Eu volto para dezembro

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*Oi pessoal! Passando pra pedir que vocês não esqueçam de dar uma estrela quando acabarem de ler o capítulo (se gostarem dele, óbvio, rsrs). Isso não me dá dinheiro, mas me dá mais ânimo para continuar escrevendo! Agradeço desde já! Então, vamos com mais um capítulo! Boa leitura! =)

- Precisa voltar, Pen! Seu pai... - a voz de Eloise soava triste ao telefone.

- Por que, Eloise? O que  tem meu pai? Ele está doente??- perguntei preocupada, sentando-me na cama, percebendo que Owen também havia sentado e me olhava atento.

- Amiga...eu sinto muitíssimo por ter que te dar essa notícia triste por telefone...

- Fala logo, Eloíse!!! - eu já estava quase gritando ao telefone, ficando desesperada, pois sentia que o que viria não era nada bom.

- Amiga, seu pai cometeu suicídio! Ele está morto! Sinto muito, Pen! Eu sinto muito mesmo! Queria estar aí pra poder te abraçar! 

         Deixei cair o celular sobre o colchão e fiquei em silêncio. Um buraco se formou em meu peito, abrindo espaço para a enorme tristeza que me invadia. Comecei a tremer e as lágrimas começaram a vir.

- O que foi, meu amor? - Owen perguntou, preocupado, me abraçando. 

- Me-me-meu pa-pa-i! - foi tudo o que consegui dizer, antes de entrar em desespero completamente. 

          Agradeci a Deus por ter Owen ao meu lado naquela hora. Ele me abraçou forte até que eu me acalmasse, depois foi até a cozinha, fez um chá para mim e em seguida ligou para minha mãe e tentou acalmá-la pelo telefone, certificando-a de que logo eu estaria com minha família e ele iria junto. Enfiei tudo o que podia dentro de todas as malas que eu tinha, pois algo me dizia que eu não voltaria tão cedo para Galway. Se meu pai havia tirado a própria vida, a morte dele com certeza seria investigada e poderia levar até meses para liberarem o corpo para o funeral, mas de qualquer forma, minha mãe e minhas irmãs precisavam e ainda precisariam de mim no dias que viriam. Minhas aulas e estágios na faculdade já haviam encerrado e eu estava há poucas semanas da formatura, mas eu resolveria depois com a universidade. 

          Fiquei pensando em meu pai, no que teria levado ele a tomar uma decisão tão desesperadora de repente. Meu pai sempre fora muito distante da família. Era sempre muito quieto, não era dado  a brincadeiras nem a conversas se não fosse obrigado a isso. Nós mal havíamos nos falado desde que eu me mudara para Galway, poderia contar nos dedos as vezes em que ele me ligara, e em todas as ligações, só perguntava se eu estava bem, se eu ainda trabalhava e me incentivava a continuar buscando minha independência, dizia pra eu não me preocupar com a família ou em visitá-los, e para eu pensar apenas em mim mesma.  Enquanto minha mãe, que me ligava com um pouco mais de frequência, sempre me passava um resumo sobre os problemas que estavam acontecendo em casa, e me incentivava a arrumar logo um marido rico pra que não precisasse depender da ajuda de meu pai, o que eu encarava apenas como mais uma das excentricidades de Portia Featheringhton e seu velho hábito de pensar que só dinheiro trazia felicidade. Eu sabia que meu pai não estava muito bem de saúde, mas minha mãe sempre desconversava, dizia que era besteira, que não tinha o porquê de eu me preocupar, não se aprofundava, parecia ter vergonha de dizer. Ela andava me poupando de muitas conversas depois que eu havia começado a namorar Owen, passava a maior parte do tempo o elogiando e incentivando que eu deveria me casar com ele. E agora eu havia sido pêga de supresa com a morte de meu pai, e  me sentia extremamente culpada por não ter  tido coragem de voltar à Londres nem uma só vez para visitar minha família, sentia que poderia ter feito algo, previsto que aquilo aconteceria e evitado de alguma forma. Agora não podia fazer mais nada, a não ser lamentar a morte de meu pai. 

           Ao chegar à casa da minha família naquele mesmo dia, pela tarde, me deparei com a frente da casa cheia de carros de polícia. A casa estava isolada para a perícia. Owen ligou para Prudence e descobriu que ela estava com minha mãe internada no hospital, em estado de choque. Com mais aquela triste notícia, me vi a caminho do Hospital da família Bridgerton, e mesmo com toda aquela situação dolorosa, não pude me impedir de pensar que havia uma possibilidade de encontrar Colin Bridgerton por lá. Nós nunca mais havíamos trocado uma única palavra por nenhum meio, havia cerca de dois anos, desde que ele saíra de Galway em seu último dia de visita, depois de discutirmos em frente aquele Pub, no dia em que eu fizera todo o esforço da minha vida para parecer indiferente depois de ter tido a melhor e mais especial noite da minha vida com ele. Me sentia culpada, de certa forma. Sim, porque a culpa havia sido minha. Se eu não tivesse me ofendido tanto com o fato de Colin querer que fôssemos apenas amigos, se eu não o tivesse seduzido durante a noite e o encorajado a fazer amor comigo, se eu não tivesse saído na manhã seguinte e procurado Owen, na tentativa de fazer ciúmes para Colin, aquela discussão toda não teria acontecido. Eu acabei com nossa amizade por conta de um orgulho ferido.

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