Meu Chefe Turner -Série Chefes, Livro 5

Capítulo 3

Boa leitura! 

Davi

Faço o percurso até a Leah de forma automática, sentindo minha mente e meu coração ainda presos a Melanie e em tudo o que vivemos. Tudo o que eu evitei por todos esses anos acabou acontecendo. Como eu vou seguir em frente depois de tê-la sentido em meus braços? Como vou mascarar meus sentimentos e aceitar que sou apenas seu melhor amigo, depois tê-la feito minha?

Como se o maior empecilho na relação de vocês fosse a amizade, não é? Minha consciência me acusa e eu suspiro recordando-me da fatídica noite em que vi meu pai e mãe da Melanie juntos no escritório.

Me lembro com riqueza de detalhes aquela tarde, fui ao escritório do meu pai um pouco mais cedo do que costume para almoçarmos juntos, naquele as minhas aulas acabaram mais cedo e eu quis fazer uma surpresa, mas quem foi surpreendido fui eu. Vozes alteradas ecoavam do seu escritório e eu reconheci a voz feminina, era a mãe da Melanie, a tia Sasha, não sei o que levou a discussão deles mas, a frase que me marcou para o resta da vida foi: "Sasha, tem certeza que a Melanie não é minha filha?" 

—Onde você estava, Davi? —A Leah me encara confusa, me tirando dos meus devaneios—Me deixou sozinha em uma festa cercada por pessoas que eu não conheço e que parecem não gostarem de mim.

—Você está exagerando, Leah, meus amigos apenas não a conhecem direito, ninguém aqui a tratou mal. —Resmungo irritado com toda essa situação de merda. Minha cabeça não está em um bom lugar para ter de lidar com as queixas da Leah. Me sinto como alguem que acabou de cometer um crime hediondo. —Eu estou aqui não estou? Eu precisava espairecer um pouco. —Uso um tom mais carinhoso ao notar seus olhos úmidos diante da minha pequena explosão. —Me desculpa, Leah, eu estou estressado e não tem nada a ver com você. —Trago-a para os meus braços e puxo o ar com força tentando organizar os meus pensamentos.

—Se quiser podemos ir embora. —Suas mãos acariciam meu rosto e eu só consigo pensar o quanto eu queria as mãos da minha princesa em mim, o toque da Leah me causa uma sensação estranha como se eu estivesse traindo a Melanie. —Posso te fazer relaxar... —Sua voz aveludada não me causa nada, qualquer desejo sexual que já senti pela Leah parecem ter desaparecido no instante em que eu estive com a Melanie em meus braços. —Davi? Você está me ouvindo?

—Essa deve ser a sua nova namorada. —A voz desdenhosa da Melissa nos chama atenção e eu aproveito isso para me afastar das caricias da Leah. —Lucrécia, não é?

—Desculpa, Leah, é genético ter dificuldade de aprender nomes! —A Sophia parece ter uma conversa silenciosa com a amiga e cunhada. —É bom finalmente, conhece-la.

—Mesmo que o que Davi mal tenha mencionado você! —A Mel sorri amarelo e a Leah sorrir educada. —Gosta de crianças, Lucia?

—É Leah! —Minha namorada resmunga. —Acho crianças criaturas fofas, apesar de não ter muito jeito com elas.

—O Davi quer ser pai, como vai fazer? É melhor terminar logo, não acha? —A Mel dispara mais uma vez e ganha um olhar repressor da Sophia. —O que? Ela não gosta de crianças, ele quer ser pai, estou apenas poupando os dois de decepções futuras!

—Ela bebeu demais, com licença! —A Sophia arrasta a melhor amiga para longe de nós e eu fico sem entender o que acabou de acontecer

—A Mel sempre diz o que vem na cabeça, não leva a sério as palavras dela. —Sorrio para Leah que me encara irritada.

— Vai deixá-las falarem assim comigo, Davi?

—Leah, não exagera... —Digo sem dar muita atenção a sua irritação e decido que essa festa acabou para nós dois. —Eu vou te levar até a sua casa, Leah e conversamos melhor amanhã.