capítulo 3

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O dia surgia frio em New York, nuvens
escuras cobriam o céu e já era possível notar a crueldade do próximo inverno. Priscila dormia tranquilamente, seus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro e um som fraco e cadenciado sai por sua boca, minha doce esposa ronca como uma Leide.

Beijo sua bochecha e vou para o banho, mas antes que eu aprecie a água quente ouço meu celular tocar. Corro para evitar que Priscila acorde com o som do telefone.

- Alô?

- Ele me deixou Carol. - A voz embargada
de Gabriel me assusta.

- Do que está falando Gabriel?

- Allan foi embora.

- Como?

- Preciso conversar com você Borges, por favor.

- Estou indo.

As oito horas da manhã me encontrava
no elevador do prédio de Gabriel, não foi
necessário tocar a campainha, a porta foi
aberta lentamente e uma figura assombrosa surgiu.

- Você está horrível, Gabriel!

- Oh! Era isso que eu estava precisando ouvir, obrigada Borges.

- Me desculpe, eu não devia... Enfim.. O que
aconteceu?

- Allan pediu o divórcio!

- Como... Como assim?

- Brigamos mais uma vez, ela saiu de casa
dizendo que não voltaria, que não aguentava mais minha incompreensão.

- O que você fez dessa vez?

- Eu não consigo entender essa profissão
Carol, não entendo a razão do meu
esposo tirar a roupa e abraçar árvores. -
Gabriel esconde o rosto entre as mãos.

- Vocês não estão mesmo conseguindo se
entender, não é?

- Eu amo ele, eu realmente amo, mas eu
não consigo lidar com toda essa exposição.

- Se você não conseguir lidar com uma das
coisas que Allan ama então seu casamento
não vai resistir.

- Eu não quero perde-la, mas não vou
aguentar essa falta de roupa contínua.

- Gabriel, isso não tem cabimento!

- Então tudo bem para você Priscila ficar nua em público?

- Claro que não! Aliás, não coloque Priscila
nisso.

- Chega! - Gabriel se levanta de repente. - Se
Allan prefere abraçar árvores nua, então que fique com as árvores.

- Você não pode tá falando sério. Acabou de dizer que ama Allan mais que tudo.

- Do que adianta se ela não me ama da mesma maneira?

- Não seja injusta.

- Não, não.. Sou uma mulher livre agora, se
Allan quer o divórcio, lhe será dado!

Gabriel se manteve irredutível, simplesmente decidiu deixar Allan partir, era tão insano ve-lo se destruir assim, por mais que tentasse negar o sofrimento estava ali, presente em seu olhar e em suas palavras, tanto ele quanto Allan estavam despedaçadas.

[...]

- Carol, você tem três reuniões e já está
atrasada. - Carla me diz assim que saio do elevador.

- Bom dia para você também Carla.

- Onde está Gabriel? - ela ignora minha
saudação.

- Gabriel ficará em casa hoje, ele não se sente muito bem.

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