Andando acompanhada de minha mãe, esbanjando uma barriguinha saliente de uma gestação de 6 meses de gêmeos, vejo um Matteo nervoso ao lado do juiz de paz. Mas, ao me ver adentrar na sala de estar da casa dos Modugno, vejo um largo sorriso se formar em seus lábios. Minha mãe me conduz, me entrega a Matteo e após alguns minutos estamos oficialmente casados, somos enfim marido e mulher.
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- Querida! No três, preciso que faça força, está bem?! - Matteo pergunta.
Faço que sim.
As contrações estavam vindo, eu estava suada, cansada, e não estava sendo fácil dar a luz as minhas filhas.
- Vamos lá, um, dois, três! Faça força! - Matteo me encoraja.
E então eu fiz. Fiz força quando a dor veio e logo senti minha filha saindo de dentro de mim. Seu choro foi forte, alto e cheio de vida.
- Aqui está ela! - Matteo diz cortando o cordão umbilical de nossa primeira filha.
Matteo estava emocionado, feliz, e eu também. Uma enfermeira se aproxima e pega nossa filha no colo. E então começo a sentir mais contração.
- No três está bem?! - ele pergunta.
- Sim!
- Um, dois, três!
E então nasceu a segunda. Diferente de sua irmã, ela nasceu caladinha, quietinha, e só então depois de Matteo cortar o cordão umbilical e a colocar em seus braços ela chorou. Um choro alto e forte assim como o de sua irmã. E meu coração se encheu ainda mais.
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- Como pode? - Alfredo perguntou ao ver nossas filhas no Moisés do quarto do hospital.
- Como pode o quê?! - Matteo retruca.
- Suas filhas serem tão lindas! De fato, puxou a mãe! - ele brinca.
- Será que devo voltar atrás naquele aumento de salário? - Matteo pergunta.
- Não! Não! Claro que não! - Alfredo diz sorrindo.
- Parabéns Liliane! Elas são lindas! - doutor Manoel me parabeniza.
- Obrigada doutor! - digo agradecida.
- E os Modugno? Já estiveram aqui? - ele pergunta.- Em peso! - respondo.
- Meu Deus! Coitadas dessas meninas! - ele brinca.
- Carlo e Matteo quase saíram nos tapas, Carlo estava escolhendo qual das duas será sua futura nora e Matteo não gostou nada disso. - falei sorrindo.
- Bem vindo ao mundo de pai de menina! - doutor Manoel brinca.
Matteo esbanja um sorriso murcho.
O sol estava se pondo no horizonte. Aos poucos, seus raios que já estavam mais suaves iam deixando de tocar nossa pele. A nossa frente, brincando sob a grama da nossa casa, Rafaella e Antonella se divertiam fazendo bolas de sabão. Sentados embaixo do pé de ipê amarelo, eu e Matteo admiramos nossas filhas, nosso bem mais precioso.
- Já disse que te amo hoje?! - Matteo pergunta ao beijar o topo de minha cabeça.
- Todos os dias, todos os minutos! - respondo sentindo seu amor transparecer por mim.
- Você e nossas filhas são o que eu tenho de mais valioso! Eu amo vocês! - ele diz.
- Nós também te amamos! - e aí dizer isso, me viro e deposito um suave beijo em seus lábios.
- Vai me amar quando meus cabelos terminarem de ficar brancos?
- Si! Matteo, vou continuar te amando mesmo assim! - respondo sorrindo olhando em seus olhos.
Ele sorri.
- E vai me amar quando meu amiguinho parar de funcionar? - ele pergunta brincando.
- Mesmo assim eu vou te amar! Vou odiar ele, mas vou te amar! - respondo sorrindo mais ainda.
Matteo sorri ainda mais e me beija novamente.
Anos depois...
Siempre que te pregunto
Que, cuándo, cómo y dónde
Tú siempre me respondes
Quizás, quizás, quizás... - cantarolo junto com Andrea minha música preferida, quizás.Até que em algum momento da música, escuto um som. Uma batida leve na porta.
Quem ousa atrapalhar meu momento de reflexão? Penso.
- Entre! - digo ainda de olhos fechados. Eu não queria sair daquela realidade que criei para mim, longe dos problemas, longe das frustrações. Onde eu podia apenas me conectar comigo mesmo através da música, do gosto do vinho e do cheiro do charuto que tanto me agradava.
Ouço a porta se abrir lentamente, e depois, não ouço mais nada.
Vagarosamente, abro meus olhos, e a visão que tenho, quase me fez engasgar com a fumaça do meu charuto.
Uma bela morena de pele clara e rosto angelical, vestida num vestido curto solto no corpo, mas que nela, parecia sensual sem querer ser. Seus lábios carnudos e seus olhos pareciam convidativos. Quem diabos era aquela mulher? Não tive reação nenhuma, sentado como estava com as pernas para cima fiquei, literalmente de boca aberta, e ao som de andrea, analisei cada centímetro de seu belo corpo. Rosto de anjo, corpo de mulher. Suas curvas, seus contornos... Que mulher perfeita! Parecia uma miragem, será que eu estava apenas tendo mais um de meus desvaneios? Será que era tudo fruto da minha imaginação cansada e carente por não sair com uma mulher há meses?
Estás perdiendo el tiempo
Pensando, pensando
Por lo que más tu quieras
¿Hasta cuándo? ¿Hasta cuándo?
Estás perdiendo el tiempo
Pensando, pensando
Por lo que más tu quieras
¿Hasta cuándo? ¿Hasta cuándo?Y así pasan los días
Y yo, desesperando
Y tú, tú contestando
Quizás, quizás....E quando Andrea com sua inconfundível voz agravou ainda mais no seu tenor a medida que chegava ao final da musica, algo no rosto daquela bela mulher se tornou familiar...
Era Antonella!
quizás.... - Bradou Andrea esticando a voz vibrante.
Literalmente pulei da cadeira ao perceber que era ela mesmo. De pé, a encarei. Ela sorriu. Um lindo e doce sorriso. Como ela ficou assim, tão... Linda?
- Fiquei me perguntando quando você me reconheceria, primo! - diz ela de forma gentil ainda parada na porta.
Fim?
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Quando O Amor Acontece
RomanceEle, é o filho mais velho de uma típica família italiana. Com quase cinquenta anos, Matheo dedica sua vida apenas a família e o trabalho. Ela, é filha única da governanta dos modugno, recém formada, volta para casa cheia de sonhos e esperanças. M...