ferro, o outro sua fortaleza ancestral e mais um para que herdasse Driftmark. Três sedes de poder garantidas para ela. Os maiores poderes do Reino; os dragões e a frota Velaryon. Os Sete Reinos seriam dela para governar, por lealdade, ou pelo medo. Ela só precisava separar cada um primeiro. 

Agora ela tinha irmãos para considerar, Kaemon e Maelon. Ela tinha Aegon para considerar também, mas ela tinha outros planos para o filho de Alicent. Pedra do Dragão permaneceria com seu sangue, só não da maneira que ela imaginou. Ela desejava ardentemente repovoar a população de Targaryen no mundo, mas ela se casou com um Velaryon e daria à luz a crianças de sobrenome Velaryon, e ela tinha medo demais do parto para ser capaz de trazer crianças ao mundo com qualquer frequência. A tarefa de trazer mais Targaryen ao mundo estava inteiramente destinada aos seus parentes masculinos. 

Seu pai estava fazendo um bom trabalho, seu tio nem tanto, mas agora ela tinha uma abundância de homens prontos para fazer o trabalho. Rhaenyra não é tola, ela sabe que enfrentará uma grande revolta por sua brilhante ideia de legitimar os bastardos do Velho Rei e de seu primeiro herdeiro, mas ela já tem planos de contingência para isso. Um dragão não se curva a veados, leões, lobos ou ovelhas. Um dragão faz o que quer e ela vai legitimar aqueles bastardos para que sejam um ramo secundário de sua família, prontos para fornecer mais Targaryens de puro sangue valiriano, e mais cavaleiros de dragão para dominar Westeros. Além de serem os únicos capazes de fornecer o sangue adequado para governar no caso da extinção do ramo principal. 

O mundo cairá sobre a cabeça dela antes que qualquer um sem o sangue Targaryen se sente no Trono de Ferro feito por Aegon e pelas chamas de Balerion.

Com o passar do tempo, Pedra do Dragão passou a receber moradores na cidade recém construída, porque enquanto mais e mais mães moribundas, pais desesperados por comida para a sua família, e crianças órfãs e sem teto chegavam, não havia como acomodá-los todos em Dragon Head, então ela os mandou para Pedra do Dragão, em um dos navios Velaryon que Laenor a forneceu. A cidade cresceu devagar e ainda não era tão grande quanto as cidades das demais Casas Supremas, mas era considerável, e continuava a se expandir lentamente. 

Ela forneceu curandeiros de Essos, parteiras, e medicamentos para os doentes que para lá se dirigiam, e deu ordens ao castelão para levar o meistre aos mais debilitados. Ela forneceu quarenta mantos dourados para a escolta de seu povo, e Laenor ofereceu mais dez de da Casa Velaryon. Para mantê-los seguros e para recrutar qualquer um que quisesse fazer parte da Horda do Dragão, a guarda de Pedra do Dragão. Estava tudo indo bem pelos relatórios enviados a ela por Sor Luther, o homem mais leal ao seu tio. 

Ela instruiu Laenor a conseguir mais comerciantes e construtores de confiança para o seu castelo, para que ele não se sentisse inútil como consorte, ela sabia que ele não tinha amor pela posição e precisava que ele se acomodasse nela logo, então passou a incluí-lo lentamente em alguns de seus empreendimentos, os que envolviam navios e dinheiro especialmente, visto que ele era ótimo em negócios. Ele prosperou nisso e Rhaenyra ficou aliviada por ele não estar mais se afundando numa espiral de decadência. 

The HeirOnde histórias criam vida. Descubra agora