Dr Christopher Uckermann sempre foi um cirurgião dedicado e habilidoso, mas um acidente misterioso o deixou com amnésia. Agora, sem lembranças de sua identidade ou carreira, ele se acha perdido e desorientado, empenhando-se para descobrir seu lugar...
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POV Dulce
Meu sonho sempre foi trabalhar no Hope Memorial Medical Center, o hospital regional da cidade do México. Estudei enfermagem por alguns anos, e agora recém-formada, consegui ser contratada mesmo sem possuir muita experiência. Agradeci imensamente a oportunidade, ansiosa para ajudar os pacientes e vê-los melhorar sob os meus cuidados.
Alguns dos melhores médicos e cirurgiões trabalhavam aqui, e eu não via a hora de transformar meus conhecimentos na teoria em prática ao lado deles. Dr Alfonso Herrera, neurocirurgião, Dr Xavier Alanis, cirurgião geral que estava estudando para fazer cirurgias relacionadas ao coração, e claro, Dr Christopher Uckermann, o melhor cirurgião cardiovascular que já ouvi falar.
No meu primeiro dia, cheguei trinta minutos antes do início do expediente para me habituar ao local. Enquanto guardava meus pertences no armário, ouvi a conversa de alguns residentes.
- Minha ronda começa com os pacientes cardiovasculares - um rapaz de cabelo colorido pronunciou em um tom desanimado.
- Ainda bem que hoje estou com os pequeninos no neonatal - uma jovem de cabelos pretos e curtos anunciou animada, e o colega respondeu esperançoso:
- Quer trocar?
- Ah, Chris... Quem sabe outro dia - com uma risadinha, plantou um beijo na bochecha do homem, que suspirou cabisbaixo.
Achei aquela conversa no mínimo curiosa, afinal, uma ronda com pacientes cardiovasculares significa passar um tempo ao lado do Dr Christopher Uckermann, e quem não gostaria de aprender ao lado do melhor? Terminei de organizar minhas coisas e procurei pelo enfermeiro-chefe, Rocco Bezauri, para solicitar minhas tarefas do dia.
No intervalo do almoço, dirigi-me até o refeitório para comer algo. Procurei por uma mesa vazia, e encontrei atrás de alguns residentes, que reconheci serem os mesmos do vestiário. Comentavam sobre as rondas do período matutino.
- Ai, me dá uma dó ver aqueles pequenininhos tão indefesos - choramingou a moça de cabelos pretos.
- Logo eles saem dessa, Mai - O tal Chris respondeu. Depois, abaixou o tom de voz e continuou. - Hoje o Dr Vampirão está mais impossível do que nunca!
- Se ele descobrir sobre esse apelido, você tá frito, Christian! - Uma residente de madeixas longas e loiras, que parecia ter saído de uma revista de modelos, pronunciou com uma risadinha.
- Só assim pra gente poder reclamar sem citar nomes - Christian retrucou, dando de ombros. - Sempre que temos rondas com ele, parece que eu esqueço de tudo o que já aprendi. Esse cara me dá arrepios!
Será que eles estavam mesmo falando sobre o Dr Christopher? Quando meu pai infartou ano passado, ele parecia ser tão gentil e atencioso. Não deveria ser a mesma pessoa, não é? Enquanto mastigava um pedaço de maçã, senti que estava sendo observada, corri meus olhos pelo local até encontrar um homem moreno de jaleco branco. Reconheci ser o Dr Xavier, ele me encarava de uma forma que me deixou arrepiada, e não no bom sentido da palavra.
