Capítulo 16

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Um, dois, três... Respira.. Vai!

Corro contando mentalmente, controlo minha respiração e tento me esquecer de tudo mais que completa o ambiente. O
sol ainda não nasceu direito e meus pés aceleram pelo parque, sinto o cheiro de grama molhada. O silêncio das primeiras horas do dia se tornaram um remédio para a desordem que ainda existe em mim, a solidão proporcional me faz ver que ainda não entrei na insanidade, mesmo estando diante da porta, sentir a tranquilidade no balançar das árvores soa como um aprendizado, um dia ainda haverá a mesma calmaria em mim, a mesma calmaria que vinha das manhãs  ao lado dela, depois de nossos corpos terem sido saciados temporariamente da loucura que sempre nos envolvia com a mais simples trocar de olhares.

Afasto as lembranças daqueles olhos castanhos que por hora me parecem cruéis, sigo minha corrida silenciosa por mais meia hora e retorno para casa.

- Lúcia, cheguei... Lúcia?

- Você demorou querida.

- Eu sei, acabei me distraindo. Irei tomar um banho agora.

- Na verdade acho que isso terá de esperar. Você tem visita.

- Quem?

- Sentiu saudades? - A figura de cabelos
Loiros me faz duvidar dos meus próprios olhos.

- Você?

(...)

Paramos diante de um elegante prédio, Hank saiu do carro me deixando com sua atual sombra, um homem alto e silencioso.

- Venha, Allana. - saio e o sigo até o enorme edifício.

- Não acha arriscado andar por aí como se não estivesse fugindo da polícia?

- Sua preocupação é comovente, mas dispenso.

- Cuidado com o excesso de confiança, irmão.

- Às vezes você parece se esquecer das regras básicas. Isso chega a me envergonhar. - entramos no elevador.

- Por que me trouxe aqui?

- Nós estamos muito próximos da etapa final do meu plano perfeito.

- E onde esse lugar se encaixa?

- Na parte mais importante. - O elevador se abre. Seguimos por um corredor, viramos a direita, paramos diante de uma porta  vermelha, nela uma pequena placa." Dr.J.C. Troy."

Três batidas são dadas na porta, segundos depois ela é aberta, um homem baixo de óculos redondos e dourados surge. Seus cabelos são tingidos por um tom amarelado, um brinco de diamante reluz em sua orelha  direita.

- Hank.

- Troy. - os dois se abraçam.

- Meu grande amigo. Por favor entrem e sentem-se. - Nós sentamos no sofá sofisticado  e extremamente vermelho. - Essa é minha irmã Allana. - Olá Allana. - apenas balanço a cabeça. - Uma mulher de poucas palavras, não?

- São as mais perigosas. - Hank diz e os dois caem na risada.

- Vejo que ela não compartilha do seu bom humor, Hank.

- Infelizmente. Bem, mas não estou aqui para uma avaliação familiar.

- Eu sei muito bem a razão que o trouxe aqui. Você conseguiu alcançar seus objetivos?

- Ainda falta uma última parte.

- Certo, a parte em que eu entro. Correto?

- Genial como sempre. - observo os dois homens conversarem como velhos conhecidos.

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