Capítulo 4 _ Paixões e confusões

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Em um sofá ao canto do salão...

- Você não devia estar andando por aí assim... não se recuperou ainda! - falou sério.

- (Só o que me faltava, receber sermão desse aí) - De braços cruzados; Sua barriga solta um ronco.

- ... Está com fome - mudando o tom de voz. - Bem... podia ter puxado a corda como falei - sentando-se ao seu lado.

- ... - soltou um suspiro. - (É, talvez eu tenha sido um pouco besta... Mas...) - olhando para os funcionários do castelo trabalhando sem parar atendendo todos os convidados - (eles estão tão ocupados.)

San também passou a observar o mesmo que Wooyoung e pareceu entender o que se passava.

- Não quis incomodar, não foi? Hum... Neste caso... eu pego para você - levantou. - Espere nesta sala aqui - abrindo a porta próxima à eles, - vai ser melhor do que ficar no meio dessa multidão.

Adentrando o local, era uma salinha simples, havia uma escrivaninha ao fundo, nas paredes algumas prateleiras com livros, dois sofás encostados em paredes opostas e ao centro um enorme tapete todo trabalhado, e a única fonte de luz vinha de uma luminária sobre uma mesinha ao lado de uma das estantes.

Enquanto sua comida não chegava, ficou a bisbilhotar as coisas, algumas já até tinha visto, outras eram coisas inéditas para ele. E pela primeira vez pode folhear um livro, havia alguns em sua coleção, mas não conseguia manusear direito.

- (A escrita deles é tão diferente) - analisando as páginas minuciosamente próximo à luz. - (Será que consigo aprender?? Para existir tantos, deve ter muito para descobrir.)

- Pronto - abrindo a porta e trazendo uma bandeja. - Ah... gosta de livros? Eu também! - levando a bandeja até a escrivaninha. - Sobre o que é esse? - tentando ler a capa. - Constelações... mas, por que está lendo de cabeça para baixo - ajeitando o livro.

Woo agora continha uma cara de paisagem encarando o livro, se sentiu um bobo, mesmo que tivesse ciência que ele não tinha como saber. E o príncipe logo notou que teria algo errado.

- Não sabe ler... não é? - perguntou com cautela.

- ... - assentiu, em seguida fechando o livro e indo ver a comida.

- Eu posso te ensinar, se quiser... E escrever também... Assim poderá me dizer seu nome. Poderia tentar adivinhar, mas sou péssimo nisso - riu.

O ruivo não conseguiu dar muita atenção, ficou olhando a comida e tentando entender como iria fazer. Ao lado havia vários talheres, e não tinha noção alguma para quê serviam.

- Ah, perdão... imagino que você não... am... use só o garfo mesmo - se aproximou e lhe alcançou o objeto.

Estranhamente, aquilo o fazia lembrar do tridente de seu pai, mas não esperava que humanos comecem com magia. Olhou então para as pontas finas, pontas perfuram, tinham algo parecido para comer ostras e pensou que não seria usado de forma tão diferente.

- Coma no seu tempo, irei ficar aqui lhe fazendo companhia - se acomodou no sofá.

- (Por que ele ta insistindo tanto em ser legal comigo? Nem me conhece! Só porque salvai a vida dele não quer dizer que sou uma boa pessoa... vou nem dar exemplo de pessoas duvidosas que ajudam os outros...) - começando a comer.

Minutos depois, ambos saiam da salinha.

- Vou acompanhá-lo até seu quarto, não vai querer ficar aqui... - deixando a bandeja em uma mesa próxima - nem eu queria estar - comentou baixo.

O Príncipe e o Tritão - WoosanOnde histórias criam vida. Descubra agora