capítulo 8

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Luzes brancas em um teto branco. Me
pergunto qual o sentido disso, acordei
segundos atrás e me deparei com a seguinte
questão. Por que um teto branco com uma luz branca?

Indaguei sobre diversas coisas deste que abri Os olhos. Me perguntei sobre o inverso, sobre as flores na varanda do Senhor Sabine, sobre ecologia ao lembrar de Bruno, sobre divórcio ao me lembrar de Gabriel.

Mas eu não me perguntava sobre meu braço aparentemente quebrado ou sobre como meu corpo estava dolorido e cheio de arranhões, não, eu não queria saber a razão disso, mesmo com as perguntas rondando minha mente toda vez que eu deixava elas entrarem, eu sabia que não poderia deixar essas perguntas serem
respondidas, porque eu sentiria ainda mais
dor e mais vazio, estou negando tantas coisas em minha mente.

Tentando me convencer de que a qualquer momento irei simplesmente despertar e Carol estará do meu lado, ela irá sorrir, me beijar e andar pelo quarto com seus cabelos bagunçados, irá para o banho e me perguntará se poderei almoçar com ela.
Fecho os olhos na esperança de que quando
abri-los novamente terei acordado desse
pesadelo.

Abro os olhos e lá está o teto branco Com as
luzes brancas, lágrimas banham meu rosto e meu coração dói tanto que sinto o ar arder em meus pulmões. Tento me levantar, mas meu corpo dói muito,
começo a puxar Os fios que me ligam a três
aparelhos, mas sou impedida por mãos que
nem sei de onde surgiram.

- Calma Senhora Borges. - Uma mulher de
aparentemente 40 anos diz.

- Quem é você?

- Sou Teresa, sua enfermeira.

- Me deixe levantar, quero ir para minha casa.

- Não pode ir ainda, ficará uns dias
internada.

- Eu não quero ficar aqui!

- Por favor, acalme - se!

Tento me levantar, mas a mulher é mais forte e se mostra paciente diante de minha atitude.

- Priscila, pare com isso! - Vejo Lúcia entrar
no quarto e usar o mesmo tom que ela
costumava usar quando eu era criança e
aprontava. - Tudo bem enfermeira, eu cuido dela. - A mulher se afasta relutante.

Lúcia se senta na cama e abre os braços, não resisto ao convite, deito em seu colo e me deixo chorar, simplesmente deixo tudo sair.

- Vai ficar tudo bem. - ela acariciava meus
cabelose me diz palavras de conforto com
uma voz Suave e baixa.

Acabo dormindo novamente, eu me sinto
exausta de tantas formas.

[...]

- Hank? ..Hank? Onde você está? - entro no
apartamento imundo, o cheiro de bebida
parece impregnado em cada móvel. Uma
música alta toma conta do ambiente.

- My my baby blue Yeah I've been thinkin'
'bout you My my baby blue Yeah I'm so
Jaded- A voz de Hank surge como um som
aterrorizante. - Vejam só quem resolveu
comemorar comigo. Bem vinda a minha festa particular. - Ele estava sem camisa, em sua mão uma garrafa de Champanhe.

- O que você fez seu desgraçado? - empurro
Hank até que seu corpo bata contra a parede.

- Você me enganou, você matou Lara e
Carolyna!

- É nisso que consiste a vingança. - um sorriso debochado marca o rosto de Hank e ele desliga a música.

- Você é um doente, um louco! Quando
descobrirem.. - ele não me deixa completar
a frase, suas mãos seguram meu pescoço e é
minha vez de tero corpo contra a parede, os
dedos dele apertam com força me tirando o
ar.

aulas de sedução desejos insanos - 2TOnde histórias criam vida. Descubra agora