aulas de sedução desejos insanos - 2T

capítulo 7

Fecho o pesado casaco negro, a chuva antes
fina do início da noite agora é uma crescente tempestade, entro no carro e sigo para casa. Tento mais uma vez falar com Carol, mas ela não atende, a maldita bateria deve ter acabado.

Diminuo a velocidade, o carro escorrega na
pista molhada. Demoro quase metade do
tempo para chegar em casa. Deixo o carro no estacionamento e sigo para o apartamento, quando chego ao andar desejado noto uma movimentação, automaticamente acelero meus passos ao concluir que a porta do meu apartamento está aberta.

Ao entrar vejo a cabeleira de Gabriel, ele
está sentado no sofá, sua cabeça apoiada nas mãos.

- Gabriel? - entro lentamente no local, meus
olhos procurando pela figura de Carol, mas não encontro.

Os olhos de Gabriel estão marejados, noto as lágrimas neles quando ele olha para mim, meu coração se aperta de uma maneira inexplicável.

- O que aconteceu? Onde está Carolyna?

- Priscila... - As palavras pareciam morrer na mente de Gabriel.

- Senhora Borges. - Vejo um homem no outro canto da sala, não havia notado sua presença até então.

- Quem é você?

- Sou o detetive James.

- Detetive?

- Senhora Borges, houve um acidente...

- Onde está Carolyna? - corto a fala do homem.

- Sua esposa sofreu um acidente Senhora
Borges.

- Acidente? Como.. Como assim? Onde ela
está? Em que hospital?

- Priscila, calma! - Gabriel levanta e segura
minha mão. - Carol não está no hospital!

- Então não foi grave, certo? Ela está no
quarto? - Me dirijo ao corredor.

- Ela não está aqui, Priscila. - Gabriel diz, suas palavras saem esmagadas de dor. - a Carol, ela.. Ela.. - Gabriel não conseguia dizer e eu não queria ouvir.

- Senhora Borges, infelizmente sua esposa
faleceu em um acidente de carro. - O homem diz, sua voz cheia de cautela.

- Faleceu?

- O carro em que ela estava saiu da pista e
caiu em desfiladeiro e acabou chegando até
o rio, o carro foi levado pela corrente, não
há possibilidade dela ter sobrevivido, sinto
muito.

Eu via todas as cores sumirem diante dos
meus olhos, meus joelhos cederam, meus
olhos focados em um ponto inexistente e
minha garganta queimando, os gritos de
dor rasgando tudo em mim. As lágrimas
escaparam por meus olhos em um rompante e os gritos de dor vinheram junto.

De repente tudo parecia pequeno demais, o
apartamento parecia não ter ar suficiente.
Meus olhos vagando por todo o ambiente, ela não estava ali, ela não estava em sua poltrona favorita.

Levanto e saio porta a fora, ouço Gabriel
chamar por mim, saio correndo pela saída
de emergência, pulando os degraus, minhas
lágrimas me deixando cega. Não sei como ou quanto tempo depois, mas eu estava fora do prédio, a chuva caia sobre mim, molhando minhas roupas, consegalando meu corpo.

Eu corria pelas ruas, carros passavam perto, mas nenhum deles conseguia me atingir. Eu corria, meus pés descalços sentiam o asfalto frio, minha lágrimas não tinham controle, traziam minha dor para fora, mas a dor nunca passava.

- Estará aqui quando eu voltar?

- Eu sempre estarei aqui para você!

Lembro da última frase que ela me disse
antes de sair... sinto tudo desmoronar
completamente dentro de mim.

Eu sempre estarei aqui para você!

A frase se repetia em minha mente, seu
sorriso estampado...

- Eu te amo.

Paro encarando as luzes coloridas que
seguem em minha direção, abro os braços
esperando ser atingida.

- PRISCILA! - alguém grita.

Sinto um corpo ser jogando contra o meu, caio na grama molhada, o frio parece finalmente castigar meu corpo ao máximo, estou tremendo tanto.

- Priscila.. Priscila... Você está bem?...
Priscila, por favor fale comigo... Sou eu,
Allana.. Priscila... Priscila...

O céu estava tão escuro, tudo parecia
disforme. Rostos estranhos me roubaram a
visão do céu. Meu corpo foi posto em uma
superfície dura, mãos tiravam meu cabelo
molhado do rosto...

Depois vieram as luzes brancas, mais vozes e então o silêncio.

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